Eu não sou como muita gente:
entusiasmada até à loucura
no princípio das afeições e depois,
passado um mês,
completamente desinteressada delas.
Eu sou ao contrário: o tempo passa
e a afeição
vai crescendo, morrendo
apenas quando a ingratidão
e a maldade a fizerem morrer.
- Florbela Espanca -
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Acreditar que podemos passar
a vida toda
sem sofrer a ingratidão,
até mesmo dos mais
próximos
e queridos por nós, é uma ilusão,
como ensina Hammed.
Eu sinto que a ingratidão pode
não matar a afeição, mas, tal como
deixa claro Florbela, no seu uso do
gerúndio do verbo amar,
vai matando-a.
Por vezes, até as mais belas relações
assim se esvaziam...
até não sobrar
nada...
quando a ingratidão se repete...
demasiado.
Ainda acho que a melhor maneira
de lidar com isso, é não criar
expectativas...
ainda que nos sintamos
no desejo dela
e as mereçamos,
a gratidão.
Importante também...
é darmos,
a nós mesmos,
a gratidão que queremos do outro
E a maldade?
Está certo que não precisamos
"ser amigos do inimigo"
e com ele tecer relações
afetivas, mas
precaver-se e afastar a maldade
- se afastar da maldade, do outro
e da nossa própria - é condição
de bem estar e saúde.
Ou... será que algum hipotético leitor desse
breve comentário, acredita
não haver maldade dentro de si?
LIMITES: é disso que
a maldade precisa...
ausência de território para proliferar.
Perdão?
O perdão, me parece, não tem
poder sobre a maldade... repetida.
Um comentário:
A ‘Correspondência’ de Florbela fala por tantos de nós...
Esse trecho, eu adoro. Indosso e assino embaixo.
A ingratidão é um dos maiores fatores da falta de amor, da falta
e um bom relacionamento entre as pessoas, e é também responsável
pelo surgimento de outros sentimentos desagradáveis e menores,
como: ódio, rancor, vingança, a maldade, etc
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