PODE-SE JULGAR, MAS, TAMBÉM, REFLETIR, QUESTIONAR E PENSAR sobre os reais significados da ocupação da Câmera Municipal de Porto Alegre e das fotos e do vídeo de nudez (veja mais abaixo nessa postagem) postado pelos manifestantes.
A Casa do Povo é deles, dos manifestantes, é minha e é sua, especialmente... se no sistema chamado Democracia, não está havendo representatividade dos (que foram) eleitos pelo voto. O ótimo texto do Juremir, abaixo, deixa muito claro esse aspecto.
Quanto à nudez, que tanto escandalizou os conservadores e os moralistas, só pergunto:
- Qual é uma das principais maneiras de mostrar desacordo com algo que esteja nos conformes do poder instituído e em sintonia com a tradição, família e propriedade?
Mostrar a bunda!
- Qual foi a maneira dos hippies na década de 60 (e seguinte) de mostrar sua insatisfação com a moral e os ditos "bons costumes" quando saíram às ruas e ocuparam os parques? Beijaram-se em público, tiraram as roupas e pregaram participação, amor livre e paz. Lutaram sem armas com o símbolo do "'PAZ E AMOR"
nos dedos... contra a Guerra do Vietnã, as segregações raciais, os preconceitos de todos os tipo e a falta de oportunidades para os jovens no mercado de trabalho. Tudo muito embalado pelo Rock e a música de protesto.
Ou seja... mostraram a bunda!
Qual é mesmo o escândalo e a surpresa?
Faz parte do embate, da diferença, do protesto, da manifestação. Terem tirado a roupa por alguns minutos não significa que Porto Alegre será a capital mundial do nudismo.
Veja, mais uma vez, o texto do Juremir, abaixo... que, penso, dá conta disso.
O rei está nú, mesmo!
De fato, o rei está nu, mas de gravata
Em 1775, enquanto a massa passava fome, a rainha perdia a cabeça pela primeira vez.
A segunda seria definitiva.
– Se não tem pão, que comam brioches – disse.
O rei, quando a massa se revoltou, perguntava-se:
– Por que estão agindo dessa maneira?
No Rio de Janeiro, a massa foi às ruas urrar contra aumentos nas passagens de ônibus. Pouco depois, a filha do “rei dos ônibus”, deu de barato e casou-se usando um vestido de R$ 3 milhões.
Três dias depois, a turba quebrou o bairro chique do Leblon.
Um observador teria exclamado:
– Por que estão agindo assim? Não vejo nexo nisso tudo.
O Brasil vem gritando há mais de um mês: o rei está nu. Mas nem todos querem ouvir. Nem ver. Há uma diferença entre pornografia e obscenidade. Toda pornografia é obscena. Nem toda obscenidade é pornográfica. A pornografia é a obscenidade gratuita ou com interesse comercial. Pode-se estar nu vestindo terno e gravata. Os deputados federais e senadores estão nus. Renan Calheiros vive pelado e mãos nos bolsos para proteger seus ganhos. Até Joaquim Barbosa, presidente do STF, vem sendo desnudado. O mais incrível é que, quanto mais o Brasil enxerga a pornografia por trás das fatiotas, mais os nossos representantes tentam fingir que não é com eles.
A nudez maior, obscena, mostra tudo da crise de representatividade que abala o país. Os eleitos, embora votados, não conseguem mais representar a população, ou parte dela, que lhes joga na cara o desprezo sentido. A regra do jogo democrático consiste no reconhecimento pelo todo do escolhido pela parte.
Quando o todo já não consegue reconhecer a legitimidade do eleito pela parte, o sistema está nu ou apodrecendo. Os seus formalismos não conseguem esconder as imperfeições do conteúdo. Os vereadores de Porto Alegre foram desnudados pelos jovens que se instalaram na Câmara de Porto Alegre. Se não se faz omelete sem quebrar os ovos, não se passa por uma crise de representatividade e de legitimidade sem excessos. Na política, porém, a ordem dos fatores, vale repetir, pode alterar o produto. Os indignados brasileiros estão dizendo faz tempo que não suportam mais os excessos dos eleitos. No extremo, responde-se a excesso com excesso.
