JORGE DE LIMA (1895-1953)
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E tudo haveria de ser assim, para contemplar-te sereno, ó morte,
e integrar-me nos teus mistérios e nos teus milagres.
Agora vejo os Lázaros levantarem-se
e...
09 junho, 2011
A voz do silêncio
Martha Medeiros
"Pior do que uma voz que cala, é um silêncio que fala!"
Simples, rápido! E quanta força!
Imediatamente me veio à cabeça situações
em que o silêncio me disse verdades terríveis
pois, você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo.
Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.
Silêncios que falam sobre desinteresse,
esquecimento, recusas.
Quantas coisas são ditas na quietude, depois
de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo,
nem uma gargalhada para acabar
com o clima de tensão.
Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim.
É mil vezes preferível uma voz que diga coisas
que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras
que são ditas indicam uma tentativa de entendimento.
Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos,
expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.
Quantas vezes, numa discussão histérica,
ouvimos um dos dois gritar: "Diz alguma coisa,
mas não fica aí parado me olhando!"
É o silêncio de um mandando más notícias
para o desespero do outro.
É claro que há muitas situações em que o silêncio
é bem-vindo. Para um cara que trabalha com
uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma creche,
o silêncio é um presente.
Para os seguranças de um show de rock,
o silêncio é um sonho.
Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura,
o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz.
O único silêncio que perturba é aquele que fala.
E fala alto.
É quando ninguém bate à nossa porta,
não há recados na secretária eletrônica
e mesmo assim você entende a mensagem.
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2 comentários:
Estou caminhando por aqui,procurando respostas.
Quais?
Nem eu o sei!!!
Só entendo que não devo me distanciar de tanta coisa importante e também de verdades cruéis que andei descobrindo,não por vontade,mas por necessidade.
Parabéns, é realmente fabuloso "Psicologia e Vidas Livres". Estarei por aqui sempre que conseguir,as vezes redescobrir dói demais!!!e tenho sentido dor,deve ser importante,mas dói!!!
Mas essa dor que dói é uma dor que me atrai.
Tenho usado o que descobri e me sinto estranha,talvez mudanças estão ocorrendo e não tenha percebido,mas que venham as mudanças!!!.
Obrigado pelo sua apreciação do blog que se traduzem como avaliação positiva das 'coisas da vida1 que se passam por aqui.
Dores, verdades, estranhamentos - temas muito presentes na vida de todos nós - são condições inerentes ás mudanças que se fazem na nossa vida ou que fazemos nela.
Buscar respostas, mesmo não sabendo muito bem quais, é um caminho de descoberta e de auto-exame, como Diz Edgar Morin, o qual é feito não de uma forma introspectiva e autoreferendada, mas através de atenção ímpar que se dedica a examinar o que ocorre dentro e fora de nós simultaneamente.
Disso se conclui que não existe dor e nem sofrimento que tenha origem SÓ no dentro ou SÓ no fora.
É na relação entre desses dois que se instalam as COISAS da VIDA e A VIDA das COISAS que nos proporcionam um - não fácil - território existencial de mudanças e descobrimentos.
O alento?
É que também não é tão difícil: sobrevivemos a uns e melhor vivemos depois de outros.
Volte sempre... e que esse espaço seja um dos que a convoquem a fazer, da sua, a melhor vida possível, dentre as outras - vidas - .
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