Eles existem e estão à solta.
Atendem por nomes comuns e nem sempre são facilmente identificados. Andam sozinhos ou acompanhados e atacam a qualquer hora do dia e da noite... em qualquer lugar. Geralmente são bonitos e, muito mais importante do que isso, é a SENSAÇÃO de beleza que deles emana em direção aos ... nossos olhos!
Invariavelmente são muito, muito, inteligentes, sedutores e manipuladores. Seu poder é o poder de inebriar e encantar. Quando você vê... já está mordido. Tome cuidado... porque eles tiram até a última gota... da sua energia. Sim, eles são os vampiros energéticos. A mordida... não deixa... furinhos no pescoço!
Eles, esses vampiros energéticos, não dormem em esquifes
forrados de vermelho e não têm medo da cruz...
Não se vestem com capas forradas de golas altas...
e não bebem sangue...
Eles gostam de deixar você sentindo falta deles e fazer com que
você fique, rapidamente, mas muito rapidamente, envolvido...
completamente envolvido.
E... é nesse seu envolvimento... que eles NÃO se envolvem!
Pronto. A mordida funcionou. Você foi contaminado.
Contaminado pelo vício de querê-los, mais e mais...
Detalhe importante: você não se dá conta disso.
Ao ser indagado... pelo jovem iniciado, sobre quais seriam os alimentos preferidos dos vampiros, o mestre respondeu: "O cardápio é tão vasto e variável que é quase impossível listá-lo... Enunciá-lo, na íntegra, é difícil... porque esse cardápio energético... vai se modificando ao longo e durante o próprio ato de degustá-lo!
Esse é um dos segredos, muito bem guardado pelos vampiros. Em todo caso... podemos citar: atenção, ternura, carinho, decisão, amor, apreço, humildade, perdão - sim, perdão... eles adoram ser perdoados pelos seus erros, sempre repetidos! - solidariedade, vergonha (claro, eles se alimentam do seu constrangimento, da vergonha que você sente... por eles, no lugar deles), simpatia, aceitação... inteligência - eles amam e chegam a idolatrar pessoas inteligentes, muito inteligentes... porque, assim, com essas pessoas, estabelecem uma relação de espelho... que dificilmente se quebrará... este é um espelho no qual eles podem mirar-se!"
Então Mestre, falou o estudioso dos mistérios, eles se alimentam de sentimentos, atitudes e ações!
"Sim... e com um aprimoramento em dissimulação raramente visto. Até nós próprios, os magos e magas, não conseguimos ser tão dissimulados quando necessitamos - risos - nesse sentido, eles nos ganham longe!
Mas veja, não esqueça de uma coisa muito importante: nem sempre eles são maus e perversos.
O que são então, perguntou.
A resposta do mago-mor saiu como uma flecha, que sabe que seu destino é acertar o alvo, antes mesmo de ser atirada: infantis e inseguros! Você acredita que eles fazem tudo isso e sugam as energias que lhe são doadas ou tomadas... de forma completamente premeditada? Não cometa esse equívoco. Esse é um perigo que ameaça o antídoto!" (De "Apreendendo com o Mestre sobre Vampirismo Contemporâneo, anotações mnemônicas)
- "Quero que me ensine
sobre o antídoto, Mestre!"
Mesmo quando pronunciei essas apressadas palavras, já sabia que o Mestre ficaria em silêncio. Ele sabia que eu ainda estava - quase - sucumbindo ao fascínio de um deles. O irresistível voltava a bater na minha porta!
Era preciso silêncio - e o mago sabia disso - porque, e isso Eu Sabia, a resposta estava dentro de mim!!!
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Esse garoto sabe tão-bem-como-cada-um-de-nós que,
o antídoto, só funciona quando gestamos...
o autoconhecimento que prescinde da luxúria da tentação.
O resistível é uma força de contenção que guarda
contra as regressões espontâneas ou estimuladas
pela manipulação emocional.
Sempre há perda energética quando alguém se entrega
ao erro-sabido-como-erro.
É exatamente nesse ponto... que reside a diferença
entre viver o presente e o imediatismo das
sensações: o apego é entrega e o discernimento é
resistência ativa... ao sucumbir!
Não é possível ter os dois simultaneamente, e, à cada um deles,
há de se pagar um preço.
Nem sempre é possível escolher...
quando o irresistível aparece disfarçado de múltiplas dissimulações
e aparências sedutoras aos sentidos e aos afetos carentes...
de tudo, principalmente de amor-próprio.
Lembrem-se: eu disse gestar!
Palavras do Mestre registradas nas atas do
"Conselho Supremo para a Avaliação Continuada dos Iniciados."