07 novembro, 2007

Soneto da Fidelidade, de Vinícius de Moraes




De tudo, ao meu amor serei atento
antes e com tal zelo e sempre e tanto
que mesmo em face do maior encanto
dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
e em seu louvor hei de espalhar meu canto
e rir meu riso e derramar meu pranto
ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
quem sabe a morte, angústia de quem vive
quem sabe a solidão, fim de quem ama,
eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama
mas que seja infinito enquanto dure.



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