JORGE DE LIMA (1895-1953)
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E tudo haveria de ser assim, para contemplar-te sereno, ó morte,
e integrar-me nos teus mistérios e nos teus milagres.
Agora vejo os Lázaros levantarem-se
e...
18 fevereiro, 2013
O canto dos pássaros: sensação, tempo e pensamento
Um músico do nosso tempo – chamado Olivier Messiaen – vai fazer uma distinção entre quatro tipos de canto de pássaros. Diz ele, que na primavera, os pássaros, praticamente todos eles, fazem o canto do amor – que é um canto de sedução, geralmente feito pelos machos. Esse canto de amor – evidentemente – tem uma função específica: serve à espécie – porque o amor permite a reprodução; e serve aos prazeres do indivíduo. Seria esse canto – que eu chamei de canto de amor – que ocorre em todas as primaveras.
O outro tipo de canto, diz ele, que é entendido por todo e qualquer pássaro – é o grito de alarme. Os pássaros – através do gorjeio – fazem o canto de amor e o grito do alarme: dois cantos que estão a serviço do que eu passarei a chamar, nesta aula, de CORPO ORGÂNICO. Ambos os cantos estão a serviço do organismo – das funções dos órgãos; no sentido de que um canto – o canto de amor – tem como único objetivo prestar um enorme serviço à espécie; ou seja – à evolução da espécie; e assim por diante.
Mas, de outro lado, Messiaen vai falar num terceiro canto (por enquanto, eu vou deixar o [quarto] entre aspas). Esse terceiro canto, de que Messiaen nos fala, é o canto que alguns pássaros fazem para o pôr do sol – ou [melhor]: para o crepúsculo e para a aurora. Esse canto não tem nenhum objetivo orgânico e não presta nenhum serviço à espécie ou ao indivíduo: é o canto gratuito – que o pássaro produz, não importa os perigos que ele corra. Segundo Olivier Messiaen, [o canto gratuito] é de uma extraordinária beleza! E quanto mais forte for o crepúsculo; quanto mais se espalhar a cor violeta; e quanto mais bonita for a aurora – mais esplendorosos os temas e motivos que o pássaro canta.
A partir dessa colocação, é evidente que há uma diferença do canto da primavera e do grito de alarme para o canto gratuito – porque esse canto é gratuito [exatamente] porque não presta nenhum serviço ao organismo ou à espécie.
Se, de algum modo, eu me fiz entender; se alguma coisa do que eu falei atravessou… (caso contrário, mais adiante eu farei com que vocês entendam!) – eu marquei claramente a existência – pelo menos nos pássaros – de dois tipos de corpo: um corpo orgânico, que está sempre a serviço da espécie e do indivíduo; e um corpo que, por enquanto, eu só posso chamar de um corpo estético. No caso dos pássaros, é um corpo que fica de tal forma tocado diante das luzes, da claridade e das cores que o crepúsculo e a aurora produzem, que começa a [emitir] – Atenção! – ondas rítmicas: ele gera ondas rítmicas, que se encontram com as forças da natureza. E quando o ritmo se encontra com as forças da natureza – isso se chama SENSAÇÃO.
- O que é a sensação?
A sensação é a potência de um corpo vivo, que produz uma onda de intensidade – que no caso dos pássaros são os ritmos; e no caso das forças caóticas da natureza, as misturas das cores, dos calores e das luzes… E quando essas duas linhas se encontram, emerge o que Olivier Messiaen vai chamar de personagem rítmico. O personagem rítmico não é um sujeito, não é um pássaro. O personagem rítmico é uma onda, que se serve do corpo do pássaro.
Então, através do encontro das ondas estéticas e da composição do personagem rítmico – que é exatamente o pássaro ao fazer esse canto; com as forças do sol, as forças da natureza – que eu passarei a chamar de paisagem melódica – alguma coisa em termos de corpo, em termos de pensamento e em termos de tempo se produz.
E aí, com uma certa facilidade, eu já faço a distinção de que, no nosso corpo, nós teríamos – misturados – o corpo orgânico e o corpo histérico. Esse corpo histérico foi apresentado teoricamente no Ocidente pela obra de Artaud – que dá a esse corpo o nome de CORPO SEM ÓRGÃOS.
A nossa apreciação dessa questão não é difícil: de um lado um corpo orgânico – sempre a serviço da espécie, a serviço do indivíduo; e de outro lado, um corpo estético, ou melhor, um corpo histérico – ligado à produção da beleza.
A ligação que eu vou fazer do pensamento com o corpo não é a ligação do pensamento com o corpo orgânico, porque essa separação do corpo e do pensamento – que tem origem no platonismo – é a separação do corpo orgânico: que se separa do pensamento.
Essa expressão, que eu acabei de usar aqui, é realmente muito difícil, porque – classicamente – nós entendemos o pensamento como aquilo que funciona sempre por sua boa vontade – e eu estou dizendo que não; que o pensamento é forçado a pensar por este corpo que eu chamei de “corpo histérico” – o corpo das atitudes e das posturas, o corpo do gestus. Ele força o pensamento a pensar.
- Força a pensar, o quê?
Ele força a pensar o impensado – a pensar o corpo, a pensar a vida. É como se, de repente – diante de toda essa história pesada da filosofia – nós tivéssemos a viabilização, a possibilidade do pensamento pensar. E o pensamento, quando pensa, o que ele pensa é – o corpo e a vida.
Ou seja, quando eu fiz essa distinção de corpo orgânico e corpo histérico; e, no caso de Cassavetes, liguei o corpo histérico às posturas e atitudes, o que eu quiz dizer pra vocês é que – a função do pensamento é pensar todas as atitudes e as posturas do corpo – insônias, sono, tristeza; todas as linhas de errância – abstratas e difíceis – que o corpo produz.
Então, de um outro lado, a minha aula tem ( olhem o nome:) uma postura ética, - postura é coisa de corpo, não é? -, uma postura espinozista; no sentido de que – sem temores, sem medo da morte – o que nós vamos fazer é PENSAR O CORPO.
... a composição do pensamento com o corpo faz com que o corpo secrete tempo. Essa idéia de tempo é uma idéia absolutamente trágica – porque é ela que nos dá e nos tira a vida. Pelo menos, é assim que nós pensamos o tempo.
Acontece que toda a tradição do Ocidente compreendeu o tempo segundo o modelo orgânico, ou seja – aquele modelo que não passa; funcional, organizacional. O tempo foi compreendido, pelos pensadores do Ocidente, em termos de tempo orgânico ou tempo cronológico. Como? Porque o organismo produz o tempo que lhe interessa. E o homem, na sua pequena humanidade, não faz nada mais do que servir a esse organismo.
Agora, o que eu estou falando, é que nós vamos romper com esse tempo cronológico, para encontrar outras formas do tempo, ou melhor – a pura forma vazia do tempo.
Para Proust, esse tempo secretado pelo corpo – agora vem um enunciado assim terrível – talvez seja o único índice de imortalidade. Ou seja: Proust afirma que as religiões não podem – em nenhum momento – nos indicar a possibilidade de que nossa alma seja eterna. Mas quando o pensamento mergulha no corpo e encontra o tempo. .. – ele começa a conhecer os segredos da eternidade. Então, a partir daqui, eu mostro pra vocês que, ao pensar o tempo, nós pensaremos juntos também a eternidade.
Toda a razão de ser da noção de contemplação está diretamente ligada à questão do tempo. Essa noção já é platônica… – mas no Plotino ganha uma diferença.
