29 setembro, 2008

Bagagem






Quando sua vida começa

você tem apenas uma pequena mala de mão,

Pequena, frágil.

À medida que os anos vão passando

A bagagem vai aumentando,

Pois existem muitas coisas que você

Recolhe pelo caminho pois pensa

Que são muito importantes.

Algumas realmente são.

Afinal, para que carregar uma mala

Se você não pode colocar nada nela?

Num certo ponto do caminho,

você começa a sentir o peso

insuportável da mala

Por carregar tantas coisas.

Nesse momento você pode escolher:

Ficar sentado à beira do caminho

Esperando que alguém o ajude...

Mas saiba que isso vai ser difícil,

Pois todos os que passarem por ali

já terão a sua própria bagagem...

Você pode optar por ficar a vida inteira

Esperando...

Muitas e muitas pessoas infelizmente

Ficam uma vida inteira à espera

De alguém que possa aliviá-las de seu peso...

Geralmente essas pessoas sempre estão aguardando

Que as pessoas com que se relacionam tenham

O poder de fazê-las feliz, que as alivie desse peso,

E ficam esperando e esperando...

até que seus dias se acabem.

Isso é somente existir e não viver,

Mas você tem uma outra escolha:

A de, você mesmo,

Aliviar o peso esvaziando essa mala.

Mas afinal o que vou tirar?

Comece tirando tudo para fora

Para observar tudo o que tem dentro!

Imagine quando arruma a sua bolsa ou pasta...

Você derrama tudo sobre a mesa

E começa a arrumar.

Então veja o que tem nela,

Amor, Amizade...

Nossa! Tem bastante!

Mas, para algumas pessoas pode ser

Que seja pouco!

Anote...

Pois talvez isso esteja lhe faltando!

Saiba que Amor e Amizade são coisas muito leves.

Tem algo pesado.

Você faz força para tirar:

É a Raiva! É verdade: ela pesa!

Nesse momento você percebe que

Tem mais coisas junto dela,

Como as Mágoas, Ressentimentos e Tristezas,

Parece que todas estão entremeadas.

Nesse instante, o desânimo quase

Puxa você para dentro da mala.

Afinal,

à medida em que vai retirando tudo isso,

você volta em seus sonhos e recordações,

decepções e frustrações.

Mas, calma!

Alguma coisa está pulando em sua mala.

Você a puxa para fora com toda a força

E logo aparece

Um sorriso de criança que estava sufocado

No fundo da sua bagagem.

Isso mesmo!

As melhores recordações de sua vida,

Daquela criança que você foi

Dos 5, 7 ou 9 anos de idade,

Da época que você se lembra.

Ela traz junto de si a Ternura, a Inocência

E pulam para fora a Paz e a Harmonia

E, junto à elas, a Felicidade.

Agora...

você vai ter de procurar a Paciência

Dentro da mala,

Pois vai precisar muito dela na vida.

Procure, então, o resto:

A Força, a Esperança, a Coragem, a Fé,

A Motivação, o Equilíbrio, a Responsabilidade,

A Disciplina, a Tolerância

E o bom e velho Humor!

Está tudo lá, é só você olhar com muita atenção.

Tire a Preocupação também.

Deixe-a de lado!

Depois você vai entender o que fazer com ela.

Pronto.

Sua bagagem está pronta para ser arrumada de novo.

Mas pense bem no que vai colocar lá dentro outra vez!

Agora é com você.

Perceba o valor de cada coisa,

Das coisas boas e também das coisas más,

Que lhe fizeram entender a vida

Mas que não podem ficar com você.

Liberte-se delas, descarte-as, chegou a hora,

Chegou o seu momento!

Se você não souber como fazer isso,

Posso te dar uma dica...

Escreva tudo o que o magoou,

Que lhe trouxe ressentimento, dor!

Escreva muito...

Depois, procure algo importante dentro da sua mochila...

Hummm...

Parece mais com um frasco...

Ali está! Esse mesmo!

É pequeno, mas muito, muito eficaz: O Perdão.

Pratique-o muito,

não uma ou duas vezes, mas muitas;

Esse remédio vai acabar com toda Mágoa,

Ressentimento e Dor...

E vai desvincular você de toda a Raiva,

Vingança e Injustiça,

Coisas que jamais devem fazer parte

De sua bagagem.



27 setembro, 2008

Filha do Sofrer



A very dark poesie...



