e uma Voz lá de dentro perguntou: - Quem está aí? E ele respondeu - Sou eu. A Voz então disse: - Esta casa não conterá nós dois. E a porta continuou fechada. Então o Amante foi para o deserto e na solidão jejuou e orou. Retornou depois de um ano e bateu novamente à porta. E de novo a Voz perguntou: - Quem é? E o Amante respondeu: - És tu mesma! E a porta lhe foi aberta.
Após milênios de cisões entre diferentes aspectos, indivisíveis, porém, como ciência e arte, sagrado e profano, corpo e mente, eu e não eu, e outros, nós ocidentais, a duras e alegres penas, vimos perseguindo e encontrando instrumentos para lidar com os impasses e ultrapassar dicotomias paralisantes, sem eliminar as contradições.
Entre os cronistas do cotidiano, contemporâneos, encontro mestres em outras maneiras de lidar com acontecimentos, problematizando-os e se preocupando em não banalizar sua complexidade, ao contrário, levando o leitor à percepção de novos e surpreendentes ângulos. Um dos recursos usados é o do autor se inserir na situação e/ou contexto que está trazendo, dizendo o que pensa, o que sente, como foi afetado pelas circunstâncias, ou seja, recorrendo às referências que brotam de sua experiência e de seu agir no mundo, em outras palavras, deixando a neutralidade, se expondo.
Não apenas a ciência é conceitual, também a arte e a vida. Em nosso cotidiano cada vez que descobrimos jeitos mais enriquecedores, ou sentimos a precisão de problematizar a rede de relações de situações que nos desafiam, em certa medida, criamos conceitos. Um conceito é para ser usado, uma ferramenta do pensamento que sustenta, temporariamente nossas ações no mundo, em qualquer dos campos que agimos. Não nasce para permanecer, mas para ser substituído por outros, podendo ser usado diferentemente em outros contextos. Quando isso ocorre, não é mais aquele conceito original, mas um outro que possa oferecer novos e diferentes recursos. Quando digo usado quero dizer, experimentado, vivido.
Na cultura ocidental (como em qualquer cultura) há saberes supostos para nos orientar (que podem desorientar, completamente!), e para me sentir garantida a eles me agarro. Quando faço isso não posso me apossar das referências, pois, em geral, estas permanecem alheias à minha experiência, não as encarno e por isso, se distanciam de mim como cenouras na frente do burrinho, não me servindo, pois não dariam conta dos desafios do momento. Paradoxalmente tenho as garantias do suposto saber, mas não as referências.
Estou em estado-de-risco quando esqueço o saber apriori, inclusive teorias e/ou conceitos encontrados por mim no passado e que me serviram em outros momentos, mas que talvez, agora não me sirvam. Quando, porém, abandono conhecimentos prévios, outro paradoxo, vou encontrando referências, me inserindo na situação e interagindo com ela. O que ocorre, entretanto, em estado-de-risco as referências vão se fazendo com a experiência e a vivência, e a bússola, assim como a posição da estrelas são criadas a cada instante. Ou não. Não há garantias.
Estado-de-risco é um conceito que procuro, na medida do possível, usar (viver) na clínica, na arte e na vida.
Ferreira Gullar diz que é “um contumaz inventor de teorias – algumas até foram levadas à sério como a Teoria do Não-Objeto; outras injustamente desconsideradas. Nem por isso desisto, tanto que uma de minhas teorias mais recentes é a de que uma das funções do artista é criar o maravilhoso (ou o surpreendente), pela simples razão de que não encontramos no mundo maravilhas em quantidade suficiente para satisfazer a fome de maravilha que habita as pessoas.(...)”. (Folha de São Paulo, E 12, 30 de Janeiro de 2005)
A “teoria do não-objeto”, me parece, surgiu em um encontro entre artistas e amigos, quando os neo-concretos buscavam conceitos que exprimissem aspectos das esculturas (inclassificáveis) de Ligia Clark. Vamos supor que o ambiente em que estavam era descontraído, sem censuras ou julgamentos, viviam um encontro onde, em estado-de-risco, podiam se arriscar. Winnicott chamou de transicional os espaços que não podem ser censurados, para que os paradoxos se preservem; levamos (ou não) para a vida adulta, os espaços transicionais. Nesses espaços estamos em estado-de-risco, e o novo pode (ou não) surgir. Não nos esqueçamos, sem garantias, porém, paradoxalmente, é quando não as temos que se pode criar. E a censura, bem sabemos, costuma estar muito em nós, podemos ser juízes horríveis para nós mesmos.