Samuel Butler diz que uma semente de rosa, jogada na lama – sem mãos, sem pés e sem nenhum instrumento – é capaz de transformar essa lama na qual ela está inserida em macias e perfumadas pétalas de rosas, de forma magnífica! O que eu estou dizendo, é que as rosas são produzidas pelas sementes; e essas sementes fazem as suas roseiras e as suas rosas com a lama, – a água e a terra -, que é a matéria que elas utilizam para transformar aquilo num determinado ser: a roseira, apinhada de rosas…
Ao fazer isso, a semente não produz nenhuma atividade. A única coisa que a semente faz… – é contemplar!
Ouvir uma tese dessas, é quase enlouquecedor! Uma tese de que a natureza produz – não pela atividade – mas pela contemplação. Eu estou dizendo que, na natureza, a geração não se dá por processos de atividade… mas por processos contemplativos. Quando a gente fala “contemplação”, vem logo à nossa mente a idéia de narcisismo.
Narciso era aquele que contemplava a sua imagem… Por isso, existe uma distinção, também neo-platônica, entre narcisismo formal e narcisismo material. O narcisismo material é quando Narciso contempla a sua imagem e se esgota naquela contemplação. Enquanto que contemplação formal, ou o narcisismo formal, é quando essa semente de planta – sem olhos – contempla a natureza; e, ao contemplar, sintetiza os elementos, de tal maneira, que novos objetos começam a ser gerados. Ou seja, [a partir] da contemplação de uma semente – na lama – uma série de sínteses irão se processar… – e essas sínteses vão gerar os objetos que existem na natureza.
Pra vocês entenderem, a repetição pode ser exemplificada como a repetição do barulho de um relógio – tic-tac, tic-tac, tic-tac. Qualquer um de nós – no silêncio da noite – [percebe claramente] essa repetição do relógio… “tic-tac, tic-tac, tic-tac” (não é?) – Isso se chama repetição! Quando ouvimos esse “barulho”, passamos a achar que sempre que o tic aparecer, logo em seguida virá o tac – nosso espírito fica na absoluta convicção de que esse fenômeno vai ocorrer! Ora, se é tic, em seguida tac, depois tic, depois tac – tic-tac, tic-tac. .. – O que faz o espírito? Quando o espírito ouve o tic-tac. .. – de tanto ouvir essa repetição… – quando aparece o tic – ele, o espírito – antecipa o tac; isto é: o espírito não espera que o tac chegue… – antecipa-o. Ou seja, o processo de antecipação é um processo que se dá – em nosso espírito – quando a natureza se repete; e nós acreditamos – temos a crença – de que aquela repetição vai permanecer. Sempre que acreditamos que uma repetição vai permanecer – antecipamos um de seus elementos. Neste caso – antecipamos o tac.
Quem antecipa não é a natureza – quem antecipa é o espírito! Então, quando o espírito contempla a natureza e a natureza lhe oferece um processo de repetição… – esse processo é infatigável! A natureza sempre repete [o mesmo processo...] – e o espírito começa a produzir uma diferença naquilo: começa a introduzir a retenção e a antecipação.
O que quer dizer isso?
De tanto ouvir tic-tac, o espírito retém o tic, antecipa o tac e junta os dois – no tic-tac. Isso porque – fora do espírito – o tic e o tac são dois elementos separados: ou seja, quando aparece o tic; em seguida aparece o tac. Mas o tic não pode re aparecer, se o tac não tiver des aparecido!… O que implica em dizer que, o processo de repetição na natureza, pressupõe (Olha lá, heim?) a noção de INSTANTES DESCONTÍNUOS. A natureza nos mostra isso. Ela nos mostra o que se chama – “Os Instantes Descontínuos…”
- O que são os Instantes Descontínuos?
É a aparição de um elemento… e a des aparição desse elemento – para que um outro elemento surja. Ou seja: os dois elementos jamais apareceriam ao mesmo tempo na natureza! Isso se chama – descontinuidade dos instantes. O espírito contempla essa descontinuidade dos instantes – [antecipa] um instante e retém o [outro]. Na natureza, esses dois elementos estão separados; no espírito, eles se juntam. No espírito, não existe mais um tic e um tac – porque o tic e o tac formam uma pequena extensão. Na filosofia do tempo, de Bergson, esta “pequena extensão” chama-se DURAÇÃO; ou seja – o espírito, que reteve e antecipou…, reteve e antecipou esses dois elementos descontínuos produzidos pela natureza. Esse “procedimento espiritual” é – simultaneamente – a INVENÇÃO DO TEMPO.
O que eu acabei de dizer pra vocês, é que, para que o tempo surja, ou melhor: a condição para que surja o tempo – é que exista o espírito que contempla.
O que eu falei agora pra vocês, é que NA NATUREZA existiria um processo de REPETIÇÃO: um processo de repetição descontínuo. O espírito contemplaria essa repetição descontínua, juntaria os elementos que na natureza estão separados, e ao juntar esses dois elementos, o espírito formaria uma pequena linha: uma pequena extensão, ou seja – formaria uma DURAÇÃO.
Ou melhor: o tic aparece. Quando o tic des aparece, o tac aparece; quando o tac desaparece, o tic aparece, (não é?) Então, o tic e o tac – cada um deles é um presente que se dá na ausência do outro; ou seja: cada instante, quando aparece, para que o outro instante apareça, ele tem que desaparecer.
Quando esses dois instantes se juntam no espírito, o instante anterior passa a se chamar passado; e o instante posterior passa a se chamar futuro. O tic – que é presente na natureza; e o tac – que é presente na natureza; no espírito – tornam-se passado e futuro. Ou seja: o espírito – que contempla – produz O TEMPO!
O que quer dizer passivo?
Passivo quer dizer – aquilo que não produz modificação no objeto contemplado, ou seja: o espírito não produz nenhuma modificação na repetição da natureza – mas ele próprio se modifica. Então – a repetição da natureza e a diferença do espírito.
Voltando: eu disse contemplação; disse que o espírito contempla; e disse que o espírito faz uma síntese.
Hume, o filósofo que eu estou citando, chama – orgulhosamente – essa síntese de Espírito ou Imaginação Contraente. O espírito tem o poder de contemplar os instantes separados na repetição da natureza…, contraí-los no seu interior, e, ao fazer essa contração – dentro de si – ele gera o tempo. O tempo emerge: o tempo emerge no espírito.
Nós ficamos praticamente assustados. Mas, por quê? Porque – quando o pensamento se associa com o corpo; ao pensar o corpo… – ele verifica que o corpo secreta tempo: abandonamos definitivamente o senso comum!
Ou seja – tudo aquilo de que eu estou falando, é impossível de ser compreendido pelo senso comum! Por quê? Porque são as experiências mais possantes que o espírito humano pode fazer. Essas experiências, que eu estou mostrando pra vocês, é a repetição da natureza – que seria a eternidade; e a contemplação do espírito – que seria o nascimento do tempo.
Ou seja: o que faz o pensamento – sua única questão – é conquistar o tempo.
Samuel Butler: contemplação...
E ele diz o seguinte: você joga uma semente na lama: a semente cai na lama… Essa lama é água, terra, luz e ar. Ou – quimicamente mais bem explicado – é fósforo, é carbono, etc. E a semente está ali! Qual é o procedimento que essa semente tem para se transformar numa rosa, sabendo-se que a matéria da qual ela vai se servir, para que a rosa nasça, é a lama que a circunda? É essa a questão! Ou seja: quando você encontra uma roseira, essa roseira se originou numa semente; e essa semente retira da lama os componentes para produzir as suas rosas.
E a semente não faz nada?
