28 outubro, 2007

Fernando Pessoa: TERNURA



TERNURA.
Vou falar de uma palavra que poucos usam
e parece q até o seu sentido está meio perdido,
estou falando de uma das qualidades do amor,
contrário dessas paixões cheias de loucura,
estou falando da TERNURA.
Ternura é afeto,é carinho,é desarmar-se,
é oferecer o braço amigo,sem esperar nada,
é oferecer abrigo no coração sem cobrar aluguel,
é lembrar de alguém assim de repente
e sentir as lágrimas brotarem lá do fundo.
Ternura é visitar um amigo doente,
sentar ao seu lado e segurar sua mão
e mesmo sem palavras,transmitir tudo de bom.
Ternura é olhar nos olhos da pessoa amada
e mesmo depois de muitos anos
enxergar a mesma beleza e sentindo-se bem,
abraçá-la sem +nem -
e nesse abraço ficar colado.
Ternura é ainda o amor próprio,
é impor limites para q os outros saibam
até onde podem ir com vc
e esse limite será sempre amoroso,
pq qm se ama,consegue amar
e o amor é feito de pequenos gestos de afeto
q o mundo anda tão carente.
O amor é pura TERNURA.

Há vazios existenciais que só a compreensão
Preenche. Há muros que só
A paciência derruba e pontes que só o
Carinho constrói.
De tudo ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre
Começando...
A certeza de que é preciso continuar
A certeza de que seremos interrompidos antes
De terminar...
Portanto devemos:
Fazer da interrupção um caminho novo
Do medo uma escada.
Do sonho uma ponte.
Da procura um encontro.

(Fernando Pessoa)



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