13 setembro, 2008

Apostando numa relação.



Algumas vezes, passamos longo tempo apostando numa relação, acreditando que pode dar certo e que ainda não esgotamos todas as possibilidades. Até por isso, recentemente escrevi um artigo chamado "Não precisa ser para sempre, mas precisa ser até o fim!".

Alimentamos idéias que julgamos ser compartilhadas com o outro, sentimentos que nos parecem recíprocos e, deste modo, vivemos uma ilusão sem nos darmos conta.
É claro que quando isso acontece, nunca somos totalmente ingênuos a ponto de não questionarmos nada, de em nenhum momento duvidarmos da profundidade e da veracidade sobre o que está acontecendo.
Afinal, bem lá no fundo, por mais que tentemos negar, sabemos quando algo
não vai bem num relacionamento; sentimos quando um encontro é duvidoso, quando as palavras parecem suspensas, quando as atitudes são frágeis demais.

Mas ainda assim, insistimos. Chegamos a perder a noção de nossos próprios
limites e já não sabemos o quanto queremos, o quanto merecemos. Perdidos num desejo que parece maior que os fatos gritando diante de nossos olhos, somos capazes - algumas vezes - de cometer insanidades em nome de uma conquista.

Até aí, creio que tudo isso seja, sobretudo, humano. Não há pelo que se
lamentar; somente o que aprender! Mesmo porque, para quem está comprometido com seu amadurecimento, em busca de uma condição mais evoluída, há de chegar o momento em que, finalmente, a "ficha cai"!
Depois de recorrentes decepções, a gente compreende e consegue enxergar o que existe de fato e o que não existe e simplesmente nunca vai existir; tal
qual um veredicto - a exemplo do título do livro de Greg Behrent e Liz
Tuccillo: "Ele simplesmente não está a fim de você".

É isso: o outro não gosta, não quer, não está disposto e a gente se recusou
Veementemente a aceitar e respeitar esse direito que ele tem (também escrevi
o artigo "O outro tem o direito de não gostar de você"... link nesse blog Memória 200 giga!: O DIREITO DO OUTRO DE NÃO GOSTAR DE VOCÊ).
Mas quando a "ficha cai", é como se algemas se abrissem, cordas se desamarrassem, correntes se desenlaçassem: livres, enfim, estamos livres!

Tornamo-nos libertos de uma mentira que contamos a nós mesmos.
Percebemos, felizmente, que o caminho por onde andávamos não nos levaria a lugar algum. E, de repente, a gente desperta, como quem sai de um sonho
Confuso e angustiante: acordamos!

Meu desejo é para que você acorde, abra os olhos e se veja! Redescubra-se ilumine-se e, mesmo que lentamente, volte a brilhar. E que a cada
desconstrução, você possa se reconstruir...
Que a cada desengano, você possa renascer. A cada decepção, você possa
Reascender... E feito gente que você é, que consiga gentilmente se dar a
Chance de recomeçar, ainda que - de novo - possa se enganar!

Mas, a despeito de todos os seus equívocos, que você nunca perca a coragem
de seguir o seu coração e apostar tudo o que você é em suas mais intensas e
Nobres intenções!

Para que, depois do fim, sobrevivam dois corações inteiros, íntegros e
capazes de se dar ainda mais: o seu e o de que você amou!


(Rosana Braga)

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