Cl.: Faz! Ela.. contrai! Da mesma maneira que esse espírito contraiu… Depois você vai entender perfeitamente isso: o processo da semente é um processo de contração. Ela contrai os elementos – e ao contrair esses elementos – ela começa a gerar esse mundo lindíssimo que nós temos. Da mesma forma que um pássaro canta para o sol – uma semente contempla a natureza. É o mesmo procedimento!
O corpo orgânico se submete ao organismo; e o órgão principal é a consciência. Ou seja: o corpo orgânico é todo governado pela consciência.
E a natureza humana?
Cl.: A natureza humana é orgânica – e dominada pela consciência. É preciso romper com o humanismo para chegar a essa posição que eu estou colocando. O maior adversário dessa posição é, sem dúvida nenhuma, o humanismo; porque o homem enquanto tal é orgânico e – como diz Nietzsche – a consciência é o órgão mais jovem. O que eu estou mostrando pra vocês… é que o pensamento só pode pensar se a consciência for paralisada – porque a consciência é um obstáculo para o pensamento.
Em termos nietzscheanos, a consciência é uma força reativa. Em termos espinozistas, a consciência é uma força conservativa. [Enquanto que] o pensamento é avassalador, é conquistador, é criador. Ou seja, a única questão do pensamento é criar e inventar – não importa como!
Então aí a gente teria – nitidamente – não uma dialética, não um confronto do pensamento com a consciência, porque o pensamento – em momento nenhum – faz confrontos. Quem faz confrontos é a consciência, que vive sob regime das opiniões. O pensamento, não! Por isso, a questão de um pensador não é apresentar opiniões – para serem debatidas; mas constituir problemas – para serem pensados. Não haveria nem possibilidade de dizer dialética entre o pensamento e a consciência… porque a oposição, a dialética – esses conceitos – eles pertencem à consciência: não pertencem ao pensamento.
Texto de Claudio Ulpiano
03 fevereiro, 2013
A ética, a moral e o trágico de (em) Santa Maria
Uma semana depois, 237 mortos: uma tragédia!
Sim, uma tragédia... que poderia ser evitada... através de ações conjuntas entre todos os envolvidos: proprietários, poder público municipal, estadual e federal, famílias, frequentadores... e etecétera...
Não adianta buscar bodes expiatórios para depositar a culpa.
É preciso buscar as responsabilidades de todos.
Todos.
"Uma definição resumida do conceito de trágico no pensamento de Nietzsche
, que poderia incluir as diferentes tematizações e problematizações
desse conceito, seria a de um modo de pensamento que fosse capaz de
assumir e afirmar a totalidade da existência, na integridade de seus
aspectos, incluindo o que nela existe de sombrio e luminoso, de alegre e
doloroso, de desfalecimento e exaltação. Trágico é um pensamento capaz
de acolher e bendizer tanto a criação como a destruição, a vida como a
morte, a alternância eterna das oposições, no máximo tensionamento. Uma
filosofia trágica prescinde de uma visão jurídica e culpabilizadora da
existência, acredita na inocência do vir-a-ser, não nega nem condena,
mas aceita a vida sem subtração e nem acréscimo. Uma existência trágica é
aquela que, sem depender de uma crença na ordenação e significação
moral do mundo, não considera o mal e o sofrimento como uma objeção
contra a vida."
Oswaldo Giacoia
Compreender o que aconteceu em Santa Maria, na boate Kiss, envolve a busca dos múltiplos fatores, complexos e de difícil apreensão... que ocasionaram essa tragédia. Apesar disso, é possível elaborar uma cartografia que ajude a nos aproximar dos fatos.... e, aqui, vou enfatizar apenas um dos componentes dessa complexidade, pois os demais estão na mídia escrita e falada em abundância: a questão da moral (e do DEVER) e a questão da ética.
Está claro que todas as instâncias envolvidas tem o dever moral de proporcionar segurança. Ponto. Mas se nem isso foi feito, de acordo com os dados obtidos pelas investigações até agora apurados, o que pensar em termos de ética? A ética não estaria só em obedecer a lei (as leis), mas em fazer muito mais e além do que ela estabelece e estipula. Seria, por exemplo, não permitir a entrada, na boate, lotada, ou, ainda, fechar a boate até que a mesma estivesse em plenas condições de proporcionar lazer em segurança... com todas as coisas necessárias para isso funcionando perfeitamente. Exemplos que parecem absurdamente irrealizáveis e surrealistas...
Tal ação... teria A VIDA como bem maior e não o lucro e o capital...
Não basta apurar apenas legalmente e tecnicamente os fatos e as responsabilidades. É importante avaliar socialmente, grupalmente e subjetivamente...
"O poder, na verdade, é micropoder. Desse ponto de vista, nós vamos falar também de micropolítica. E ele é micro, porque se exerce na nossa sensibilidade, na nossa estética, no nosso corpo, nos nossos gestos, nos nossos movimentos, nas nossas ações e paixões físicas e também se exerce na linguagem que veicula o pensamento. Então, a própria linguagem se constitui uma forma de captura e nós, sutilmente, somos capturados e falamos “em nome de” ou ocupamos o lugar legitimado pelo poder que pode ser a própria academia com o lugar da ciência, o lugar da autoridade intelectual, muitas vezes. Vamos falar de modo concreto. O capitalismo inventou a ciência da qual ele precisava. Uma vez que estamos aqui envolvidos com as ciências humanas, ciências sociais, nós precisamos fazer uma autocrítica desse ponto de vista e vermos, até que ponto, nosso pensamento científico não é conivente com essas práticas de poder e não reproduz as dicotomias e as separações das quais o capitalismo necessita ou essas formas novas de poder necessitam. Então, as ciências são colaboradoras desse ponto de vista de constituição, de regulação e de conservação desse poder através de um discurso chamado científico. Ou seja, as ciências desse ponto de vista pressupõe o lugar da moral. E a moral é sempre a crença de um dever ser: o pensamento 'dever ser', a sociedade 'deve ser' isso, 'deve ser' aquilo. E não há coisa que o poder saiba fazer melhor. Sim, a vida deve ser boa, em nome de Deus, em nome de um ideal, em nome da paz, em nome da democracia, em nome do liberalismo, em nome dos aparentemente melhores valores, se fazem sempre as piores coisas. Bush, em nome da democracia, faz o que fez no Afeganistão, no Iraque etc."
Luiz Fuganti
Luiz Fuganti
Mais acima falei que a responsabilidade também é dos frequentadores... das próprias vítimas, inclusive.
Isso parece muito polêmico e insensível, mas se formos ver com cautela e lucides... podemos nos dar conta que entrar numa boate entupida de gente e cheia de obstáculos (e lá permanecer) é algo irresponsável. Não averiguar as saídas de emergência e não ponderar (mesmo que as houvesse) se é possível sair desse local com segurança... também.
Aqui não se trata de culpar as vítimas ou, muito menos, de lhes imputar exclusivamente a responsabilidade pelo ocorrido, mas de trazer à luz, por assim dizer, algo que geralmente acontece e permanece "nas sombras": a cidadania e o poder de "tomar a vida nas próprias mãos".
Saindo da boate e indo para as ruas... imaginemos uma pessoa entrar, como caroneiro, num carro que vai ser dirigido por alguém sem habilitação ou... sabidamente e visivelmente alcoolizado. De quem é a responsabilidade se ocorrer algum tipo de acidente? De ambos!
O exemplo parece bobo e desproporcional, mas ajuda a perceber as implicações dos envolvidos... o que, dito de outra forma, corresponde a se perguntar: qual é o meu pedaço nisso? Que responsabilidade eu tenho nisso? Perguntas essas que são cabíveis para todos em todas as situações... da vida cotidiana.