Qual o pior excesso? Os mais conservadores perderam o equilíbrio, saudosos dos tempos em que podiam silenciar seus oponentes no grito. Nos tempos atuais o que se exige é transparência: nudez total dos negócios públicos. Os jovens que se manifestam nas ruas querem levantar o véu, tirar a cobertura, revelar, descobrir aquilo que sempre é escondido por razões técnicas, políticas ou simplesmente sem explicação. Toda relação dos entes públicos com empresas privadas deve ser divulgada em todos os seus detalhes. O resto é pornografia. Renan Calheiros na presidência do Senado é um ato pornográfico chocante. Henrique Eduardo Alves na presidência da Câmara de Deputados é pornografia barata. A impossibilidade de se fazer uma reforma política já por consulta popular é indecente e resulta dos bacanais dos nossos representantes, que se misturam em todas as posições.
O rei está nu. O rei é político. Mas não é sem políticos que se resolverá o problema. A solução passa por mostrar todos pelados até que a bandalheira seja compreendida na sua profundidade ou na sua superficialidade escatológica. O discurso moralista quer cobrir as vergonhas políticas com folhas de parreira e reformas superficiais. O Brasil só vai sair da crise de legitimidade e de representatividade quando toda a pornografia política estiver exposta em praça pública, a começar pelas relações incestuosas com empresas de ônibus. O falso moralismo precisa virar moralidade.
A pornografia maior é um vestido de R$ 3 milhões com o dinheiro das passagens de ônibus.
Não tem nexo!
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Uma jovem que estava na ocupação da Câmara Municipal de Porto Alegre divulgou nas redes sociais fotos de manifestantes seminus dentro do plenário da Casa. "Foto simbólica da ocupação!", dizia a descrição de um álbum. Antes de as imagens terem sido apagadas do perfil, elas foram copiadas e compartilhadas por várias outras pessoas.
O grupo que ocupava o local foi procurado pela reportagem do G1 e da RBS TV, mas não se manifestou. O dia que o material foi feito não foi divulgado.
O presidente da Câmara, Thiago Duarte (PDT), disse que tomou conhecimento dos registros na manhã desta quinta-feira (18). "Vamos apurar as circunstâncias em que elas foram tiradas, para decidir o que será feito a respeito. É um desrespeito à Casa do Povo, e aquele não é o povo de Porto Alegre, é apenas um grupo".
Em uma das imagens, homens e mulheres dançam com poucas roupas. Em outra, manifestantes acenam para as câmeras com fotos de ex-presidentes da Câmara ao fundo.
Plenário da Câmara já foi desocupado
O manifestantes deixaram na totalidade a área interna do prédio da Câmara Municipal de Porto Alegre na manhã desta quinta-feira (18). Pouco depois, os vereadores protocolaram os projetos de passe livre e de abertura das planilhas das contas das empresas de ônibus. A juíza Cristina Luíza Marquezan da Silva, da 1ª Vara da Fazenda Pública, e a promotora de Justiça Maria Cristina Santos Lucca acompanham uma vistoria no prédio. A desocupação teve início na quarta-feira (17), após audiência de conciliação no Foro Central da capital do Rio Grande do Sul.
O manifestantes deixaram na totalidade a área interna do prédio da Câmara Municipal de Porto Alegre na manhã desta quinta-feira (18). Pouco depois, os vereadores protocolaram os projetos de passe livre e de abertura das planilhas das contas das empresas de ônibus. A juíza Cristina Luíza Marquezan da Silva, da 1ª Vara da Fazenda Pública, e a promotora de Justiça Maria Cristina Santos Lucca acompanham uma vistoria no prédio. A desocupação teve início na quarta-feira (17), após audiência de conciliação no Foro Central da capital do Rio Grande do Sul.
O impasse causou mal estar entre os parlamentares. "A relação com vereadores que apoiaram o manifestação foi rompida", disse pela manhã o presidente, Thiago Duarte.
Segundo o líder da bancada do PT na Casa, vereador Comassetto, o partido negociou a saída pacífica do movimento Bloco de Luta, junto com a OAB e o Judiciário.
Em nota, o PT informou que atuou de forma ativa para viabilizar a desocupação do local de forma célere e pacífica. "Durante os três primeiros dias, os vereadores de diversas bancadas ajudaram na tentativa de diálogo, estabelecendo uma mesa de negociação, que foi rompida de forma brusca pelo Presidente da Câmara, justamente no momento em que se estava chegando a um acordo para a desocupação da Casa", avaliou.
