19 fevereiro, 2011

Animation (of life) - Jon Anderson





When I was young I had thoughts of a kind,
that still linger entwined with realities reasoning
I'd sit on the hill side and look out far yonder,
imagine I'd easily fly away, to where? I don't know,
But the imagery caught by my quick imagination would lift me
my spirit to conquer a fall
Well now let me tell you the simplest of stories
We've all been through this moment and really we've all been through this birth

All praise this glorious chance of life
All praise this wonderous feeling too
All praise this time we all go through
This pain,
This light, we bare so fast
Rebirth at last


And I wanted to be by my wife
As she'd laboured and given
The child a life, she the purest soul
So I wanted to be by her side
For the very first time I said
For the full and simple reason
Well I wanted it, well yes I did

As a Mother and Father of innocence
Gladly helping a child to this world
There was more than relief on our minds
It was like touching moments in History
Not just for a memory
With the help of those dear people
Who could have thought for a better reason of just wanting to be there
Who could have thought for a better reason of just wanting to be there
Who could have thought for a better reason of just wanting to be there
For the full and simple reason
Well I wanted it, wanted it, wanted to be there

Out in a whispering of time
Can a Mother and Child love right away
Mother and Father as their right accept a reason
As the child's eyes that dream on and dream a life away

So the moment I thought about release of life that comes on
And how hopefully wise we become with each passing day
I wondered at this devine "Animation Of Life"
As the moment her eyes opened wide
I could see it was her first day was her first sound
Time had stood still
Brought my knees to the ground

The moment I saw the look in her eyes
I knew I was captured by an angel in disguise
And as I sit on that green covered hill long ago
The memory of a deeper love inside me flows


Oh -- it comes and it passes through you
Oh -- it comes and it passes through you

Tell me things that our forefathers have tried
I'll tell you there's nothing in life to touch the birth of a child,
I want these words to linger on and on for I was there beside my loved one

Oh tell me there is nothing like seeing the birth of a child
So tell me the thought
the memory
lingers so.

18 fevereiro, 2011

Victor Hugo sobre o belo e a pessoa encantadora




Neste mundo o belo
é necessário. Há mui
poucas funções tão
importantes como esta
de ser encantadora.
Que desespero na floresta
se não houvesse o colibri!
Exalar alegrias, irradiar
venturas, possuir no meio
das coisas sombrias uma
transmutação de luz, ser
o dourado do destino,
a harmonia, a gentileza,
a graça, é favorecer-te.
A beleza basta ser bela
para fazer bem.

Há criatura que tem consigo
a magia de fascinar tudo
quanto a rodeia; às vezes
nem ela mesmo o sabe, e
é quando o prestígio é
mais poderoso;
a sua presença ilumina,
o seu contato aquece;
se ela passa,
ficas contente;
se pára, és feliz;
contemplá-la
é viver; é a aurora
com figura humana;
não faz nada, nada que
não seja estar presente,
e é quanto basta
para edenizar
o lar doméstico; de todos
os poros sai-lhe um paraíso;
é um êxtase que ela distribui
aos outros, sem mais trabalho
que o de respirar ao pé deles.
Ter um sorriso que - ninguém
sabe a razão - diminui o peso
da cadeia enorme arrastada
em comum por todos
os viventes, que queres
que te diga?
É divino.

- Victor Hugo -





13 fevereiro, 2011

Ode ao ser humano, por Juremir Machado da Silva

Ode ao ser humano    



Nestes tempos em que se tornou moda falar mal dos homens, quero fazer uma ode ao ser humano. Não apenas uma ode ao homem, mas uma ode ao comportar-se humanamente, ser humano, no sentido nobre que essa palavra já teve. O ser humano, como sabemos, é capaz de tudo, do pior e do melhor, de produzir as pirâmides do Egito e a ditadura do Hosni Mubarak. É a sua complexidade que fascina. Vejamos o caso do amor entre seres humanos. O amor que realmente conta é aquele que impõe condições, que faz exigências, que se manifesta, cobra, provoca e, até, rompe. Um amor incondicional não é humano ou é doentio. Trata-se de submissão, de subordinação ou controle sobre um objeto. Quem precisa de amor incondicional quer dominar alguém.

O ser humano não é o centro do mundo, mas é o único que pode, por enquanto, pensar sobre a ideia de centro do mundo. É também a única espécie que pode contestar a existência de espécies em favor de uma relação mais equilibrada e justa com outras espécies. A humanidade já produziu Shakespeare, Mozart e Hitler, o que nos faz desacreditar e acreditar nela ao mesmo tempo. Carregamos a possibilidade do bem e do mal. Somos os únicos a poder viver o dilema dessa escolha ou o sofrimento de ser arrastado por uma força maior do que nossa consciência. A espécie humana não é a única a comer outros animais. Nesse quesito, vacas e cavalos continuam superiores a nós, pois são vegetarianos, embora não por virtude, apenas por imposição da natureza. Somos os únicos a poder pensar na possibilidade de mudar de hábitos alimentares.

Assim como o conceito de etnocentrismo, inventado pelos antropólogos ocidentais para combater o preconceito em relação a outras culturas, não pode se converter em ódio a totalidade da cultura ocidental, a certeza de que o homem não é o centro de tudo, mas parte do universo natural, não pode se transformar em desprezo ao humano. A criminalidade humana continua maior em lugares onde há menos desenvolvimento humano, ou seja, social, econômico e cultural. Há mais violência em El Salvador do que na Inglaterra, mais no Rio de Janeiro do que em Londres, mais em Alagoas do que na Bretanha. Há outra parte da violência que vai além disso e faz parte do mistério animal humano. O humano é um ser estranhamente genial.