Poderiam os frequentadores decidir por não entrar? Poderiam seus familiares impedí-los de entrar?
Seria possível "sacrificar" uma noite de diversão com amigos e colegas... se negando a permanecer nesse lugar lotado? Se estivesse menos lotada, a tragédia seria evitada?
Que pais têm pleno conhecimento do que seus filhos fazem e para onde vão? Que pais poderiam proibir (ou aconselhar) seus filhos de 18 anos ou mais de (não) irem para a boate? Que pais iriam averiguar as condições de segurança dela... antes de seus filhos a frequentarem?
Quais jovens iriam se negar a entrar e "pagar o mico" de "querer tudo certinho" junto aos companheiros na hora de se encontrar? Poucos, muito poucos...
É compreensível e humanamente (humano demasiado humano?) corriqueiro colocar a diversão, a companhia, o lazer, o entretenimento... o dizer sim no lugar do (dizer) não, naquele momento, no lugar da vida...
O que está colocado aqui é essa intrincada teia de nós que nós fazemos com a nossa vida.
Está colocado em evidência a série de perguntas que não nos fazemos e que não nos fazem.
Está colocado a maneira de pensar e viver acríticos com que vamos fazendo as coisas...
Seria ético nos fazermos essas perguntas... e buscar as respostas..
Não fazer isso também é uma tragédia!
É trágico viver!
É trágico morrer!
Pequenas e grandes tragédias acontecem todos os dias e elas mudam seu caráter de pequenas e grandes na dependência de onde focamos nossas lentes para vê-las... lê-las.
Abranger as responsabilidades e relativizá-las é uma maneira de buscar a apropriação da realidade tal como ele se configura e se apresenta (sem, através disso, eximir de responsabilidade a parte que a cada um compete e investigá-las incansavelmente).
Lembro do bebê recém-nascido que foi achado na lata de lixo.
Lembro da mãe (e do pai) cujo filho se suicidou.
Lembro do dependente químico que, depois de várias internações e tentativas de tratamento, recaiu... ou se matou.
Lembro da idosa atropelada na avenida.
Lembro da guerra no Afeganistão e nos homens (e mulheres) bomba no Paquistão.
Lembro das crianças (homens e mulheres e idosos) morrendo de fome na África.
Lembro da moça estuprada na Índia.
Lembro das perdas que já tive na minha vida.
Lembro das tragédias que acompanho no meu trabalho...
Tudo isso é trágico e não relativiza nem classifica o sofrimento em escalas de menor e maior, mas faz pensar (e sentir) que a vida ainda é o bem maior e que é a ela que precisamos nos apegar (e viver) com tudo o que ela tem de bom e de ruim, por assim dizer.
Um ética que acolhe a auto-implicação nos acontecimentos é uma ética que está em sintonia com a vida.
Uma moral que somente busca a culpa nos outros e elege bodes-expiatórios enfatizando apenas o dever-ser é uma maneira de encarar a vida no que ela tem de sombra e de morte.
Precisamos fazer muito ainda para melhorar a vida nesse planeta!
"Ética é uma capacidade seletiva que a vida tem,
uma capacidade de construir filtros, válvulas, que permitem que certos
encontros sejam afirmativos e ativos e que os encontros passivos e negativos
sejam transmutados. Então a ética é uma capacidade seletiva que liga a nossa
existência a nossa própria potência. A ética diz 'ligue a vida ao que ela
pode'. A moral diz outra coisa. A moral se funda num dever ser. O dever é
primeiro para a moral. Para a ética, a potência é primeira. O dever enquanto
princípio fundante dos comportamentos implica uma dimensão separada da
natureza, uma dimensão separada da vida, uma dimensão separada da própria
potência. A moral reza: a vida deve."
Luiz Fuganti
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Os três textos abaixo, que eu considero muito pertinentes, são de Juremir Machado da Silva e foram transcritos do blog dele no Jornal Correio do Povo de Porto Alegre.
Santa Maria, a negligência como fatalidade
Postado por Juremir em 28 de janeiro de 2013 - Cotidiano
Toda vez que uma tragédia como a de Santa Maria acontece, chocando o mundo, os responsáveis logo falam em fatalidade.
E os laudos falam em sistemas de segurança inadequados ou vencidos.
Há sempre um alvará caduco, um extintor que não funciona, saídas de emergência inexistentes ou trancadas, sinalização deficiente, excesso de pessoas no recinto, procedimentos incorretos e improvisação.
Como usar um sinalizador num ambiente forrado como uma espuma protetora acústica altamente inflamável e capaz de liberar fumaça tóxica?
Os proprietários não sabiam que a banda usaria o sinalizador?
Não sabiam da espuma inflamável no teto?
Não houve uma reunião prévia para falar disso?
A fatalidade tem outro nome: negligência.
A negligência tem uma consequência: responsabilidade.
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Santa Maria: adianta culpar?
Na vida, a gente vê coisas que se repetem e que se sucedem com as estações do ano. As tragédias ditas naturais tendem a ser sazonais. Temos as fatalidades de verão e de inverno: morros que desabam com as chuvas, córregos poluídos que transbordam, casas soterradas, vidas perdidas, insuportavelmente ceifadas cedo demais. Depois do susto e do choque, autoridades esquecem as promessas e a vida segue em frente até a próxima catástrofe. Tem sido assim na região serrana do Rio de Janeiro ou nos alagamentos de São Paulo.
A palavra fatalidade aparece rapidamente na boca de quem deveria rejeitá-la como um insulto ou um desrespeito aos mortos.
Não há fatalidade quando todas as providências não foram tomadas para tentar impedir o pior. Curiosamente sempre tem alguém para condescendentemente relativizar:
– Não adianta buscar culpados.
– Como assim?
– Não vai trazer ninguém de volta.
– E a punição aos responsáveis?
– Não houve intenção. Foi uma fatalidade.
Sim, adianta buscar os culpados. É uma obrigação. Há culpados. Culpar hoje é uma maneira de prevenir o amanhã. Existem crimes dolosos e crimes culposos. Não se pode absolver simplesmente por não ter havido intenção. Os responsáveis são muitos: os proprietários relapsos, a banda imprudente, a fiscalização deficiente. Se o recinto era para mil pessoas, como tem sido divulgado, por que deixaram entrar 1.500 jovens? Se o alvará estava vencido desde o final do ano, como foi possível abrir para uma megafesta? Se só havia uma porta, sem saídas visíveis de emergência, como foi possível ter recebido autorização para funcionar? Se havia espuma inflamável no texto, como proteção acústica, quem permitiu o uso de um sinalizador, um emissor de faíscas, um instrumento pirotécnico?
Todas essas perguntas já foram feitas e continuarão a ser feitas por uma simples razão: continuamos na estupefação e na perplexidade. Como diz a galera, ainda não caiu a ficha. Vamos continuar fazendo as mesmas perguntas por impotência, desespero e ansiedade. Queremos uma resposta convincente. Não aceitamos mais o clichê acintoso da fatalidade. Em quantos lugares a gente vê construções de ricos ou pobres nas encostas de morros? Em quantos lugares a gente vê cultivos em áreas de risco? Em quanto lugares a gente vê estabelecimentos recreativos funcionando visivelmente sem as condições necessárias de segurança? Por quê? Simplesmente porque empurramos com a barriga, burlamos a lei, quando não a subornamos, e acreditamos que o raio não cairá em cima de nós. Quem somos nós?
Aqueles por quem nos tornamos responsáveis.
