08 maio, 2016

Freud, biografia, psicanálise e o cotidiano do inconsciente


A entrevista abaixo, retirada do original El País (link no final), em amarelo, me provocou e
convocou para conversar. Nessa minha conversa, em verde, faço comentários suscitados por algumas inquietações... da leitura.

Élisabeth Roudinesco: “Freud nos tornou heróis das nossas vidas”
Intelectual francesa, renomada especialista em psicanálise, assina biografia do psiquiatra

Para escrever esse monumental volume com ares de biografia definitiva, Élisabeth Roudinesco (Paris, 1944) não quis acreditar “nem na lenda negra, nem na dourada”. Sigmund Freud en Son Temps et Dans le Nôtre (Sigmund Freud no seu tempo e no nosso, inédito no Brasil) parte da vontade de invalidar as condenações mais injustas, aquelas que costumam representar o pai da subjetividade moderna como um simples enganador, mas também de se contrapor às biografias de tom hagiográfico consagradas a esse personagem eternamente polêmico. Discípula de Deleuze, Foucault e Todorov, ex-integrante da Escola Freudiana fundada por Lacan e grande especialista na história da psicanálise, Roudinesco narra a vida de Freud como se fosse um palpitante romance ambientado na Viena da belle époque, avançando até seu exílio (e morte) em Londres nos primórdios da II Guerra Mundial.

No centro dessa paisagem, a autora situa um homem que cometeu erros e enfrentou mil contradições, mas conseguiu criar uma doutrina “a meio caminho entre o saber racional e o pensamento selvagem, entre a medicina da alma e a técnica da confissão”, com a qual conseguiu transformar os mortais em heróis de tragédia grega.

Pergunta. Sua biografia aspira a desenhar um retrato justo e equânime de Freud. A senhora a escreveu em reação aos ataques dos últimos anos contra o personagem?

Resposta. O livro surge da necessidade de repensar o personagem. A última biografia séria sobre Freud, assinada por Peter Gay, saiu há 25 anos. Desde então, quase tudo o que se publicou foram condenações inflamadas a extremos inverossímeis, assinadas por personagens que, na verdade, não conheciam sua história. Como ocorre frequentemente com os personagens polêmicos, Freud acabou se tornando uma caricatura de si mesmo, envolto em numerosos rumores e mentiras. Achei que tinha chegado a hora de voltar a um equilíbrio.

P. No livro, a senhora escreve, por exemplo, que ele não foi “um burguês libidinoso, adepto dos bordéis e da masturbação”, como já se disse tantas vezes. De onde surgem esses mal-entendidos?

R. Em se tratando do fundador de uma doutrina sobre a sexualidade, achei imprescindível saber como havia sido sua vida sexual. Percebi que havia livros inteiros sobre dezenas de lendas das quais não há prova alguma. Quis deixar claro que nada demonstra que ele foi um homem incestuoso, nem de tendência fascista, nem um usurário que cobrava o equivalente a 450 euros por sessão, e que nem engravidou a cunhada nem abandonou suas irmãs aos nazistas. Tampouco foi um homem misógino, embora às vezes paternalista, sim.

P. Outro dos mitos que a senhora destrói é o do gênio incompreendido. A senhora sustenta que, na verdade, ele conseguiu fascinar os seus contemporâneos, “toda uma geração obcecada pela introspecção”.

R. Seu primeiro biógrafo oficial, Ernest Jones, quis apresentá-lo como um gênio solitário contraposto às massas, mas é uma imagem equivocada. É verdade que seus livros foram objeto de um aceso debate, mas não se deve confundir a polêmica com a incompreensão. Por exemplo, quando Elias Canetti visitou Viena, em 1920, disse que descobriu uma cidade inteira perseguindo o seu Édipo. Freud não gostava da polêmica, porque era um homem bastante autoritário e não suportava o conflito, embora às vezes ele próprio o provocasse. Mas é falso que fosse um solitário. Frequentemente trabalhou em equipe.