Os espaços transicionais estão entre alguém e outro alguém, entre o livro e o leitor, entre eu e o mundo, infindáveis entres. Acima mencionei que um dos recursos usados para ultrapassar as dicotomias sem suprimir as contradições, seria o autor se inserir na situação e/ou contexto que está trazendo, tornando-se não apenas parte dele, mas um de seus elementos constituintes, como um dos caracteres de um ideograma. Outro recurso poderoso seria usar espaços transicionais - como os intervalos entre a arte, a ciência e a vida, por exemplo.
Estado-de-risco é ao mesmo tempo um intervalo, um lugar, um espaço transicional, um estado de percepção e consciência, um conceito e objeto transicional. Ao mesmo tempo singular – pois cada estado-de-risco só poderia ser único, é também absolutamente plural, pelo siples motivo de encontrar-se e se disseminar na vida. Uma das perspectivas de trabalhar nos intervalos seria a inclusão da simultaneidade: muitos aspectos ocorrendo simultaneamente.
Gosto muito quando FG afirma que “uma das funções do artista é criar o maravilhoso (ou o surpreendente)”, pois, nós humanos também somos feitos de monstros, fadas, bruxas, animais fantásticos; mas para mim o surpreendente nessa afirmação de FG é que, quando criamos novas referências, experiencialmente, quando usamos e trans-criamos conceitos, quando freqüentamos o estado de risco, nos sentimos vivos.
Se não fizéssemos isso estaríamos submetidos todo o tempo a regras e referências apriori que existiram muito antes de nascermos e existirão (provavelmente) muito depois que nos formos. Assim, o surpreendente é também descobrir que não podemos criar a nós mesmo, nem ao mundo, mas podemos criar parcelas do mundo e parcelas de nós: a micro-política de Deleuze e Guattari.
QUEM NÃO COMPREENDE UM OLHAR TAMBÉM NÃO COMPREENDERÁ UMA LONGA EXPLICAÇÃO. (Provérbio árabe)
* "OS FATOS SÂO SONOROS... MAS ENTRE OS FATOS HÁ UM SUSSURRO. É O SUSSURRO QUE ME IMPRESSIONA."
* APRENDER SEM PENSAR É INÚTIL. PENSAR SEM APRENDER É PERIGOSO. (Confúcio)
* "Áspero e suave, grosseiro e fino, / Familiar e estranho, impuro e puro, / Lugar de encontro dos loucos e dos sábios. / Tudo isso sou, tudo isso quero ser, / Ao mesmo tempo pomba, serpente e porco”.
“É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante.” (Nietzsche)
Tanto quanto a arte, algumas idéias, poderosas idéias, têm aquela rara capacidade de subtrair-nos do mundo ordinário, atravessar-nos feito avalanches sucessivas, verdadeiros terremotos, e lançar-nos num espaço sem fronteiras, sem molduras, delirante, desviante, pleno caos.
Passada a onda, voltamos ao que supomos ter sido o local do "crime", que dificilmente reconhecemos, e vamos reunindo os fragmentos espalhados, metais retorcidos, vidros derretidos, cacos os mais diversos, num primeiro momento para tentar introduzir alguma "ordem" no caos e, a seguir, certamente, para saber o que aconteceu ali.
Logo constatamos que jamais poderemos dizer o que exatamente aconteceu e mais, o que nesse momento nos parece mais desconfortável, constatamos que os pedaços, os cacos encontrados não se colam ou se encaixam. Longe de com eles restaurarmos o confortável território (espacial/mental/afetivo/social) anterior, com eles, talvez, dê para improvisar algumas gambiarras.