A noção de responsabilidade coletiva parece, às vezes, neste Brasil ainda pré-moderno em muitas coisas, uma aberração. O interesse imediato joga perigosamente com a calamidade futura. Por toda parte a negligência ri da nossa cara: barcos transbordando de passageiros em inocentes passeios praianos, muitos com coletes salva-vidas em número insuficiente, motoqueiros sem capacete e com crianças na carona zumbindo pelas ruas das cidades, crianças transportadas no banco da frente de carros particulares e por aí vai. Precisamos enquadrar culpados.
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A tragédia de Santa Maria obriga a pensar no futuro
Tarso Genro reuniu colunistas dos principais veículos gaúchos, ontem, no palácio Piratini, para falar da tragédia de Santa Maria. O governador e a presidente Dilma Rousseff tiveram comportamento exemplar deslocando-se prontamente para o local do acontecimento. É assim que acontece em qualquer país decente. Cansei de acompanhar pelo noticiário as viagens de presidentes franceses para prestar solidariedade a famílias enlutadas por avalanches em estações de neve ou acidentes de ônibus. No encontro, achei o governador com um ar visivelmente abatido, sofrido. Esse ar aparece também nos rostos de muitos dos jornalistas que cobriram o episódio. A verdade é que o Brasil continua chocado com o drama da boate na cidade gaúcha. A hora é de apuração das responsabilidades. O passado recente e doloroso precisa preparar o futuro.
Na conversa com os jornalistas, o governador burilou uma frase significativa: “É preciso verificar a cadeia de responsabilidades que se instalou”. Não absolveu de antemão um só elo dessa cadeia. Sustentou que certamente não há causa única nem responsável isolado. O fato de uma parte afirmar que havia condições de funcionamento não quer dizer, argumentou, que, no conjunto, essas condições existissem. Talvez a afirmativa mais forte de Tarso Genro tenha sido esta: “Uma norma nunca pode dizer ‘preferencialmente’, pois já é uma possibilidade de evasão”. Esse “preferencialmente”, como se sabe, aparece na regulamentação das saídas de emergência laterais.
Norma com “preferencialmente” não é lei. É recomendação. Cumpre quem quiser ou quem puder. Rigorosamente falando, “preferencialmente” é uma brecha cinicamente disponibilizada para transformar regra em faz-de-conta. O primeiro a ser punido deveria ser quem escreveu esse “preferencialmente”. Há uma lei que dificilmente encontra anulação: a lei do bom senso. Qualquer lugar destinado a receber centenas de pessoas não pode ter uma única porta. Se a lei permite, ela está errada. Não há revogação para o bom senso. O governador enfatizou que não tem condições de dizer, no momento, se a prefeitura de Santa Maria e Corpo de Bombeiros fazem parte da cadeia de responsáveis pela tragédia. Quer investigação sem complacência e punição impiedosa dentro da lei. Se o Estado tiver de responsabilidade, pagará.
Os niilistas acham que declarações feitas no calor das tragédias sempre acabam esquecidas ou são demagógicas. Aqueles que deitam essas generalizações são, com frequência, os mesmos que criticam os políticos por comparecerem aos locais de sinistros e por não comparecerem. O governador Tarso Genro já tirou uma lição relevante da tristeza que paira sobre os gaúchos agora: a lei precisa mudar. O Estado deve ter papel de corresponsabilidade na fiscalização. A força dos municípios é insuficiente para garantir a segurança de todos. É hora de suplantar clichês como porta arrombada, tranca de ferro. A verdade é outra: somos racionalmente capazes de aprender com o passado. Só reconhecer erros que tiram vidas não basta. A sanção é indispensável.
E os laudos falam em sistemas de segurança inadequados ou vencidos.
Há sempre um alvará caduco, um extintor que não funciona, saídas de emergência inexistentes ou trancadas, sinalização deficiente, excesso de pessoas no recinto, procedimentos incorretos e improvisação.
Como usar um sinalizador num ambiente forrado como uma espuma protetora acústica altamente inflamável e capaz de liberar fumaça tóxica?
Os proprietários não sabiam que a banda usaria o sinalizador?
Não sabiam da espuma inflamável no teto?
Não houve uma reunião prévia para falar disso?
A fatalidade tem outro nome: negligência.
A negligência tem uma consequência: responsabilidade.
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Santa Maria: adianta culpar?
Postado por Juremir em 29 de janeiro de 2013 - Cotidiano
Na vida, a gente vê coisas que se repetem e que se sucedem com as estações do ano. As tragédias ditas naturais tendem a ser sazonais. Temos as fatalidades de verão e de inverno: morros que desabam com as chuvas, córregos poluídos que transbordam, casas soterradas, vidas perdidas, insuportavelmente ceifadas cedo demais. Depois do susto e do choque, autoridades esquecem as promessas e a vida segue em frente até a próxima catástrofe. Tem sido assim na região serrana do Rio de Janeiro ou nos alagamentos de São Paulo.
A palavra fatalidade aparece rapidamente na boca de quem deveria rejeitá-la como um insulto ou um desrespeito aos mortos.
Não há fatalidade quando todas as providências não foram tomadas para tentar impedir o pior. Curiosamente sempre tem alguém para condescendentemente relativizar:
– Não adianta buscar culpados.
– Como assim?
– Não vai trazer ninguém de volta.
– E a punição aos responsáveis?
– Não houve intenção. Foi uma fatalidade.
Sim, adianta buscar os culpados. É uma obrigação. Há culpados. Culpar hoje é uma maneira de prevenir o amanhã. Existem crimes dolosos e crimes culposos. Não se pode absolver simplesmente por não ter havido intenção. Os responsáveis são muitos: os proprietários relapsos, a banda imprudente, a fiscalização deficiente. Se o recinto era para mil pessoas, como tem sido divulgado, por que deixaram entrar 1.500 jovens? Se o alvará estava vencido desde o final do ano, como foi possível abrir para uma megafesta? Se só havia uma porta, sem saídas visíveis de emergência, como foi possível ter recebido autorização para funcionar? Se havia espuma inflamável no texto, como proteção acústica, quem permitiu o uso de um sinalizador, um emissor de faíscas, um instrumento pirotécnico?
Todas essas perguntas já foram feitas e continuarão a ser feitas por uma simples razão: continuamos na estupefação e na perplexidade. Como diz a galera, ainda não caiu a ficha. Vamos continuar fazendo as mesmas perguntas por impotência, desespero e ansiedade. Queremos uma resposta convincente. Não aceitamos mais o clichê acintoso da fatalidade. Em quantos lugares a gente vê construções de ricos ou pobres nas encostas de morros? Em quantos lugares a gente vê cultivos em áreas de risco? Em quanto lugares a gente vê estabelecimentos recreativos funcionando visivelmente sem as condições necessárias de segurança? Por quê? Simplesmente porque empurramos com a barriga, burlamos a lei, quando não a subornamos, e acreditamos que o raio não cairá em cima de nós. Quem somos nós?
Aqueles por quem nos tornamos responsáveis.
A noção de responsabilidade coletiva parece, às vezes, neste Brasil ainda pré-moderno em muitas coisas, uma aberração. O interesse imediato joga perigosamente com a calamidade futura. Por toda parte a negligência ri da nossa cara: barcos transbordando de passageiros em inocentes passeios praianos, muitos com coletes salva-vidas em número insuficiente, motoqueiros sem capacete e com crianças na carona zumbindo pelas ruas das cidades, crianças transportadas no banco da frente de carros particulares e por aí vai. Precisamos enquadrar culpados.