P. Seu livro inscreve Freud na ebulição intelectual da Viena do fim de século. A descoberta do subconsciente foi na realidade uma aventura coletiva?

R. É óbvio. Freud foi um personagem muito vienense, inscrito em uma época plenamente europeia, na qual o continente se interrogava sobre seus mitos institucionais para renovar sua identidade, uma dinâmica muito compatível com a de Freud. Contemporâneo da emergência do sionismo e do primeiro feminismo, sua contribuição é parte de um grande movimento de emancipação. Começou querendo curar a neurose, mas acabou provocando uma liberação ainda maior. Mas também é verdade, como disse Stefan Zweig, que a burguesia da Belle Époque estava tão concentrada na introspecção que não soube antever a I Guerra Mundial, nem a irrupção do nacionalismo, nem a miséria do povo que a rodeava.

P. Foi também um homem cheio de paradoxos: pai de uma revolução que conduziu à modernidade, mas politicamente conservador; de forte cultura judaica, mas ateu; e libertador das pulsões sexuais, mas partidário da abstinência depois dos 40 anos. Freud era incoerente?

R. Tudo tem uma explicação. Será mesmo que tudo tem uma explicação? O próprio Freud disse que às vezes um charuto é somente um charuto e, não, portanto, a necessariamente interpretação de um símbolo fálico. A abstinência, a partir da qual formulou a teoria da sublimação, explica-se por seu desejo e o de sua esposa, Martha Bernays, de não terem mais filhos. Será mesmo que foi a partir disso? Tenho dúvidas. Até onde sei, a sublimação, como a mais elaborada e madura defesa do ego, aparece já nas citações sobre o chamado período de latência, momento em que a criança sublima seus impulsos eróticos (ou sexuais: aqui as palavras sempre são um problema...) até chegar à adolescência... e depois da "fase fálica". Pode ser que eu esteja fazendo misturas entre diferentes psicanálises, pois, também reconheço que ele pode ter desenvolvido sua teoria da sublimação desde a decisão de não ter mais filhos, claro, mas isso, não quer dizer, por sua vez, que a sublimação não apareça e ou seja usada pelo ego muito antes... ou muito depois. Poderiam ter usado anticoncepcionais, mas ele não tinha suficiente ímpeto sexual e não sabia nem utilizá-los. Freud não foi um homem nada sedutor. Não era um puritano, já que advogou por liberar as pulsões sexuais. Mas tampouco um libertário: acreditava que a pessoa deveria controlá-las. No plano político, eu o definiria como um conservador ilustrado, assim como Zweig. Foi um homem apanhado no turbilhão da revolução comunista, na qual nunca acreditou, e da emergência do fascismo. Perante essa situação, apostou em conservar as instituições existentes, acreditando que a velha Áustria ainda poderia se salvar.

P. Freud concebeu a psicanálise como uma doutrina apolítica, que deveria se manter à margem de qualquer militância. O que a senhora, acostumada a intervir frequentemente no debate público a partir de posições esquerdistas, acha disso?