Este texto é a tentativa de produzir uma dessas gambiarras de idéias a propósito da arte, depois de ter sido atravessada, capturada, tomada de assalto pela onda deleuziana ou deleuzo-guattariana, para citar os dois autores (Gilles Deleuze e Félix Guattari) que inspiram esta reflexão. Mas, qual seria o motivo de tanto abalo? Tanto barulho?
Ora, o pensamento pode ter a potência das forças da natureza. A diferença está na maneira como ele se realiza. Por exemplo: quando experimentamos outros paradigmas ou, no limite, nos desfazemos de antigos paradigmas, não estamos, como de praxe se diz, "re-pensando" o mundo.
Estamos, de fato, "inventando mundos". Esse mundo, com essas idéias, não é o antigo mundo agora "re-pensado", "re-significado", "re-apresentado", etc., etc. É outro mundo, mesmo o mais fragmentado deles, mundo dos cacos que não se encaixam. Não deixa de ser um. E isto não é qualquer coisa em nossas vidas individuais ou coletivas.
Enfim, isso tudo é para dizer que nada, ou quase nada, neste texto está assentado, sedimentado, consolidado, como seria de se esperar. Primeiro por limitações pessoais – não se trata da reflexão de um "especialista" na obra de Gilles Deleuze e Félix Guattari – o conhecimento desse fabuloso universo conceitual é, pelo menos por ora, bastante assistemático, não-convencional e está em curso. Segundo porque, a própria obra, ora conjunta dos autores, ora em seus textos individuais, não se presta a ser sistematizada, organizada a partir de algo tomado como "fundamento" e que depois, em efeito cascata ou arborificado, se desenvolveria cumulativamente, conforme em geral nos conforta encontrar. Não há uma obra básica, fundamental aqui.
É todo um pensamento que se espraia se lançando em campos os mais diversos. Tentar "enquadrar" a obra de Deleuze e Guattari é, além de inútil, cortar as asas do pássaro de vôo alto e transformá-lo na avezinha da gaiola que, por falta de vôo, perdeu o canto. Do trabalho de ambos, individualmente ou em conjunto, se há algo que podemos destacar como particularmente importante é, com certeza, a arte. Aliás, a arte é, ao lado da filosofia e da ciência, tratada aqui como uma forma de pensamento. Um dos últimos livros de Gilles Deleuze e Félix Guattari, o belíssimo O que é a filosofia? não faz mais que esquadrinhar a natureza de cada uma dessas formas (filosofia, ciência e arte), concebendo sua atuação no mundo, particularmente sua abordagem do caos, seus constructos ou composições e, se existem e quando existem, as relações que estabelecem entre si. Mas o que teria de tão especial esse pensamento para nos abalar, nos deslocar, ou para utilizar um conceito da dupla, nos desterritorializar (que nada mais é do que desfazer o nosso suposto chão, liquidificar nossas tão caras certezas)?
Fazendo um atalho no percurso do livro O que é a filosofia?, que segue construindo cada uma das formas e chega à arte depois de ter passado pela filosofia e pela ciência, encontramos uma afirmação instigante, que sempre nos soa absurda, à primeira vista, certamente. Diz Deleuze: A obra de arte não é um instrumento de comunicação.
Ora, isso parece ser, como de fato é, o inverso do que em geral dizemos ou ouvimos a propósito da arte. A arte, é o que sempre ouvimos dizer, comunica alguma coisa que vem do artista para a sociedade, ou dessa sociedade (pensando no artista como ser social) para sociedades outras e futuras. Via de regra somos solicitados como "consumidores", ou "fruidores" de obras de arte, a fazer a tradução da mensagem do artista.
Essa tradução (ou interpretação, como preferem alguns) se constituiria de uma decodificação da tal mensagem impressa na obra, na sua linguagem específica (musical, pictórica, espacial, etc.), e de sua imediata transposição para a linguagem verbal. É bom lembrar que os sistemas autoritários em geral, além de se apropriarem das obras de arte em benefício próprio, quando não as eliminam, radicalizam a importância de um "conteúdo", de "uma mensagem" com comprometimentos ideológicos explícitos, em detrimento de uma suposta "forma" qualquer.