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A tragédia de Santa Maria obriga a pensar no futuro
Postado por Juremir em 30 de janeiro de 2013 - Cotidiano
Tarso Genro reuniu colunistas dos principais veículos gaúchos, ontem, no palácio Piratini, para falar da tragédia de Santa Maria. O governador e a presidente Dilma Rousseff tiveram comportamento exemplar deslocando-se prontamente para o local do acontecimento. É assim que acontece em qualquer país decente. Cansei de acompanhar pelo noticiário as viagens de presidentes franceses para prestar solidariedade a famílias enlutadas por avalanches em estações de neve ou acidentes de ônibus. No encontro, achei o governador com um ar visivelmente abatido, sofrido. Esse ar aparece também nos rostos de muitos dos jornalistas que cobriram o episódio. A verdade é que o Brasil continua chocado com o drama da boate na cidade gaúcha. A hora é de apuração das responsabilidades. O passado recente e doloroso precisa preparar o futuro.
Na conversa com os jornalistas, o governador burilou uma frase significativa: “É preciso verificar a cadeia de responsabilidades que se instalou”. Não absolveu de antemão um só elo dessa cadeia. Sustentou que certamente não há causa única nem responsável isolado. O fato de uma parte afirmar que havia condições de funcionamento não quer dizer, argumentou, que, no conjunto, essas condições existissem. Talvez a afirmativa mais forte de Tarso Genro tenha sido esta: “Uma norma nunca pode dizer ‘preferencialmente’, pois já é uma possibilidade de evasão”. Esse “preferencialmente”, como se sabe, aparece na regulamentação das saídas de emergência laterais.
Norma com “preferencialmente” não é lei. É recomendação. Cumpre quem quiser ou quem puder. Rigorosamente falando, “preferencialmente” é uma brecha cinicamente disponibilizada para transformar regra em faz-de-conta. O primeiro a ser punido deveria ser quem escreveu esse “preferencialmente”. Há uma lei que dificilmente encontra anulação: a lei do bom senso. Qualquer lugar destinado a receber centenas de pessoas não pode ter uma única porta. Se a lei permite, ela está errada. Não há revogação para o bom senso. O governador enfatizou que não tem condições de dizer, no momento, se a prefeitura de Santa Maria e Corpo de Bombeiros fazem parte da cadeia de responsáveis pela tragédia. Quer investigação sem complacência e punição impiedosa dentro da lei. Se o Estado tiver de responsabilidade, pagará.
Os niilistas acham que declarações feitas no calor das tragédias sempre acabam esquecidas ou são demagógicas. Aqueles que deitam essas generalizações são, com frequência, os mesmos que criticam os políticos por comparecerem aos locais de sinistros e por não comparecerem. O governador Tarso Genro já tirou uma lição relevante da tristeza que paira sobre os gaúchos agora: a lei precisa mudar. O Estado deve ter papel de corresponsabilidade na fiscalização. A força dos municípios é insuficiente para garantir a segurança de todos. É hora de suplantar clichês como porta arrombada, tranca de ferro. A verdade é outra: somos racionalmente capazes de aprender com o passado. Só reconhecer erros que tiram vidas não basta. A sanção é indispensável.
PREVISÕES PARA 2013
Recebi esse texto por Email e o reproduzo aqui tal como me foi enviado. Quem gosta e/ou se interessa por astrologia e temas associados... pode conferir... inclusive as previsões.
As partes em verde são destaques meus.
Tirem suas próprias impressões e sensações...
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PREVISÕES PARA 2013
Mensagem de Jennifer Hoffman
31 de Dezembro de 2012.
É o momento para as previsões do novo ano de 2013.
Todos os anos, desde 2005, eu estive fazendo as previsões para o próximo ano (ainda que eu não goste de fazer previsões). Escrevo-as no final do ano anterior, publico-as e geralmente me esqueço delas, até que me lembro de checá-las.
Elas tendem a ser muito precisas, embora, no momento em que eu as estou escrevendo não digo exatamente o que “irá acontecer”, mas sim o que tem o potencial de acontecer, ou o que está energeticamente alinhado para permitir que determinados acontecimentos se revelem de formas particulares.
Nós ainda temos o livre arbítrio em todas as coisas e nada é “fixo”, mas também vivemos em tempos de grande transição e mais e mais pessoas compartilham um desejo de paz, amor, aceitação e comunidade, e isto é o que tem o poder real de criar a mudança no mundo e permitir que as nossas realidades individuais e coletivas se tornem “o céu na Terra”.
Como Uriel disse várias vezes “Não é o nosso trabalho destruir a Terra para que o Céu possa assumir. A nossa missão é elevar as frequências da humanidade e da Terra, de modo que uma parceria divino/humana possa ser criada e possamos evoluir para “humanos espiritualizados”.
Aqui estamos, prontos para começar mais um ano.
Quando recordamos o ano de 2012, podemos ter uma sensação de alívio de que ele terminou, pois realizamos muita cura e crescimento e fomos capazes de experienciar a mudança das eras, quando completamos 21 de Dezembro de 2012 e o ultrapassamos.
A Terra não terminou, mas as coisas estão muito diferentes agora e estarão no futuro. Estamos diferentes também e podemos optar por enfrentar 2013 como poderosos co-criadores do paradigma de uma nova Terra, ou nos sentirmos desequilibrados, não ancorados e temerosos de darmos os próximos passos, que não mais são escritos por nós.
Passamos do Carma para a criação e o nosso maior desafio pode estar em não sabermos o que queremos criar.
Podemos ver cada novo ano como um desafio para o passado, ou como uma nova oportunidade de criarmos um futuro diferente. Uma coisa está clara: não há como voltarmos agora. Estamos em vias de transformação, em um processo evolutivo que não será diferente da morte dos dinossauros: o que for velho, obsoleto, que não ressoe com a verdade, com a alegria, o amor, a paz e a conexão, será extinto.
Já estamos vendo muitas das estruturas do mundo que servem a poucos em detrimento de muitos, passando por um exame minucioso. Estamos conectados uns com os outros, em todo o mundo, como nunca antes. Nosso mundo físico está se tornando cada vez mais virtual e os limites que existiam através da cultura, da geografia, da nacionalidade e dos países, estão agora sendo dissolvidos.
Novas gerações se conhecem como cidadãos globais, que contam entre os seus amigos, pessoas que eles poderão nunca encontrar pessoalmente, e podemos compartilhar pensamentos e idéias em todo o mundo, em segundos apenas, através de meios como o Twitter.
Embora possamos estar sentindo a pressão para a transformação, estamos também cientes da resistência daqueles que não querem liberar a tendência atual. E esta resistência irá se intensificar em 2013, pois há aqueles que não liberarão o seu medo, até que não haja outras opções para eles escolherem.
2012 foi descrito como o ano que resgatamos o nosso poder e muitos de nós o fizemos, embora não da maneira que imaginávamos.Algumas vezes resgatamos o nosso poder, porque aqueles a quem o estivemos entregando, decidiram que eles não mais nos queriam em suas vidas. Outras vezes, nós fomos aqueles que tivemos que nos afastar.
Agora que temos de volta o nosso poder, o que faremos com ele?
Isto é o que iremos explorar em 2013.
Os três temas para 2012 foram a verdade, a integridade e o alinhamento e tivemos muitas oportunidades para descobrir a nossa verdade pessoal e a verdade do mundo, para saber com o que estávamos alinhados e como a nossa integridade estava à altura de nossa energia e a nossa verdadeira intenção. Foi um ano longo e difícil e agora temos que iniciar outro ainda, mas em um nível muito diferente.
2013 é o ano da evolução, onde temos que aproveitar tudo o que aprendemos e colocá-lo em prática em nossas próprias vidas.
