Para me refazer e te refazer volto ao meu estado de jardim e sombra fresca realidade,
mal existo e se existo é com delicado cuidado.
Em redor da sombra faz calor de um suor abundante. Estou viva.
Mas sinto que ainda não alcancei os meus limites, fronteiras com o que?
Sem fronteiras, a aventura da liberdade perigosa.
Mas arrisco, vivo arriscando.
Estou cheia de acácias balançando amarelas, e eu que mal e mal comecei minha jornada, começo-a com um censo de tragédia adivinhando para que oceano perdido vão meus passos de vida. E doidamente apodero dos desvãos de mim, meus desvarios me sufocam de tanta beleza. Eu sou antes, eu sou quase, eu sou nunca.Clarice Lispector |
Nenhum comentário:
Postar um comentário