A camisa-de-força exige que a arte se comporte como instrumento de comunicação de palavras de ordem. Basta ver o que aconteceu na URSS sob Stalin e na Alemanha sob Hitler. Mas este fenômeno de encarceramento do fazer artístico a conteúdos específicos (ou formas de conteúdos) não é "privilégio" de sistemas reconhecidamente autoritários. O quanto de congelamento se produz em nome de marcas identitárias – nacionalistas, regionalistas, pessoais, etc. Uma arte que seja brasileira, alemã, africana, paulista, amazônica...
O curioso é que muitos artistas, convictos desse processo - da arte como veiculadora de mensagens - , tomam como dificuldade pessoal, muito particular, a incapacidade para produzir uma tradução (segundo os códigos verbais) de sua própria obra. Alguns dizem literalmente: - não sei dizer com palavras aquilo que está dito na tela com as linhas e cores. Nesse momento nasce o "crítico", ou o lugar de um tipo de crítico. Mas voltemos a Deleuze: O que significa dizer que a obra de arte não é um instrumento de comunicação? E, antes disso, o que ele diz a propósito da comunicação? A comunicação, diz-nos Deleuze, pode ser compreendida como a transmissão e a propagação de uma informação.
Mas, o que é uma informação? É um conjunto de palavras de ordem! Informar é fazer circular uma palavra de ordem, ou seja, quando nos informam alguma coisa, nos dizem o que julgam que devemos crer. As declarações da polícia são chamadas, a justo título, comunicados. Elas nos comunicam informações, nos dizem aquilo que julgam que somos capazes ou devemos ou temos a obrigação de crer. Ou nem mesmo crer, mas fazer como se acreditássemos. Não nos pedem para crer, mas para nos comportar como se crêssemos. Isso é informação, isso é comunicação. O que equivale a dizer que a informação é exatamente o sistema de controle.
Essa discussão, a do sistema de controle, é muito importante nos dias atuais. Michel Foucault fez com precisão assustadora a análise da chamada sociedade disciplinar cuja principal característica é o sistema de enclausuramento e a propagação das conhecidas "instituições totais" (prisões, escolas, hospícios, conventos, quartéis, etc.).
Deleuze elege o termo sociedade de controle proposto pelo escritor beat norte-americano William Burroughs, como o que melhor define isso que vem suceder (e está em curso) a sociedade disciplinar detectada por Foucault, ou seja a nossa sociedade ocidental contemporânea. Aqui, os antigos sistemas de enclausuramento são dispensáveis. Em seu lugar se encontra o grande sistema de controle, de emissão sistemática de palavras de ordem: os meios de comunicação. As palavras de ordem nos chegam por todos os lados, em todos os momentos. Esse já é nosso presente e nosso futuro. E a obra de arte? Que lugar ela ocupa aqui? Com certeza, ela não é uma palavra de ordem. Aliás, a arte não tem nada a ver com comunicação. Ela não contém a mínima informação. O que existe, ao contrário, é uma profunda afinidade entre obra de arte e ato de resistência.
Há pelo menos duas maneiras de pensarmos isso que Deleuze chama de ato de resistência. A primeira é pensá-lo como contra-informação. Teríamos que convocar aqui a memória dos movimentos de resistência, sempre clandestinos, nos processos de guerra. A contra-informação como principal arma.
Talvez pudéssemos considerar também as resistências pacíficas como aquela liderada por Gandhi, durante a dominação inglesa, organizando movimentos de desobediência civil que ignoravam palavras de ordem e diluíam informações. Ainda que pacíficos, esses movimentos nada tiveram de passivos. A obra de arte é ato de resistência no sentido em que desobedece sempre, ignora palavras de ordem, não pretende transmitir nada e ainda dilui as informações que a envolvem. Por outro lado, é importante lembrar que nem todo ato de resistência é uma obra de arte, ainda que possamos divisar, em geral na criatividade, na coragem sem fronteira, no desvario, no tudo ou nada dos atos de resistência propriamente ditos, algo que parece ser da natureza daarte.