R. De fato, Freud foi contrário ao comprometimento político e apostou numa espécie de neutralidade. Para ele, a psicanálise já era compromisso suficiente. Eu estou em total desacordo com essa parte. E eu também! Se a psicanálise parte do estudo dos vínculos familiares, como pode o psicanalista ficar à margem do debate sobre o casamento homossexual ou a gestação sub-rogada, para citar dois exemplos? Eu há muito tempo sou favorável a ambos, mas muitos colegas meus se expressam em sentido oposto ao meu. Não sei se você sabe que 70% dos psicanalistas franceses eram contra o casamento homossexual… Eu me pergunto como pode o psicanalista ficar à margem de qualquer casamento e à margem do casamento tomado como instituição. Tanto o casamento entre homossexuais como entre heterossexuais é hegemônico, pois é o casamento que é uma instituição. Apesar do avanço das leis que permitem o casamento e as uniões estáveis entre os primeiros, para evitar problemas de discriminação e legais, ainda assim, muitos psicanalistas não se debruçam sobre a instituição casamento, ficando sua escuta (escuta!) limitada às consequencias dessa institucionalização.  Essa é uma situação complexa na qual nem vou me deter aqui, mas, só para citar, sabemos que o casamento em si, como ação legal, formal e até informal, quando institucionalizado, funciona como estatuto formador de processos de subjetivação que raramente possibilita processos de singularização, pois "obriga", constrange e modifica quase tudo na dupla em questão: ideias, afetos, pensamentos e atitudes são moldados para funcionarem de acordo com os códicos sociais e, por que não dizer, morais, vigentes. Dito de outra forma, o casamento (sempre monogâmico) opera como célula social inicial na formação da família e, esta, como sabemos, tem sua função de reproduzir os valores majoritários: cada um dos casados deve se comportar como tal, seja hetero ou homoafetivo.

P. Como explica o conservadorismo da sua classe?

R. Acredito que, ao limitar o papel do psicanalista ao de mero observador, Freud terminou originando uma classe profissional reacionária. Sim, concordo. Não podemos nos deter em modelos varridos pela corrente da história, nem projetar no presente modelos de um passado remoto. Quando um psicanalista me diz que a família homoparental é contrária ao complexo de Édipo, eu respondo: “Pois mudemos o complexo de Édipo!”. Ou então, em muitos casos, esqueçamos o complexo de Édipo!

Muitos psicanalistas, freudianos e não freudianos, já reinventaram vários complexos de Édipo e, até mesmo, inventaram o Complexo de Electra, segundo dizem alguns, uma versão feminista e não machista correspondente às mulheres. A grande questão, nesse ponto, que me parece importante, é, conforme nos ensinaram Deleuze e Guattari, percebermos que os tais complexos de édipo, em qualquer uma de suas versãos, não são universais e nem exclusivos na configuração da identidade (seja de gênero ou não) e das subjetividades humanas, pois que existem muitas formas de existir que são definidas, "determinadas" por outras configurações que não essas.

É muito comum os psicanalistas e os psicoterapeutas de "orientação psicanalítica" fazerem interpretações do complexo de édipo "de" seus analisandos e "pacientes". Invariavelmente tais interpretações SÃO completamente baseadas na teoria e se configuram como um relâmpago em dia sem tempestade que despenca sobre a cabeça e o coração do analisando assujeitando-o e "adequando-o" à teoria. Eu chamo isso de leitura casada.
Até mesmo entre os partidários do complexo de édipo invertido (para caracterizar "a identidae sexual do homossexual) existe esse tipo de interpretação. Nessa interpretação, grosso modo, para resumir, o modelo teórico preconiza que a mulher quer matar o pai para ficar com a mãe e o homem quer matar a mãe para ficar com o pai. Nela o relâmpago também despenca e fere.

Existe algo que eu chamo de fundamentalista nesses usos da psicanálise: se o analisando contar um sonho em que mata a mãe ou o pai... será fulminado pelo relâmpago. Acho isso muito agressivo e triste: um reducionismo autoritário e fascista que se excerce numa relação de poder. Suposto saber? Pois sim... Pois, não!

Só para terminar esse aparte, vale lembrar, que faz pouco que a homossexualidade deixou de ser considerada doença. Ainda hoje há muitos que trabalham com o designação de homossexuailidade egodistônica (aquela que não é aceita pela pessoa)... que continua sendo considerada doentia.

 P. Você define a psicanálise como “uma epopeia sobre as origens, uma canção de gesta, com suas fábulas, mitos e imagens”. Ou seja, a invenção da subjetividade moderna acabou por transformar o sujeito em uma espécie de herói.