Não te perdôo vida,

por tudo que me negaste,

Por todos os virgens sonhos

que brutalmente me roubaste,

ao castrar a flor da alegria

da juventude dos meus dias

Choro pelo aborto das fantasias,

que molhadas de tristezas,foram

estupradas do feto do viver

Por que me fizeste

a filha maldita do sofrer?

Não me deste se quer

o direito de ver o sol,

com os olhos da felicidade

Será que a faca da maldade,

irá sempre ferir meus dias

até a dor morrer

nos frágeis braços da infelicidade,

ou ainda irás amordaçar meu coração

nos escuros guetos da solidão,

para que ele jorre a última gota de sangue,

e sacie a tua sede de crueldade?


Zena Maciel



Dueto: Separação... (aos amores perdidos...) e preparando-me ... (ao inevitável)



Separação... (aos amores perdidos...)

Que a distância e a frieza do tempo
Não apaguem em mim o som do seu riso
Pois seríamos amor se as circunstâncias
não fossem íntimas do equívoco.

Que a poesia possa me perdoar,
Pelo silêncio em todos os meus sentidos.
Que os mais reticentes possam entender
Que eu não justifique minhas lágrimas
E tampouco o silêncio do meu lamento...

Que a solidão, em alguns momentos, não seja maior
Que as lembranças tantas das quais me alimento
E se em noites mais longas de inverno, a palidez da lua,
A alma de poeta, o vinho, a dúvida de humana natureza me aflijam,
que eu mesmo entenda e me volte a certeza:
há momentos em que o próprio amor fraqueja...

(Tonho França)




Preparando-me... (ao inevitável)

Que eu possa sentir a dor e aceitar
o vazio do estímulo, a ausência da poesia no ar,
o aroma que não espargiu, o vinho que secou,
o olhar que nada achou, a lágrima que não rolou...

Nem sempre o que acaba torna-se um nada:
há fragmentos azuis a recordar,
sorrisos tolos que teimam em revisitar a face,
noites estreladas e conselheiras,
mesmo com a mesa vazia,
com a lareira apagada e a alma sem energia...

Amores não se perdem, volateiam...
Reencontram-se em outras esquinas,
perduram ou não duram... escasseiam...
Mas se é fraco, não é amor,
e não há tempo em que ele renasça
para reunir as mesmas taças,
afagar cansaços, fazer soar novamente o sino...
Preparo-me para que a tua debilidade
não seja a mortalha de uma futura saudade...

(Marise Ribeiro)


A Flor da Honestidade




Conta-se que por volta do ano 250 a.C, na China antiga,

um príncipe da região norte do país,

estava às vésperas de ser coroado imperador,

mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar.

Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa"

entre as moças da corte ou quem quer

que se achasse digna de sua proposta.

No dia seguinte, o príncipe anunciou que

receberia, numa celebração especial,

todas as pretendentes e lançaria um desafio.

Uma velha senhora, serva do palácio

há muitos anos, ouvindo os comentários

sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza,

pois sabia que sua jovem filha

nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe.

Ao chegar em casa e relatar o fato à jovem,

espantou-se ao saber que ela pretendia ir à celebração,

e indagou incrédula:

- Minha filha, o que você fará lá?

Estarão presentes todas as mais belas e ricas

moças da corte.

Tire esta idéia insensata da cabeça,

eu sei que você deve estar sofrendo,

mas não torne o sofrimento uma loucura.

E a filha respondeu:

- Não, querida mãe, não estou sofrendo

e muito menos louca,

eu sei que jamais poderei ser a escolhida,

mas é minha oportunidade de ficar

pelo menos alguns momentos perto do príncipe,

isto já me torna feliz.

À noite, a jovem chegou ao palácio.

Lá estavam, de fato,

todas as mais belas moças,

com as mais belas roupas,

com as mais belas jóias

e com as mais determinadas intenções.

Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio:

- Darei a cada uma de vocês, uma semente.

Aquela que, dentro de seis meses,

me trouxer a mais bela flor,

será escolhida minha esposa

e futura imperatriz da china.

A proposta do príncipe não fugiu às profundas

tradições daquele povo,

que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo,

sejam costumes, amizades, relacionamentos etc...