A guerrilha e seus movimentos inusitados parece ser o melhor exemplo. A outra maneira de pensarmos a relação entre arte e ato de resistência está nas palavras de André Malraux: a arte é a única coisa que resiste à morte. Inspirados em Malraux, Deleuze e Guattari começam assim o último capítulo de O que é a filosofia?: O jovem sorri na tela enquanto ela dura. O sangue lateja sob a pele deste rosto de mulher, e o vento agita um ramo, um grupo de homens se apressa em partir. Num romance ou num filme, o jovem deixa de sorrir, mas começará outra vez, se voltarmos a tal página ou a tal momento. (...) A moça guarda a pose que tinha há cinco mil anos, gesto que não depende mais daquela que o fez. O ar guarda a agitação, o sopro e a luz que tinha, tal dia do ano passado, e não depende mais de quem o respirava naquela manhã (p. 213).
A arte conserva, e é a única coisa no mundo que se conserva. Conserva e se conserva em si (...), embora, de fato, não dure mais que seu suporte e seus materiais... (p. 213). Mas ainda assim, poderíamos dizer que a arte pode na duração finita, até mesmo efêmera de seus suportes materiais, inventar o tempo sem tempo de se conservar eternamente.
Tudo o mais se desmancha no ar...
Nota 1. O artigo foi publicado originalmente em português no Portal Vitruvius, Texto Especial Arquitextos, n. 078, junho 2001, <www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp078.asp>. Bibliografia DELEUZE, Gilles. "O ato de criação". Trad. José Marcos Macedo. Em: Folha de São Paulo, Caderno Mais!, 27 de junho de 1999. DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. O que é a filosofia? Trad. Bento Prado Jr. e Alberto Muñoz. 2ª reimpressão. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1996.
Ludmila Brandão é arquiteta e historiadora, doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP, professora do Programa de Pós-Graduação em História e do Departamento de Artes, ambos da UFMT Universidade Federal do Mato Grosso.
Parece que nesse tempo de individualismo não sobra espaço para as singularidades nascentes e desejantes de inéditos: minha postura em relação aos scraps postados na minha página do orkut tem gerado grande polêmica. Muitos se ofendem porque os deleto; aos scraps, me refiro; outros acham instigante e "diferente"; há os que não comentam nada e me deletam sumariamente, palavras articuladas num silêncio de ação!
Há, ainda, os que acham "normal" porque a página é "minha" e eu faço nela o que eu quiser, argumentam.Essa é lógica reinante, mas que camufla um mal-estar... que fica indizível ou que simplesmente busca retratar um "não to nem aí", o que, me parece, caracteriza a banalização das maneiras de se relacionar. Há, também, os que perguntam e questionam...
Então, movido por essa saudável divergência, resolvi argumentar e justifiquei a minha posição com o que segue abaixo. Considero fundamental amar, sonhar e se posicionar sobre os fatos. A divergência e a diferença aparecem nos micro espaços-tempos do nosso cotidiano... e estão, cada uma delas individualmente, e ambas transversalmente, por toda parte. Penso que esses vetores de enunciação e elucidação das diferenças são agenciamentos coletivos...
A internet, esse portal aberto ao mundo para milhões de usuários possibilita quase tudo e é fascinante, mas, há questões importantes colocadas em pauta pelos usuários e pelas relações que aqui acontecem, por exemplo: informação não é sinônimo de comunicação, porque, enquanto a primeira é automática e descartável, a segunda é processual e implica decodificação, releitura... é relacional, ou seja, cada um se relaciona e se apodera - no sentido de se reconhecer como um ser-sujeito que está em relação com - do vínculo (com o outro) que se estabelece nesse âmbito.O que está abaixo, é o que enviei para os amigos.
TIRAR SCRAPS
Queridos!
Como agenciar e agendar entendimentos
através do corte?
Como promover aceitação quando há,
de novo, um corte, radical, de raiz,
que evidencia a alteridade?
Como fazer valer a liberdade,
no seu pleno exercício,
querendo agradar "a todos"?
Como?