R. Exato. Esse foi o grande trabalho de Freud: nos transformou em heróis de nossas vidas. Pense que, um século atrás, davam poções a um doente, enfiavam-no em um sanatório e o tratavam como louco. Freud, por sua vez, lhes dizia: “Você é Édipo”. Os psicanalistas já não dizem isso, mas algo parecido: “Cuide de si mesmo. Não deixe que o tratem como um sujeito que consome medicamentos passivamente”. Essa teoria do sujeito não existe no behaviorismo [a outra principal escola de psicologia, oposta à psicanálise, que estuda o comportamento e a conduta objetiva, sem acreditar na existência de um subconsciente], que é uma técnica bastante estúpida, embora às vezes funcione. Na minha opinião, cada um deve cuidar da sua história pessoal. Quem não é capaz de verbalizá-la, por um mínimo que seja, está condenado à estupidez. Os autistas não costumam verbalizar suas histórias e nem seus afetos, experiências e outras coisas mais como se "quer" ou exige que o façam... e  nem por isso são estúpidos. Bem pelo contrário: MUITOS SÃO CONSIDERADOS INTELIGENTÍSSIMOS E SENSÍVEIS. O mesmo vale para quem tem diagóstico de bipolaridade (Transtorno Bipolar) , esquizofrenia e etc. 

Quero dizer que existe vida fora da palavra. O fato de necessitarmos dela, como valor majoritário e hegemônico, para nos comunicar, não quer dizer que não exista vida, vivido e vívidez fora dela. Aliás, já nos disse Nietzsche  que a palavra como fonte de comunicação é uma exigência do espírito gregário (viver em grupos) em nós e uma necessidade da nossa consciência, mas... vamos lembrar que a maior parte da nossa vida opera desde o inconsciente... e nisso, estou em total sintonia com ele e com Freud.
Aqui também é bom lembrar que TER um diagnóstico de bipolar, por exemplo, não é sinônimo de SER bipolar: algo que na prática cotidiana é não só confundido como reforçado por muitos psicanalistas e seus pacientes, também... que passam a FORMAR uma identidade, nesse caso, bipolar.  

P. Apesar dos seus efeitos na percepção da interioridade, muitos autores, como o filósofo Michel Onfray e o historiador Mikkel Borch-Jacobsen, continuam definindo a psicanálise como uma fraude. Por que é tão difícil aceitar sua existência?

R. É uma teoria muito contundente, que não é fácil de digerir. Na primeira metade do século passado, ela era condenada em nome da moral. Hoje, o motivo apela ao que alguns chamam de ciência. Atualmente, a psiquiatria está desaparecendo não sei de que realidade e em que realidade ela está falando, mas, aqui, no Brasil, a psiquiatria está forte e robusta, ditando suas práticas para "a gorda saúde dominante" CONSUMIR... ou se poderia dizer para a gorda doença dominante, e os neurologistas se transformaram em simples distribuidores de remédios e a maioria dos psiquiatras também, bem como os médicos clínicos que diagnosticam depressão e saem receitanto psicotrópticos. Isso ocorre porque tratar um paciente com um remédio padronizado é menos custoso do que oferecer um tratamento personalizado e que permita sua evolução. Nesse contexto, é normal que a psicanálise e sua maneira de entender as doenças da alma incomodem. O problema é que as pessoas já estão fartas de tomar remédios. Será? Acho que não. O que vejo é que elas, no geral, adoram: acham que "age rápido", custa menos e dá menos trabalho porque "diminui os sintomas". Se suprimirmos uma doutrina racional como a psicanálise como possível solução, essa gente que já não aguenta mais medicamentos terminará recorrendo aos feiticeiros dos remédios paralelos… Não os chamaria, a todos, de feiticeiros, embora os há. Mas, sim, muitos buscam Ioga, florais e outras práticas alternativas como ÚNICA atenção à sua saúde mental. E, o problema, aqui, na minha opinião e experiência, está na exclusividade que a palavra ÚNICA remete. Fui delegado regional, pelo RS, num encontro em Brasília, que debateu o uso associado de práticas ditas alternativas pelos psicólogos. Nosso Estado teve uma das posições mais abertas e abrangentes sobre o assunto, mas fomos vencidos por critérios de "cientificidade" e de reservas de mercado.

