20 junho, 2012

Florbela e Cesar Espanca sobre as belas coisas que gostam




Gosto das belas coisas claras e simples, 
das grandes ternuras perfeitas, 
das doces compreensões silenciosas, 
gosto de tudo, enfim, onde encontro um pouco 
de beleza e de verdade. 
Por-que há ainda no mundo, graças a Deus, 
almas-astros onde eu
gosto de me refletir, almas de sinceridade 
e de pureza sobre
as quais adoro debruçar a minha.

Florbela Espanca

....................................................................

Gosto das belas coisas claras e simples 
e das complexas,  obscuras 
- que pedem investigação -,  densas; intensas;
das grandes ternuras e acolhimentos amorosos 
que  se dão depois de muitas conversas, 
que facilitam a compreensão 
ou dos breves silêncios, que os definem;
gosto de quase tudo que advém do encontro 
entre as almas afins ou que sabem discordar 
com argumentação e raciocício crítico...
Enfim, gosto do que me faz sentir eu mesmo
 e do que me faz outrar - transformar-me num  outro, 
simultaneamente igual e diferente de mim.
Por-que há ainda no mundo, 
graças a Deus, almas-astros 
onde eu gosto de me refletir, 
almas de sinceridade atrevida, 
de pureza não ingênua 
e de inteligência indagativa 
sobre as quais adoro debruçar a minha... 
e ver o quanto são iguais e diferentes da minha.

Cesar (Ricardo Koefender) Espanca




7 comentários:

Kátia disse...

Sensacional o casal Floresbelas!!!
Essas almas-astros, as quais adoro debruçar a minha, ar-ra-sa-ram!!!!
Hahahahahahaha, e não vale discordar: sensibilidades de almas poéticas.

Na poesia ‘Ser Poeta’ Florbela fala dos poetas: “Mordem como quem beija.”
Nesse verso, ela demonstra a capacidade de transformação do bruto e doloroso em algo
singelo e suave. Uma espécie de poder alquímico, que transforma o metal vil em ouro.

No seu caso, FlorBelo, houve uma alquimia interna. Você adicionou os elementos dela, misturando-os
com os da sua personalidade. Resultado da transformação: a preciosidade do seu nobre metal.

.

Anônimo disse...

Primeiramente Cesar, adoro o teu nome...

É o nome do meu irmão mais velho, alguém que respeito e amo muito. De uma alma extremamente densa, intensa e complexa...(e olha que é taurino, o dito ser das coisas simples)

Bem, Florbela, vamos dizer, espanca-nos com uma sabedoria singela e melancólica nas poesias. Confesso que a tua (em base da dela) ficou muito melhor...
Com uma sabedoria muito mais profunda, já que a vida é assim: luz e sombra, dia e noite, trabalho e repouso, bem e mal...

Pessoas são caixinhas de surpresas, e não devemos ser tão ingênuos (gostei como colocou pureza não ingênua, é isso ái) de que a mão que afaga, não tem a mesmíssima capacidade de atirar pedras...

Excelente tudo aqui César.
De muito bom gosto.
Sofisticado e inteligente.

Meu Olá.
:)

Sou muito observadora, e reparei em algo que gostei muito: "Prove que você não é um robô".

Numa sociedade cada vez mais robopata, totalmente Zumbi, é algo bom de se provar, não é mesmo: que há vida livre e sangue quente correndo nas veias.

:)

Cerikky.. Cesar Ricardo Koefender disse...

Olá Cila, bem vinda.
Gostei do seu comentário doce, simpático, próximo e crítico.
Não sei onde achou a tal referência ao robo, mas... que é certo que ainda é bom ter sangue quente nas veias e sair do estado de zumbi que estão a querer nos colocar insistentemente... isto é.

Suas palavras me chegam como re-conhecimento e estímulo.
Thanks.

Cerikky.. Cesar Ricardo Koefender disse...

Dear Kátia:
Isso que você chama - tão bonitamente - de alquimia e nobre metal... são as minhas conversas (com-versos?)com os textos de alguns poetas e escritos que me agradam.
Ahhh... e me diverti com o FlorBelo... kkkkk

"Mordem como quem beija"... hummmm que interessante essaS mulheres.

Anônimo disse...

Agradeço a recepção Cesar...

Quanto ao robô, é na própria caixa onde há as palavras para se poder postar o comentário, por conta da moderação, que vem escrito: "Prove que você não é um robô"
Para o dono do blogue não aparece, só para nós, os leitores. (Creio eu)

Eu adorei ler isso, confesso-te :)
Hoje tudo é spam, até as pessoas, infelizmente, meu caro.

Um enorme sorriso :)
Priscila, mas no momento, só Cila, de Scilla, da mitologia, tudo originando o significado do meu nome :)

Cerikky.. Cesar Ricardo Koefender disse...

Sim Cila, infelizmente as pessoas também são consideradas span. Não as pessoas, propriamente, mas o que elas fazem: querem vender e ter visibilidade para tudo o que vendem, desde idéias até estéticas e produtos.
Acho que alguma merecem mesmo esse rótulo, pois são tão indesejadas que é melhor bloquear seus ímpetos de chatice.
Elas são indesejadas, seus produtos, suas práticas invasivas e
até suas comunicações-informações.

Você já viu no chat do blog como tem blogwalking fazendo propaganda dos seus blogs?

Anônimo disse...

Vi sim...

É o que mais cansa-me por aqui na web/blogs.
O lema dos bloggers "só vou no teu se tu fores no meu".
Triste.
Eu só vou onde gosto do que leio, onde sinto-me bem, ou identifico-me com os questionamentos, independentemente do comércio virtual...


Porque se não tiver vida, eu corro baby :)

Zumbis e zumbis e zumbis...
Já vistes que a sétima arte só tem feito filmes nessa categoria?
De fazer pensar.
:)