O tempo passou e a doce jovem, como não tinha

muita habilidade nas artes da jardinagem,

cuidava com muita paciência e ternura

a sua semente,

pois sabia que se a beleza da flor surgisse

na mesma extensão de seu amor,

ela não precisava se preocupar com o resultado.

Passaram-se três meses e nada surgiu.

A jovem tudo tentara,

usara de todos os métodos que conhecia,

mas nada havia nascido.

Dia após dia ela percebia

cada vez mais longe o seu sonho,

mas cada vez mais profundo o seu amor.

Por fim, os seis meses haviam passado

e nada havia brotado.

Consciente do seu esforço e dedicação

a moça comunicou a sua mãe que,

independente das circunstâncias retornaria ao palácio,

na data e hora combinadas,

pois não pretendia nada além de mais alguns momentos

na companhia do príncipe.

Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio,

bem como todas as outras pretendentes,

cada uma com uma flor mais bela do que a outra,

das mais variadas formas e cores.

Ela estava admirada,

nunca havia presenciado tão bela cena.

Finalmente chega o momento esperado

e o príncipe observa cada uma das pretendentes

com muito cuidado e atenção.

Após passar por todas, uma a uma,

ele anuncia o resultado e indica a bela jovem

como sua futura esposa.

As pessoas presentes tiveram as mais

inesperadas reações.

Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido

justamente aquela que nada havia cultivado.

Então, calmamente o príncipe esclareceu:

- Esta foi a única que cultivou a flor

que a tornou digna de se tornar uma imperatriz.

A flor da honestidade,

pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.

A honestidade é como uma flor tecida em fios de luz,

que ilumina quem a cultiva

e espalha claridade ao redor.



26 setembro, 2008

Trilogia (da companhia) em dourado













O aroma da paisagem




Em longos dias de estio,
Uma deliciosa indulgência prevalece,
Desprezando o deslizar dos ponteiros,
Vivo a angústia da imobilidade.
Sinto saudades de lugares desconhecidos.
Anseio pela solidão da distância,
Mergulhado na multidão,
Desfrutando da paixão pelo inesperado.

Correr e investigar a madrugada,
Sorver as surpreendentes cores,
Seguir o aroma da paisagem,
Partilhar o horizonte num sorriso,
E encontrar a cornucópia dos sentimentos.
Fundi-los numa tela imaterial,
Dos mais suaves contrastes feita,
Onde o sol alimenta as sombras.

M.Daedalus


13 setembro, 2008

Apostando numa relação.



Algumas vezes, passamos longo tempo apostando numa relação, acreditando que pode dar certo e que ainda não esgotamos todas as possibilidades. Até por isso, recentemente escrevi um artigo chamado "Não precisa ser para sempre, mas precisa ser até o fim!".

Alimentamos idéias que julgamos ser compartilhadas com o outro, sentimentos que nos parecem recíprocos e, deste modo, vivemos uma ilusão sem nos darmos conta.
É claro que quando isso acontece, nunca somos totalmente ingênuos a ponto de não questionarmos nada, de em nenhum momento duvidarmos da profundidade e da veracidade sobre o que está acontecendo.
Afinal, bem lá no fundo, por mais que tentemos negar, sabemos quando algo
não vai bem num relacionamento; sentimos quando um encontro é duvidoso, quando as palavras parecem suspensas, quando as atitudes são frágeis demais.

Mas ainda assim, insistimos. Chegamos a perder a noção de nossos próprios
limites e já não sabemos o quanto queremos, o quanto merecemos. Perdidos num desejo que parece maior que os fatos gritando diante de nossos olhos, somos capazes - algumas vezes - de cometer insanidades em nome de uma conquista.

Até aí, creio que tudo isso seja, sobretudo, humano. Não há pelo que se
lamentar; somente o que aprender! Mesmo porque, para quem está comprometido com seu amadurecimento, em busca de uma condição mais evoluída, há de chegar o momento em que, finalmente, a "ficha cai"!
Depois de recorrentes decepções, a gente compreende e consegue enxergar o que existe de fato e o que não existe e simplesmente nunca vai existir; tal
qual um veredicto - a exemplo do título do livro de Greg Behrent e Liz
Tuccillo: "Ele simplesmente não está a fim de você".

É isso: o outro não gosta, não quer, não está disposto e a gente se recusou
Veementemente a aceitar e respeitar esse direito que ele tem (também escrevi
o artigo "O outro tem o direito de não gostar de você"... link nesse blog Memória 200 giga!: O DIREITO DO OUTRO DE NÃO GOSTAR DE VOCÊ).
Mas quando a "ficha cai", é como se algemas se abrissem, cordas se desamarrassem, correntes se desenlaçassem: livres, enfim, estamos livres!

Tornamo-nos libertos de uma mentira que contamos a nós mesmos.
Percebemos, felizmente, que o caminho por onde andávamos não nos levaria a lugar algum. E, de repente, a gente desperta, como quem sai de um sonho
Confuso e angustiante: acordamos!

Meu desejo é para que você acorde, abra os olhos e se veja! Redescubra-se ilumine-se e, mesmo que lentamente, volte a brilhar. E que a cada
desconstrução, você possa se reconstruir...
Que a cada desengano, você possa renascer. A cada decepção, você possa
Reascender... E feito gente que você é, que consiga gentilmente se dar a
Chance de recomeçar, ainda que - de novo - possa se enganar!

Mas, a despeito de todos os seus equívocos, que você nunca perca a coragem
de seguir o seu coração e apostar tudo o que você é em suas mais intensas e
Nobres intenções!

Para que, depois do fim, sobrevivam dois corações inteiros, íntegros e
capazes de se dar ainda mais: o seu e o de que você amou!


(Rosana Braga)

09 setembro, 2008

Retalhos da Alma XC




Retalhos da Alma XC

"Se você chegasse agora,
mandaria a saudade embora.
Esqueceria de vigiar as horas,
só para não ver você partir "
(Zena Maciel)

"Se você chegasse agora,
te amaria sem demora,
como nunca te amei,
Sem lembrar das horas"
(Candy Saad)

Não adianta segurar o tempo
nem as horas vazias
quando os sonhos fogem
e a saudade fica na poesia.
(Maria Thereza Neves)

" Se eu retornasse ao tempo
mandaria a tristeza para longe.
Esqueceria de contar os segundos,
para não relembrar a sua partida"
(José Ernesto Ferraresso)

"Se você chegasse agora
eu suspenderia o tempo
e ficaria com você, sem passado,
e por toda a eternidade"
(Cerriky)

"Sei que você não virá
Passou da hora
Agora é tarde
Não existe eternidade"
(Cerriky)

Se você viesse agora
lhe mandaria embora
Seu lugar foi outrora
Não há mais espaço nessa hora
(Cerriky)


Sem tempo para vir, você ficou
Sem tempo para ficar, você foi
Com tempo de sobra, delirei
e, nesse tempo, te matei.
De saudade me esvaziei.

Sem tempo para mim
Saudade você deixou
Sem tempo para mim
Jamais você se recuperou
Minha vida revisei
e vi que jamais parou
(Cerriky)


07 setembro, 2008

Aforismos para um você Tudo e Nada





Aforismos para um você
tudo e nada

Você é a mais perfeita obra
Da minha criação
Você é mais perfeita obra
Da minha doce ilusão
Eu adoro você
Mas você não existe...
A não ser na minha imaginação

--------------- ------------------------

Você é a mais perfeita obra
... Da minha carência
Você é a mais perfeita obra
... Da minha doce inocência
Amo você
Mas você não existe
A não ser na minha obstinada irreverência!

Cerriky - CRK


CORPOGRAFIA






CORPOGRAFIA

Tu te colocas nu diante dos fatos,
Precisas revelar a anatomia
Que mostra o outro lado dos retratos
Quando a realidade te anuncia.

Mas é na tua dor mais arredia
Que tua utopia se revela;
No fundo, não és só fotografia,
És muito mais que as cores de uma tela.

Tu mostras o teu corpo... e tua alma ?
...perdeu-se numa lágrima macia ?
Ou se reproduziu dentro da calma
Do sonho que o silêncio denuncia ?

Teu corpo se projeta nos espelhos
Que a vida desenhou... o tempo passa
E quando a solidão te dá conselhos,
A dor no teu espelho ri... sem graça.

Luiz Gilberto de Barros


05 setembro, 2008

Solidariedade por petição



O título estranho e pouco comum desta postagem refere-se a possibilidade de auxiliar pessoas no mundo todo através de petições on line feitas pelo grupo Avaaz.org, que significa voz em várias línguas asiáticas, européias e do oriente médio.
Eu assino algumas das petições que me são encaminhadas.
Veja você mesmo o que tem sido feito por esse grupo e decida-se. O link do "quem somos" dele está aqui
http://www.avaaz.org/po/about.php

A mais recente petição que está sendo organizada pelo grupo está abaixo. Eu já assinei.
Acho muito legal exercitar a solidariedade nas suas conexões com a política (no sentido de tomar posição e fazer escolhas) e com a espiritualidade (no sentido de que ações são associadas às preces, mentalizações e práticas afins).
Fazer orações e pedir a Deus que ajude as pessoas e colocar tudo nas mãos dele, pode ser uma atitude religiosa, de fé e até mesmo espiritual, mas, muitas vezes não basta. É necessário ação.
Essa participação assinando petições... é uma delas.

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Imagine o mar subindo ao seu redor comendo as praias, invadindo as casas, destruíndo plantações e contaminando as fontes de água potável. Você mora em uma ilha e ela está desaparecendo sob o mar, sua única esperança é migrar para outro país onde você não será legalmente reconhecido como um refugiado legítimo. Isso não é um pesadelo e sim a realidade de milhares de pessoas que vivem em ilhas e zonas costeiras de várias partes do mundo, principalmente no Oceano Pacífico e Índico.

Justamente por isso, os governantes de países-ilhas estão tomando uma atitude dramática: eles irão pedir para o Conselho de Segurança da ONU lidar com o aquecimento global como uma ameaça à paz e segurança internacional.

Essa é uma jogada ousada pois o Conselho de Segurança da ONU não se vê como responsável pelo aquecimento global. Porém, o apelo dos países-ilhas se justifica pois as mudanças climáticas colocam em risco a vida de milhares de pessoas, assim como uma guerra. Eles estão mostrando que os desastres ambientais estão acontecendo agora, ao invés de algo que só irá afetar futuras gerações. Os países insulares irão enfrentar o poderoso lobby dos grandes poluidores, por isso eles precisam do nosso apoio. Assine a petição no link abaixo, ela será apresentada pelos embaixadores dos países-ilhas durante sua visita à ONU semana que vem:
http://www.avaaz.org/po/islands_climate_warning?cl=124957118&v=2120

O Círculo Polar Ártico está derretendo tão rápidamente que pela primeira vez na história, é possível atravessá-lo de barco. Furacões e outros fenômenos extremos estão aumentando em intensidade e quantidade. As nações-ilhas cujos pontos mais altos estão há poucos metros do nível do mar estão em situação desesperadora tendo que preparar planos de evacuação para garantira a sobrevivência de sua população.

Ilha habitada desaparece sob águas da costa da Índia:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u15766.shtml

02 setembro, 2008

MEUS CICLONES, por Ceres Marylise





A cama não me adormece
nesta madrugada insone
e sorrateira resvalo
entre as portas da varanda.

Meu refúgio é um jardim
e um frio orvalho me anima
ao me olhar nos espelhos
de duas calmas piscinas.

Observo a magra lua
e o crescimento da noite
que num gélido abraço,
a envolve mais escura.

Aqui do ponto onde estou,
enquanto a noite se arrasta,
sob o açoite do vento,
meu pensamento divaga.

Ouço os ruídos da noite
porém me faltam palavras
que justifiquem os temas
que trazem vida aos poetas.

Expresso-me então do nada
mas sempre atenta à vida,
neste bucólico espaço
que me serve de guarida.

Sem o calor da emoção,
este momento é instável
e então converso comigo,
sobre meus dias e noites.

Resgatando meus ciclones,
recompondo meus cristais,
que a vida mesma quebrou
e ainda quer muito mais.


Saudade






SAUDADE

De mansinho pousa suas asas
em nossas emoções.
Sem a menor sensibilidade
assenta-se em amores perdidos,
em almas pungidas
onde retinem sons antigos,
sonhos concebidos.
mas não vividos...
É o canto triste do amor
que desencantou,
o acalanto onde deflui o pranto.
É o passado presente, latente,
no melindrado coração
que se ressente.
É dor que não se vê,
sem ter cura, num eterno doer.
É ferida que não cicatriza,
marcas das mazelas da vida.
Saudade...
Temporada de partida...
Encontros que se desfizeram,
desencontros que revelam
neste curto espaço de tempo,
onde a existência nos escapa.
É a esperança oculta
na lágrima que cai lenta.
É a felicidade irrompendo
em puro desalento.

Anna Peralva