P. A psicanálise precisa mudar para sobreviver?

R. Sim. Deve aspirar a ocupar o lugar que os behavioristas conquistaram. Para isso, terá que se transformar. As pessoas já não querem deitar em um divã três vezes por semana durante os próximos 20 anos. Certamente!!! A psicanálise deve evoluir no ritmo imposto pelo mundo. Deverá passar a apostar em tratamentos mais curtos, durante os quais se interaja com o paciente cara a cara, e não no divã. Isso seria revolucionário. Freud falou sobre o "ouro" da psicanálise e a "prata e o bronze" da psicoterapia: ainda é válido? Para quem? Por que? Deverá aceitar também tratar qualquer pessoa, assim como um médico em um hospital. Idem: revolucionário! As novas gerações já estão praticando uma mudança. Não tenho essas informações. O que sei é que as "psicoterapias de orientação psicanalítica" fazem isso, mas ISSO não é psicanálise. Ou é? O problema é que fazem apenas estudos de psicologia e não de ciências humanas (sim, sim e sim: especialmente filosofia, antropologia e sociologia... bem como política) e , motivo pelo qual os psicanalistas jovens estão menos bem formados e são menos cultos. Para ser psicanalista não é preciso apenas ser inteligente, mas também culto. Aqui eu pergunto o que é cultura e o que é culto: O que são esses conceitos? Desde Guattari... falamos mais, pelos menos "nós", (essas "filiações" são bem complexas e, também, complicadas: um problema-dentro do problema-dentro do problema) da esquizoanálise e da filosofia da diferença, em produção de subjetividade e processos de singularização. Cultura, nos diz Guattari, é um conceito reacionário.
Por "cultos" entende-se aqueles que conhecem os clássicos (assim ditos?)? Aqueles que leram os gregos, Platônicos, Socráticos e pré-Socráticos? Os que vão aos teatros e, além disso, ouvem música clássica? Certamente que existe uma "cultura" nestes citados, assim como, também, existe outra cultura noutros: nas mais váriadas formas de expressão artística, seja no Rock, na música popular, no Hip Hop (e suas variações); no cinema; nos movimentos populares; na produção literária dita "menor" (por estar fora do considerado hegemônico e ao gosto do capital); nas práticas religiosas; na política... dentre outros.

Chegando ao final dessa conversa, percebo que ela é mais é uma conversa com a psicanálise e com os seus usos do que com o texto da eminente psicanalista. 

Também me surpreende, e isso muito mais ainda, desde Freud, de novo e de novo, com o fato de que quase toda a população do planeta AINDA não acredita no inconsciente e considera que a totalidade da sua vida ocorre e decorre do que pensa, sente e age conscientemente.
Até quando?
É a prática psicanalitica, psicoterápica (de qualquer orientação) e o conhecimento da filosofia tão pouco difundido, conhecido, discutido? Ainda é elitista? Ou, embora o CONCEITO, a ideia, de inconsciente, esteja difundida, ela é de difícil "aplicação", manuseio,  "conhecimento" implicado?

Certamente não é tão fácil aceitar, admitir, viver com o conhecimento de que nós existimos fora da nossa consciência, fora daquilo que sabemos conscientemente. Sabemos conscientemente?

Guattari e Deleuze nos mostraram que o tal inconsciente não é meramente uma caixa de pandora, um depósito de traumas, desejos reprimidos e esquecimentos dolorosos. Nos mostraram que, apesar disso, ele é predominantemente, produção desejante, vontade de inéditos. Potência. Produção de diferença. Talvez aí entre, de novo, a psicanálise e suas derivações: foi ela, como mais um hegemônico, que disseminou essa ideia de um inconsciente... quase inacessível... dolorido e doloroso. Doloso?

 Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2015/09/02/cultura/1441210297_491115.html 

 

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