O acordo que foi cumprido previa que apenas metade do grupo saísse do local ainda na noite de quarta, o que representava cerca de 200 pessoas, incluindo crianças e adolescentes. O restante ficou no térreo da Casa até a manhã desta quinta, aguardando os parlamentares cumprissem o combinado. Segundo a assessoria do local, o prédio foi entregue limpo e em ordem.
Entre as reivindicações levadas à audiência, o Bloco de Luta também pedia a quebra do sigilo bancário das concessionárias que gerenciam o transporte público da capital, o fim do recesso dos parlamentares, a retratação pública do presidente da Câmara, Dr. Thiago Duarte (PDT), e a não criminalização do movimento. Todas elas foram rejeitadas.
O encontro de quarta foi mediado pela juíza Cristina e por representantes do Ministério Público. Na segunda-feira (15), a magistrada havia suspendido a medida liminar de reintegração de posse obtida pela Presidência da Câmara no sábado (13), alegando risco à integridade física dos manifestantes durante uma eventual ação com uso de força policial.
A ocupação completou uma semana na quarta. As atividades da Casa estavam suspensas desde o início da semana. Conforme o presidente da Câmara, a decisão foi tomada por medidas de segurança. As atividades no Legislativo devem ser retomadas ainda nesta quinta-feira.
Fonte: Portal G1
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Após ocupação em que manifestantes ficaram nus, Câmara de Porto Alegre passa por vistoriaAtivistas permaneceram no prédio por sete dias; 14 itens foram danificados
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Presidente da Câmara disse que as cenas de nudismo são "um desrespeito à instituição que é a Casa do povo"
Reprodução/Facebook
Diretores da Câmara Municipal de Porto Alegre, um grupo de ativistas e
oficiais de Justiça vistoriaram o prédio nesta quinta-feira (18), após
ser desocupado por manifestantes,
que permaneceram no local por uma semana. No auto de vistoria constam
14 itens que foram supostamente depredados. Entre os danos, espelhos ou
vidros rachados; cadeiras, portas e mesas também foram danificadas.
Além da mobilização para pedir o encaminhamento de projetos que criam
passe livre para estudantes e desempregados e abertura da planilha de
custos das empresas de transporte coletivo, os manifestantes chamaram a
atenção nas redes sociais por algumas atitudes ousadas que tomaram
durante a ocupação.
A de maior repercussão foi a postagem de fotos de um grupo de ativistas
nus, apenas com o rosto coberto por panos, dançando e posando diante da
galeria de ex-presidentes da Casa. Nesta imagem, os quadros de alguns
vereadores foram postos de cabeça para baixo e um jovem segura um
retrato da ex-vereadora e atual deputada Manuela D'Ávila (PC do B).
O presidente da Câmara, Thiago Duarte (PDT), considerou as cenas de
nudismo fotografadas dentro da sede do Legislativo como "um desrespeito à
instituição que é a Casa do povo". Também encarregou a assessoria
jurídica de verificar quais as medidas a serem tomadas no caso.
Durante o período em que permaneceu acampado no plenário do Parlamento,
o grupo chegou a ter 400 manifestantes e impediu a presença da
"imprensa tradicional" nas dependências da Casa. A saída foi pacífica.
Fonte: Portal R7
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Presidente da Câmara disse que as cenas de nudismo são "um desrespeito à instituição que é a Casa do povo"
Reprodução/Facebook
Além da mobilização para pedir o encaminhamento de projetos que criam passe livre para estudantes e desempregados e abertura da planilha de custos das empresas de transporte coletivo, os manifestantes chamaram a atenção nas redes sociais por algumas atitudes ousadas que tomaram durante a ocupação.
A de maior repercussão foi a postagem de fotos de um grupo de ativistas nus, apenas com o rosto coberto por panos, dançando e posando diante da galeria de ex-presidentes da Casa. Nesta imagem, os quadros de alguns vereadores foram postos de cabeça para baixo e um jovem segura um retrato da ex-vereadora e atual deputada Manuela D'Ávila (PC do B).
O presidente da Câmara, Thiago Duarte (PDT), considerou as cenas de nudismo fotografadas dentro da sede do Legislativo como "um desrespeito à instituição que é a Casa do povo". Também encarregou a assessoria jurídica de verificar quais as medidas a serem tomadas no caso.
Durante o período em que permaneceu acampado no plenário do Parlamento, o grupo chegou a ter 400 manifestantes e impediu a presença da "imprensa tradicional" nas dependências da Casa. A saída foi pacífica.
Fonte: Portal R7
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