Haverá pouca vontade ou oportunidade de curar os outros. Mas como somos poderosos quando não somos os curadores, quando não estamos gastando e estendendo a nossa energia para a cura de outros? Podemos ser um exemplo de vida poderosa para os outros e deixá-los fazer o seu próprio trabalho de cura?
Esta será a nossa lição enquanto caminhamos através de 2013 com um pé nos dois mundos, alinhados com o potencial da Nova Terra e mantendo este espaço para aqueles que têm ainda que se alinhar com as suas energias.
Os temas fundamentais para 2013 são:
EVOLUÇÃO – Isto, acima de tudo, é o tema central para 2013. Como é que iremos evoluir crenças, situações, experiências e pensamentos para os seus aspectos mais elevados? Temos todas as ferramentas que precisamos: é o momento de colocá-las em ação. Em cada situação, teremos a escolha de ponderá-la, usando a energia do passado, ou evoluí-la, infundindo-a com uma energia mais elevada para criar uma possibilidade e um resultado diferente.
Essas coisas que não evoluem terão conseqüências dolorosas, se tentarmos viver no presente, a partir das energias do passado, que não possuem nenhum poder para nós. Isto se estende até aos papéis que desempenhamos como curadores, professores e Trabalhadores da Luz. Somos agora encarregados de trazer a humanidade ao alinhamento com a nova Terra, garantindo que estejamos alinhados com ela em nossas próprias vidas.
AUTOCONSCIÊNCIA MÚLTIPLA – À medida que avançamos para energias mais elevadas, estamos conscientes de nós mesmos como seres humanos, mas que temos múltiplos aspectos próprios, qualquer um dos quais podemos escolher à vontade? O eu que estamos expressando é um potencial; se não gostamos do seu resultado, podemos simplesmente escolher outro.
PODER DIVINO – O conceito de poder, no sentido material ou humano, foi sempre o “poder sobre” alguém ou algo. O conceito elevado de poder é divino, que é o poder interior. Esta é a nossa fonte interna de poder, que emana da nossa conexão com a Fonte e é a expressão de nossa luz Divina. Isto requer que estejamos alinhados com o nosso poder em todas as coisas, usando o nosso poder para evoluir todas as experiências de vida em nossos próprios aspectos.
VERDADE – Este é um período em que aprenderemos a verdade e algo disto será muito perturbador e tem o potencial de causar muito medo. Em ambos os níveis: global e individual, nós saberemos que aqueles que pensávamos que fossem os nossos amigos, eram realmente os nossos inimigos e trabalhando contra nós, e aqueles que considerávamos os nossos inimigos, eram realmente os nossos amigos. Há momentos em que parecerá que o mundo está sendo virado de cabeça para baixo, ao avesso, sacudido, mas tudo dará certo no final.
Uma coisa a lembrar durante 2013 é reservar o julgamento em todas as coisas, ser o observador e permanecer imparcial. Procurem as bênçãos em cada situação; elas estarão lá, até nas mais terríveis situações. Lembrem-se: este é o ano da evolução e algumas vezes a energia tem que ser revolvida, antes que possa evoluir.
Aqui estão as minhas observações gerais sobre o que 2013 trará para nós, a humanidade e a Terra:
UMA MUDANÇA DA CONSCIÊNCIA GLOBAL – Este é um aspecto de 2013 que eu acho preocupante, porque o que começou como a crise econômica mundial em 2008 não foi ainda resolvida e o sistema existente com que muitos contam para o seu sustento financeiro e físico não é mais sustentável. À medida que passamos por 2013, encontraremos mais evidências de corrupção, ganância e o nível com o qual todos os nossos sistemas de governo, sistemas bancários e empresas estiveram operando para limitar o acesso de muitos para benefício de poucos.
Uma mudança na consciência começa com uma percepção do paradigma existente e isto tem sido há muito escondido de nós. Ao longo do ano, e particularmente no período de Maio a Julho, uma torrente de segredos serão revelados, alguns através da intervenção divina, outros a partir de pessoas que não podem mais manter os segredos que elas estiveram guardando.
A mudança da consciência global pode começar com raiva e medo, mas o seu propósito é ensinar à humanidade a ser mais autoconsciente, a viver através da intenção e a usar o seu próprio poder criativo para garantir a sua própria alegria, felicidade, sucesso e abundância.
MUDANÇAS NA TERRA – As mudanças dramáticas, caóticas e devastadoras na Terra que foram previstas ainda têm algum potencial de acontecer. No entanto, temos afastado muitas delas. Algumas das mudanças na Terra que vejo para 2013 são naturais, outras se devem às atividades feitas pelos homens. Há vários vulcões ativos ao redor das Filipinas, em parte do sudeste da Ásia, em Yellowstone, que irá causar uma preocupação mundial e um vulcão na Austrália, há muito adormecido, que irá aparecer inesperadamente no final de Agosto ou Setembro.
De maior preocupação são os buracos de escoamento que foram mencionados em 2012 e que irão aparecer em maior número, em 2013. Muitos destes são causados por perfurações e outras atividades ocultas e conhecidas que perturbam os substratos da Terra, especialmente na Arábia Saudita, no Iraque, nos Estados Unidos, em torno da Costa do Golfo, nas áreas ao redor de Ohio, Pensilvânia e Kentucky, Nevada e Illinois (atualmente, a perfuração não está sendo feita em Illinois, mas acredito que está prestes a começar em 2013, e uma vez que isto ocorra, o aparecimento dos buracos será imediato, na medida em que o dano criado pelas perfurações não poderá mais ser oculto). Alguns destes serão muito grandes e abertos rapidamente. Haverá perdas significativas e alguma perda de vidas.
VÓRTICES E PORTAIS DE ENERGIA – Vórtices são concentrações de energia na Terra e os portais de energia são aberturas na grade eletromagnética da Terra que permitem que a energia flua para a Terra, do Universo. Passamos grande parte de 2012, equilibrando a energia existente dos portais e mantendo espaço para novos portais.
Os antigos e poderosos portais sobre o Oriente Médio, África e partes da Europa Oriental, na Rússia, estão ainda abertos, mas muito menos poderosos. Enquanto mantemos a energia para a Nova Terra estes portais se fecham, mas não sem muita resistência, como vimos no Oriente Médio neste último ano.
Muitos estiveram vivendo em áreas onde estiveram mantendo a energia para novos vórtices e criando portais para a energia da Nova Terra. Nestas áreas, eles se tornaram extremamente isolados e infelizes, pois a energia muda além de sua capacidade de satisfazer as suas necessidades energéticas – eles não mantêm a energia que eles precisam para sustentar o crescimento de sua própria alma.
Embora o trabalho que estiveram fazendo tenha sido importante e necessário, é o momento deles deixarem ir e avançarem para áreas que os apoiem Este potencial esteve lá, as áreas em que estiveram entrando foram também preparadas para a chegada deles e este processo será concluído no início de 2013.
Se vocês estiveram querendo se mudar para um novo local, comecem a se preparar em Janeiro e coloquem a sua intenção para as experiências de vida que querem na nova área. Vocês obterão a confirmação do tempo e do lugar, começando em Marco e completando em Setembro.
LABAREDAS SOLARES E ERUPÇÕES – 2012 viu algumas das mais poderosas atividades solares na história da humanidade e isto irá se intensificar em 2013. O Sol apóia o crescimento da Terra, bem como o nosso, e o aumento da radiação das labaredas solares apóia os novos portais, bem como as nossas frequências vibracionais mais rápidas.
