16 setembro, 2014



PÉTALA DE POETA
Luiz Gilberto de Barros


Um poeta não precisa de carinho...
quem precisa é o ser humano onde ele mora,
que respira, sente dor, fica sozinho,
silencia e sorri... e às vezes chora.

Abandonos são recursos necessários
para que a comunhão da poesia
com a vida, reproduza itinerários
solidários do amor com a fantasia.

Um poeta é o sonho que ele inventa
e a palavra necessária delineia
numa página tão clara...ou nevoenta,
o silêncio onde a poesia... devaneia.

Quando livre do olhar de uma pessoa
uma lágrima desliza... afetuosa,
há um poeta que navega ou sobrevoa
o orvalho de uma pétala de rosa...


E se a lágrima de amor acaricia,
sutilmente, um rosto triste na moldura
do silêncio de quem ama... a poesia
denuncia a plenitude da ternura.

É a mão inspiração redesenhando
com matizes de um mistério surreal
esse gesto de dizer: - Estou te amando...
da maneira mais sublime e ideal.

Quando o ser humano sonha, ele transmuta
para dentro de si mesmo, esse poeta
que produz, nos abandonos de uma gruta
de ternura...a poesia mais completa.

Com o tempo, o olhar do ser humano
redescobre uma nova miopia:
é aquela que lhe mostra, em outro plano,
o amor tomando a mão da fantasia.

A poesia é uma pétala no vento,.
aguardando o tempo certo de pousar
no silêncio de quem faz do pensamento,
o momento mais sublime... de sonhar...



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