Aqui, nesta minha-nossa-minha página...
eu procuro deixar o que gosto,
o que me faz vibrar,
o que caracteriza aquilo que considero belo:
um corpo estético de relacionamentos-imagens-
sons-textos que produzem semelhança e diferença
simultaneamente, numa dialógica dança de
andar-parar, ficar-sair, deixar-tirar.
Me pergunto (e a vocês): como lidar
com uma página (pública) pessoal
preservando gostos, desejos
e preferências... sem cortar, tirar,
o que não agrada a mim?
C R K
DEIXAR SCRAPS
Há muito aprendi que é bom, bonito e belo,
por assim dizer,
respeitar a opinião alheia...
sem o desmerecimento da própria opinião:
trata-se de um exercício infindável e sempre atual...
pois estamos sempre em contato,
nos relacionando.
É exatamente nesse entre nós que
estão os scraps!
Eles são algo que acontece entre nós,
mas não são nem eu e nem você... não é pessoal...
é só... estético.
Por estético não me refiro à forma, ao gosto,
tão somente, mas, principalmente, ao exercício
do conhecimento mútuo:
como se conhecer sem cortes?
Vejo-os, os cortes, como condição de união...
de aproximação e respeito... para quem quer se unir.
Abrir os olhos e ver, perceber e sentir:
mágica que acontece nesse orkut, também!
C R K
AINDA SOBRE OS SCRAPS
O que eu retiro?
Assuntos que tenham um cunho pessoal,
algumas conversas, e... vídeos,
imagens que não tenham a ver comigo.
Também retiro o que interpreto como...
excesso de elogios e agradecimentos:
as pessoas dizem que tenho "muito" bom-gosto
e ficam "muito" agradecidas: excessos de "educação me perturbam...........rsrsssss
Ahhh, claro que os leio e aprecio,
geralmente respondo e, depois... tiro.
Idiossincrasias minhas.
O que deixo?Tudo o que me agrada aos olhos e ao coração!
Pode demorar um pouco para abrir completamente. Há muitas imagens, links e postagem longas. É preciso ter paciência, algo incomum na sociedade individualista, veloz e de consumo.
Aqui as informações não estão para serem consumidas; antes disso, estão para serem tratadas como... pequenas jóias de beleza, pedras de conhecimento, assopros de sabedoria, vindos de muitos mestres. Mestres filósofos. Mestres orientais. Mestres anônimos. Mestres cientistas. Mestres espirituais e espiritualistas. Mestres sem classificação.
Pequenas tentativas de transformar este mundo num- mundo-melhor-para-vivermos: a cada dia renovado, inventado, criado, produzido! Gosto de conversas... de concordâncias e discordâncias. Considero a divergência fundamentada bastante saudável! Neste menu da direita, mais abaixo e nos comentários das postagens, você encontra lugar-espaço para trazer suas opiniões. Seja bem vindo !
Sobre esse blog
"Psicologia e Vida Livres", um nome estranho, o desse Blog, já que não existe liberdade, nem na Psicologia e nem na Vida.
O que existe são LIBERDADES! Cada uma delas na dependência de várias coisas, simples e complexas, mas ainda assim, na dependência de algo, ou de alguém!
Então... nessa dialógica da liberdade e da prisão, ou melhor dito, das liberdades e das prisões... vou tentando postar sobre "As Coisas da Vida e da Vida das Coisas".
Minhas lentes e meus olhares são composições híbridas que se criam através do cruzamento, do choque, da colisão de linhas transversais entre a esquizoanálise, a poesia, a história, a filosofia, o cotidiano, a política, a vida, a morte e as artes em geral.
Que Coisas da Vida?
Estas que pegamos na mão e dizemos:
- "É assim."
- "Está assim."
Aquelas que não conseguimos pegar na mão e ... dizer... "é ou está assim."
Estas que tem início, meio e fim. O que é previsível, esperado e "natural".
Estas em que sabemos só o início; só o meio; só o fim.
Aquelas que são inesperadas, inusitadas, imprevisíveis, incontroláveis e indizíveis.
Estas e aquelas que são simples e estas e aquelas que são complexas.
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Contrastes
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... trodo mundo tem um pouco! Pouco?
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Idas...
caminhando pra frente
E vindas...
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