DA ESSÊNCIA
Andas antiga, nesses burburinhos de tempo pelas saliências das esquinas. E te calas para, num canto esquivo, gotejar tua garganta de vividos: chiados de vinil, rastejos de porta, paredes de veias expostas, tintas desgarradas, sonhos libertinos.
Quando teus pensamentos destravam as lascas guarnecidas nessas paredes que se inclinam, pode-se ver que essa tua pele de memória e esse teu sangue de areia egípcia te acalentam um esqueleto de milênio incontido. Cantos desbotados que entoam seus tons esquecidos e florescem a vida... Sim, sempre a vida, despencando os sonhos nessas folhas de tinta caída e que, desses chãos manchados, trazem um outro canto, ainda vivo (mais ainda), de pintura plantada nos passos e fotografias de um sendo florindo: preto e branco todo raiado e sépias serpeando as matizes.
(Carlos A. F. Tenreiro)
Andas antiga, nesses burburinhos de tempo pelas saliências das esquinas. E te calas para, num canto esquivo, gotejar tua garganta de vividos: chiados de vinil, rastejos de porta, paredes de veias expostas, tintas desgarradas, sonhos libertinos.
Quando teus pensamentos destravam as lascas guarnecidas nessas paredes que se inclinam, pode-se ver que essa tua pele de memória e esse teu sangue de areia egípcia te acalentam um esqueleto de milênio incontido. Cantos desbotados que entoam seus tons esquecidos e florescem a vida... Sim, sempre a vida, despencando os sonhos nessas folhas de tinta caída e que, desses chãos manchados, trazem um outro canto, ainda vivo (mais ainda), de pintura plantada nos passos e fotografias de um sendo florindo: preto e branco todo raiado e sépias serpeando as matizes.
(Carlos A. F. Tenreiro)
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