15 novembro, 2010

Frases: Edgar Morin, Luiz Gilberto de Barros, Clarice Lispector e Jiddu Krishnamurti




O inesperado surpreende-nos...

É que nos instalamos de maneira segura em nossas teorias e ideias 
e estas não têm estruturas para acolher o novo. 
Entretanto, o novo brota sem parar. Não podemos jamais prever como 
se apresentará, mas deve-se esperar sua chegada, 
ou seja, esperar o inesperado. 
E quando o inesperado se manifesta, é preciso ser capaz de rever 
nossas teorias e ideias, ao invés de deixar o fato novo entrar 
à força na teoria incapaz de recebê-lo.

- Edgar Morin -


Tu nunca estás sozinho

Tu não sabes teu caminho,
Mas teu pé ainda pisa
Tu nunca estás sozinho,
Teu olhar sempre te avisa.

Se tombas na pedra lisa,
O teu braço te sustenta,
Se a dor é violenta,
Tua fé te tranqüiliza.

Se o medo te aterroriza,
Tua força te resgata
E por mais que alguém te bata,
Teu silêncio te organiza.

E se tua alma desliza
Na solidão repentina,
A lágrima em tua retina
É só um sopro de brisa.

* Luiz Gilberto de Barros *


A percepção de que o tempo está passando é, ao mesmo tempo, 
maravilhosa e assustadora. 
O devir causa-me a angustiosa pretensão de fazer com que 
a vida adquira um sentido sempre interessante...

Mas é a vida em si tão absurda e tão intensamente inacreditável que me inquieta!
A vida que teima em surgir em vários espaços... 
a vida que teima em renascer continuamente... 
a vida que se afirma contra a força da destruição e da morte...
a vida que também pulsa em mim! 

- Clarice Lispector -


Eu chorei, mas não desejo que os demais chorem; mas se o fizerem, agora sei o
que isso significa. (...) É preciso que se libertem, não por minha causa, mas
apesar de mim. Toda esta vida e, especialmente nos últimos meses, tenho lutado
para ser livre – livre de meus amigos, dos meus livros, de minhas associações.

Vocês devem lutar pela mesma liberdade. 
Deve haver uma constante inquietação interior. 
Segurem um espelho constantemente à sua frente. 
Se houver algo indigno do ideal que criaram para si mesmos, mudem-no. 
Não façam de mim uma autoridade. Se eu me tornar uma necessidade para vocês, 
o que farão quando eu partir? 

Alguns de vocês acreditam que eu possa lhes dar uma bebida que os tornará livres, 
que posso lhes dar uma fórmula que os libertará – mas não é assim. 
Eu posso ser a porta, mas vocês devem passar por ela 
e encontrar a libertação que está além dela... 

A verdade chega como um ladrão – quando menos se espera por ela. 
Gostaria de poder inventar uma nova língua; como não posso, 
gostaria de destruir a velha fraseologia e antigos conceitos. 

Ninguém pode lhes dar a libertação. Terão de encontrá-la dentro de si, 
mas porque eu a encontrei, eu lhes mostrarei o caminho... 
Aquele que atingiu a libertação tornou-se um instrutor. 
Cada um de vocês têm o poder de entrar na chama, de se tornarem a própria chama... 

A libertação não se destina aos poucos, aos escolhidos, aos eleitos.

* Jiddu Krishnamurti * 



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