O Sol continuará a enviar vibrações mais elevadas à Terra, o que irá perturbar o clima e as comunicações, e também ajudará a capacitar as mudanças na estrutura do nosso DNA, que estão sendo criadas no mundo após 21 de Dezembro.
Uma nova era da parceria Terra/Sol está sendo criada, com a Terra se alinhando mais plenamente com o poder do Sol, que tem sido capaz de receber em doses muito pequenas. A nova atividade das labaredas solares estará mais alinhada com as nossas frequências mais elevadas e nós não a sentiremos tão intensamente quanto no passado, isto é, os sintomas físicos não serão tão difíceis para aqueles que já entraram em uma frequência vibracional mais elevada.
DA MENTE PARA A ALMA – Temos sido impulsionados pela mente em toda a nossa experiência tridimensional e enquanto entramos nas dimensões superiores do ser, os desejos da alma se tornam mais importantes e óbvios. Agora, nós podemos ir além, sabendo que o desejo da alma é para o amor, a alegria, a paz, a abundância.
Nossa “mente plena” que está cheia de seus próprios pensamentos, memórias, crenças e experiências, muitas vezes não está alinhada com o nosso caminho mais elevado. O caminho da mente é cármico, o caminho da alma está alinhado com a criação. Embora o nosso caminho cármico seja uma possibilidade de criação, é um caminho único, com apenas um resultado e um potencial.
Ao estarmos no reino do desejo da alma para a nossa trajetória de vida, nós entramos na criação e temos muitas possibilidades de potencial para as nossas vidas. Não temos que escolher apenas um, podemos experienciar muitos, encontrando o melhor que se alinhe com a alegria que desejamos viver.
Viver na elevação da alma significa que somos conduzidos pela alma e deixamos que a mente aprenda a criar, em vez de sempre saber o que irá acontecer a seguir.
PERÍODOS DE PODER
Durante o curso de cada ano, há períodos onde ocorrem as mudanças de equilíbrio energético da Terra e novos alinhamentos energéticos, novos vórtices se abrem ou os antigos se fecham. Estes muitas vezes se chocam com as nossas próprias vibrações energéticas e eles podem nos deixar muito desconfortáveis e até doentes, fisicamente.
Chamamos a estes de sintomas de ascensão e eles são parte de nossa jornada da ascensão, pois precisamos trazer nova energia à Terra como parte de nossa missão de criarmos o “céu na Terra”.
Com estes períodos de poder podemos ver as mudanças na Terra, fortes tempestades, inundações, terremotos ou condições climáticas incomuns. Em nossas próprias vidas podemos experienciar súbitos términos, rupturas, mudanças no coração ou mente, ou até doenças físicas.
Em 2013 haverá seis períodos de poder:
De 3 a 22 de Janeiro – Eu chamarei a este de mini período de poder porque é um tempo de recalibração, de avaliação e de definição de intenções. Se estiverem inseguros de onde está o próximo passo no caminho para vocês, coloquem uma intenção para o caminho mais alegre e abundante e deixem que a resposta venha até vocês. Este é um mês para preparação, não para a ação. Fortes tempestades solares irão fazer a notícia, pois irão mudar os padrões climáticos que trazem excepcionalmente o clima quente às áreas que geralmente são frias e o tempo frio às áreas mais quentes.
FEVEREIRO – Com este mês o poder transformador de 2013 se inicia. Nós sentiremos a energia se movendo de uma forma muito real, e às vezes parecerá que as coisas estarão girando, fora do controle. Elas estarão, em certo sentido, os velhos paradigmas da Terra estão sendo liberados para que os novos possam assumir o seu lugar. Aqueles que não compreendem o que está acontecendo parecerão estar muito carentes e inseguros, e as pessoas e situações que decorrerem disto poderão ser surpreendentes. Teremos também o primeiro dos três ciclos de Mercúrio retrógrado neste mês.
DE MARÇO A JUNHO – O Equinócio em 20 de Março fecha a porta para o velho paradigma da Terra. Eventos globais que revelam a verdade sobre como o mundo esteve operando fazem as notícias diárias. Procurem muitas surpresas neste período, afetando muitos governos e corporações. Fortes tempestades (no hemisfério norte), e muita chuva em outras partes do mundo, criam inundações. Haverá também dois eclipses durante este período e a terceira quadratura Urano/Plutão em 21 de Maio; esta caracteriza Urano direto e Plutão retrógrado. Mercúrio entra em movimento retrógrado, ou período de sombra, começando em 26 de Junho e terminando em 20 de Julho.
DE JULHO A AGOSTO – Neste período muitos planos são mudados e as situações se transformam rapidamente. Procurem por rupturas em viagens, tempestades, clima estranho, pessoas agindo de forma muito estranha e muito medo. Muitos poderão mudar de residência, ou mudarem para uma nova casa em sua área, ou decidir ter uma chance e fazer uma mudança que eles têm considerado por anos, incluindo atravessar o país e mudar para um novo país ou continente. Mercúrio estará em movimento retrógrado ou sombra durante todo o mês de Julho também, assim verifiquem minuciosamente os planos de viagens e todas as comunicações.
OUTUBRO – Este pode ser o primeiro mês desde Janeiro que sentiremos que podemos fazer uma pausa e recuperar o fôlego. Haverá um desejo de passar algum tempo sozinho, acalmar-se e se alinhar com algumas das mudanças que estiveram se formando desde Fevereiro. Aqueles que mudaram neste ano, terão uma sensação de alívio, pois eles começam a se conectar com as suas novas famílias de alma, fazendo muitas conexões novas.
NOVEMBRO – O Mês começa com Mercúrio retrógrado, a quarta quadratura Urano/Plutão e um Eclipse, por isto será interessante. Aqueles que estiverem firmemente ancorados nas mudanças que estiveram fazendo durante todo o ano (e mesmo todo o trabalho que eles fizeram durante a última década), não sentirão a pressão deste mês. Na verdade, parecerá mais uma confirmação do trabalho que eles fizeram. Haverá um forte sentimento de povos do mundo se unindo, criando um mundo mais sustentável, amoroso e de apoio. “Nenhum lugar para correr, nenhum lugar para se esconder”, vem à mente quando penso em Novembro, aqueles que nada têm a esconder, nada têm a temer. Não permitam que o caos os distraia, lembrem-se – a mudança é inevitável, o caos é opcional.
Segurem os seus chapéus, a diversão está apenas começando...
Este será um ano difícil, em termos de mudanças a serem feitas, aprendendo a viver através da intenção, criando espaço em nossas vidas para a transformação que estará ocorrendo e deixando ir as crenças, pessoas e situações que não servem ao nosso caminho mais elevado, ou, o mais importante, que não servem a nossa intenção de uma vida cheia de alegria.
Nós criaremos o que dizemos que estivemos querendo por anos, mas estar no modo “querer” e então conseguir o que queremos, são duas coisas diferentes.
À medida que aprendemos a viver através da criação (em vez do Carma), podemos perceber que um modo de vida inteiramente novo se abre para nós, talvez sem muitos dos rostos e locais que conhecemos por muito tempo.
Durante todo este ano, a sua intenção servirá como a sua orientação e luz guia para a sua vida, assim determinem intenções poderosas, significativas, para este ano transformador e evolutivo.
Eu lhes desejo bênçãos abundantes, a paz, a alegria e o amor que um Universo benevolente, amoroso e solidário está esperando co-criar com vocês.
Muitas bênçãos,
Jennifer Hoffman
www.urielheals.com
Tradução: Regina Drumond – reginamadrumond@yahoo.com.br
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Therion: An Arrow From The Sun
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