21 julho, 2009

Palavras do Imperador-Deus de Duna: Leto Atreides II

*




Eu sou o mais ardente observador de pessoas que já existiu. Eu as observo dentro de mim e do lado de fora. Passado e presente podem fundir-se em estranhas colocações dentro de mim. E enquanto a metamorfose continua em minha carne, coisas maravilhosas acontecem aos meus sentidos.
É como se eu visse tudo em dose.

...

A discórdia é um grande prazer. E pelo modo como
lidamos com a discórdia que afiamos nossa criatividade.

...

Os radicais sempre vêem as questões em
termos muito simples: preto e branco, bom e mal, eles e nós. E, ao abordarem
questões complexas desse modo, abrem caminho para o caos. E a arte de governar,
como você a chama, consiste no domínio do caos.

...

Lorde Leto disse:
“Quando você voltar, diga a suas irmãs que eu vou restaurar a visão exterior.
Uma paisagem como esta leva a pessoa a olhar para seu interior em busca de
qualquer liberdade de espírito que possa encontrar dentro de si. E a maioria dos
humanos não é suficientemente forte para encontrar liberdade no seu interior.”

...

Estranho como possa parecer, as grandes lutas, como as que vocês percebem emergir da
leitura de meus diários, nem sempre parecem visíveis aos seus participantes.
Muito depende do que as pessoas sonham na privacidade de seus corações. Sempre me
preocupei em moldar os sonhos assim como as ações. Entre as linhas do meu diário, encontra-se a luta com a visão que a humanidade possui de si mesma — uma disputa suarenta num campo onde as motivações do nosso passado mais obscuro podem brotar de um reservatório inconsciente, tornando-se não apenas eventos com os quais temos de viver, mas eventos que precisamos enfrentar.
É o monstro com cabeças de hidra que sempre nos ataca vindo de nosso lado cego. Eu rezo, portanto, para que, quando vocês tiverem atravessado sua porção do Caminho Dourado, a humanidade não seja mais como crianças inocentes dançando ao som de uma música que não podem ouvir.
— Os diários roubados

Minha paz é realmente uma tranqüilidade forçada. E os seres humanos possuem uma longa história de reação à tranqüilidade.




*

Nenhum comentário: