24 julho, 2012

Luz no fim do túnel. É?



Fui numa igreja, vazia, fazer uma prece.
Gosto do silêncio que se cria na ausência das
missas e das rezas das católicas de plantão.
Católicas porque são quase todas mulheres.
Fui na lojinha comprar uma vela pequena.
A mulher me ofereceu uma de "7 dias".
Disse que com-uma-dessas eu ficaria
em paz e tranquilo por sete dias.
Não comentei e olhei para ela com 
"cara de samambaia"
pensando no mercado da fé e
da prática espiritual.
Acho que o meu silêncio a incomodou, 
pois por três vezes,
e sem que eu fizesse cometário algum,
ela me disse:
- É bom rezar e buscar uma luz no fim do túnel, né?
Como continuei em silêncio e sem esboçar qualquer sinal 
de concordância ou discordância, 
ela insistiu e repetiu o né ao final da frase:
Né?
Eu disse, querendo sair daquela prisão:
- No meu caso, é luz no meio do túnel, 
porque no fim do túnel sempre tem luz.
E fiz nova pausa.
Ela me olhou como se eu tivesse vindo de outra galáxia
- e decididamente não fez cara de samambaia - 
e uma pequena sombra interrogativa passou pelo seu olhar.
Foi quando completei:
- Em algum lugar, o túnel termina e daí tem luz natural.
Mas no meio do túnel pode estar escuro, 
dependendo de onde a gente está.
Um lampejo de percepção se fez em seus olhos, mas então, 
para meu espanto, ela concluiu:
- É bom uma luz no fim do túnel.

Para não falar em moral da história, mas para dizer que é (MUITO) comum 
encontrarmos pessoas que simplesmente não pensam e não raciocinam
sobre o que lhes é dito e que continuam com a ideia fixa no
que já estavam pensando, sem realmente ouvir o que
lhes está sendo dito. 

Só ouvem o que está
se lhes passando pela cabeça::
um exemplo de "diálogo surdo" 
ou de um monólogo acompanhado.

Sabe quando a pessoa quer te dar uma força,
mostrar que "te entende"...
sem você ter dado qualquer indício
do que está querendo ou precisando?
Então ela "enfia" na sua frente alguma frase pronta,
generalista e/ou de efeito, que mais te
aprisiona do que te convida a falar?

Pois é!
Não que eu quisesse falar alguma coisa com ela...

Na real, 
eu não estava sintonizado com luz 
nem no início, nem no meio e nem no fim do túnel.
Mas ela me criou "esse problema".
Só rindo mesmo... é patético.

Também se vai na Igreja, vazia, para meditar,
fazer uma pausa, agradecer... orar por
quem se quer ou para si próprio...




20 julho, 2012

O amigo e as atitudes amigáveis




Fish: Change of heart

A identidade de amigo
é posta e reposta nos comportamentos e atitudes que vão sendo tomados pelos
atores sociais e afetivos dessa trama.
Tecido cuidadosamente tecido, vai sendo alinhavado e costurado com ações, afetos,
afinidades, respeitos. Intimidades: platôs de intensidade que são heterogêneos na sua convergência para o centro nuclear do vínculo.

Tem aqueles que são amigos (identidade configurada pela continuidade temporal e espacial).
Tem aqueles que estão amigos (característica configurada por variações - ao infinito - na "duração" têmporo-espacial).

Que diferença há entre uma e outra atitudes?
Nenhuma, a rigor, pois amigos (que têm a identidade de amigo) fazem e dizem coisas que não são DO amigo, mas da humanidade deles.
E tem pessoas que não tem a identidade de amigo, que fazem e dizem coisas que são de amigo (e, assim, não DO amigo).

Eu gosto de ambas, dos que são e dos que
estão amigos.
Atitudes e ações amigáveis não identitárias são fundamentais e até imprescindíveis para a mudança no e do mundo em que vivemos.

Amizade não tem idade.
Se dá no aqui-agora da intensidade.
É uma fatia da eternidade.


Enigma: Back to the rivers of believe


Therion: The siren of the woods


A todos que me consideram seu amigo
e a todos que eu considero meus amigos
o meu abração, neste e em todos os dias.
(Isto inclui os que tem identidade de amigo e 
os que não a tem, mas que estiveram amigos com suas
atitudes e ações numa duração de eternidade, 
... em todos os tempos).



13 julho, 2012

O rock e (é) a diferença




O que se produz de novo nada é nos objetos, mas no espírito que os contempla, é
uma ‘fusão’, uma ‘interpenetração’, uma ‘organização’, uma conservação do
precedente que não desaparece quando o outro aparece, enfim, uma contração que se
faz no espírito.” (DELEUZE, 1999, p. 115).

Minha homenagem ao rock no seu dia mundial
vai com a banda Therion: 











"Touring with Therion was different, 8-10 people on stage + 4-5 in the crew. Having our own bus is a good thing and having females around also kills some of the macho vibes."
(Mats Leven, vocalista da banda de 2004 a 2007)