Especialistas dizem que estamos no pós-humano, entendendo que passou o tempo de nos considerarmos o centro de tudo e, especialmente, que vamos nos transformando em ciborgues, com próteses como marca-passos, órgãos transplantados, óculos e outros elementos artificiais incorporados ao organismo natural. O pós-humano é mais uma invenção da humanidade. Só a humanidade pode tomar a decisão de destruir o planeta ou de tentar salvá-lo. Só ela pode optar pela proteção das outras espécies ou devastá-las. Toda vez que ouço as sonatas de Beethoven, o que faço com frequência, tenho certeza de que a humanidade vale a pena. Desacreditar nela é um clichê tratado com ironia por alguns filósofos deliciosamente rabugentos e com rabugice por algumas pessoas com preguiça de pensar na complexidade do ser.

Juremir Machado da Silva | juremir@correiodopovo.com.br

Matéria na edição de DOMINGO, 13 DE FEVEREIRO DE 2011 do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre.

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Achei mesmo muito legal esse texto do Juremir.
Sobre o amor universal... uma questão igualmente complexa e altamente paradigmática, já que
o tal amor universal surge, pelo que sei, de uma apropriação condensada e híbrida feita pelo ''mundo ocidental' de muitos conceitos, idéias e filosofias religiosas orientais.
Também nos textos espíritas ouve-se e escreve-se muito essa expressão.

Será esse sentimento também uma produção humana? 
Do humanismo? 
Da humanidade?

Se, como diz Juremir (no meu entender, brilhantemente) "quem precisa de amor incondicional quer dominar alguém", também estaria 'correto' dizer que quem o sente e oferece, "abriu mão" de todo e qualquer desejo ou tentativa de controle e domínio?

É possível sentir amor incondicional 'todo o tempo'? Ou "só de vez em quando"?
Quem chega (atinge?) nessa/essa condição, tornou-se um passivo e acomodado que fecha os olhos e os pensamentos ao seu destino e a ele submete tudo?
Ou, ainda, é um ser "evoluído" que a tudo entende e respeita?

Se, ao invés de precisar, usarmos a palavra querer, experimentar, vivenciar... o amor incondicional...
estamos falando de outra coisa que não a vontade de poder, controle, domínio? 
Se sim, sobre o quê estamos falando, então?

Esse "amor incondicional é uma falácia, uma possibilidade buscável e possível, uma realidade experimentada ou uma terminologia inventada para oprimir espíritos livres?

Será o 'espírito livre' alguém que já passou pelas provações e está pleno de amor universal?
É preciso passar pelas provações para conhecê-lo?
Ou ele é possível e passível de ser alcançado pelo desejo, vontade, motivação, treino, rito?

Será esse amor uma condição religiosa? 
Filosófica?
Existencial?
Pessoal? 
Coletiva?
Individual?
Transcendental?
Espiritual?
Ambas?
Todas as acima?
Será outra coisa?

Estará ele 'disponível' para todos os seres humanos?
Somente para alguns?

O que é o amor universal?
O que é como sentimento? Sensação? 

Enfim, essas perguntas são condição de "pensar na complexidade do ser?

Em português, "amor" é um substantivo masculino e "incondicional" é um adjetivo.

04 fevereiro, 2011

Edgar Morin sobre o amor, (fragmentos)



Recebi essa bela postagem no orkut:

Se o amor é a união suprema da sabedoria 
e da loucura, temos que assumir o amor. 
Se a poesia transcende sabedoria e loucura, 
temos que aspirar o estado poético 
e evitar que a prosa absorva as nossas vidas que são, 
necessariamente, tecidas de prosa e poesia.

- Edgar Morin -


À qual respondi assim:

Muito lindo esse texto do Morin.
Não conhecia.
Obrigado.


&


Linda parceria:
Amor, loucura, sabedoria
Prosa e poesia!
Uma real entropia?
Uma possível utopia?
(Cesar RK)



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Nota: fonte Wikipédia
Entropia :


"A entropia (do grego εντροπία, entropía) é uma grandeza termodinâmica que aparece geralmente associada ao que se denomina, não em senso comum [1], de "grau de desordem" de um sistema termodinâmico. Em acordo com a segunda lei da termodinâmica, trabalho pode ser completamente convertido em calor, mas calor não pode ser completamente convertido em trabalho. Com a entropia procura-se mensurar a parcela de energia que não pode mais ser transformada em trabalho em transformações termodinâmicas.


A entropia é uma função de estado cujo valor (sempre) cresce durante processos naturais em sistemas isolados..."


Gostei da parte "cresce em sistemas isolados..."
Quantas coisas se pode tirar daí...

02 fevereiro, 2011

Omar Khayyam sobre "o hoje que pode ser doce" e Dead Can Dance








"Ah, encha a Taça:
- de que vale repetir
que o Tempo passa
rápido sob nossos pés?
Não nascido no amanhã,
e falecido ontem,
Por que angustiar-se
frente a eles
se o Hoje pode ser
doce?"

Omar Khayyam 





Essas duas músicas são tão extraordinárias 
que vale fechar os olhos para ouvir e "ver".
Também dá para fazer o giro sufi e 
entrar em êxtase... rapidinho. Rsrsrs.
Como um derviche!
(Dervixe também está certo).