23 maio, 2010

Fragmentos de uma conversa "virtual" sobre Platão, Pluto e Plutão




Estranho né? 
Felicidade por um lado 
e tristeza por outro. 
Paradoxos da viva-vivida.

Por isso amo Deleuze e Guattari: eles ensinam 
que isso é imanente e não ...  necessariamente... 
doente!

Um referencial libertador 
que ajuda, e muito, a encarar 
as coisas da vida e a vida das coisas...

Assim consigo me sentir mais inteiro, 
ainda que feito de fragmentos...

Posso dizer que, para eles, não existe a idéia da transparência... 
mas sim a da imanência...

Assim, vejo, por vezes, que vc deseja uma translúcida 
visão dos fatos, onde nada escape e TUDO apareça... 
e seja explicitamente VISÍVEL (não necessariamente DITO, mas visível)... 
isso, nos termos dele... é impossível e ... diria eu, até indesejável... 
por vezes... já que não se pode viver num puro real e nem num puro fantasioso mundo... das realidades e idéias e ações puras e transparentes

... não há pureza...

há planos de afecção... afetação, de afetar... de produzir sensações
e produzir afetos... nem sempre reconhecíveis... 
assim... tão de pronto... enfim... 

Pureza diferente... sim. Uma nova pureza, despregada dos paradigmas reinantes... 
religiosos, artísticos, ligados a infância... esotéricos...
Uma pureza semelhante ao que o Guattari chama de nova suavidade...
Nisso eu também acredito, mas desde uma ótica de que não existem inocentes...

Uma pureza atômica, de átomo mesmo... 
plutônica (não é de pluto, 
o cachorro aquele, mas de plutão... o planeta da transformação.... 
kkkkkkkkkkkkkk...) e que eles  
não me ouçam... (isso sou eu falando) e não platônica.

Deleuze está mais, muito mais, para Demócrito do que para Platão... 
ele "detona" a filosofia das "idéias puras" de platão... affff... 

O bom e verdadeiro amigo não é aquele, embora também 
possa assumir esse papel eventualmente,
que conta piada e fala besteira
pra fazer vc rir e se "esquecer" da tristeza,
mas aquele que,
a propósito dela
e a respeitando,
te faz rir porque sabe
que vc não é SÓ tristeza.
Ele sabe, ainda-que-não-saiba-
que vc é um todo não totalizado...
Um todo fragmentado e por isso... único!
E ele conhece você.
Pronto"
Bem simples assim.

Lindo!
Tive isso de um amigo real hoje.
Falamos de tudo-junto.
E rimos também.
E com você, uma amiga virtual-real, isso também acontece...


Um comentário:

Kátia disse...

Belíssima amizade virtual-real essa do tudo-junto!!! A verdadeira amizade é mesmo um dos melhores bálsamos da vida. É uma bênção do além. É um anjo encontrado... A amizade não tem hora nem lugar para começar e é um gostoso serenar do coração.
E pela real conexão de sensibilidades, de percepções e pelos laços do pensamento, mesmo quando o outro não está num dia bom, nós o amamos, porque compreendemos esse ser feito de fragmentos.

E que bobagem é essa de translúcida visão dos fatos?!?... rs rs. O mundo e as pessoas são bem maiores do que os nossos olhos podem ver. Querer a total 'visibilidade' do outro é querer a posse, fato inerente a imaturidade das crianças que querem possuir as coisas para si. "Pessoas imaturas querem modificar os fatos, pessoas maduras deixam que os fatos os modifiquem."

Que Deus abençoe nossas amizades. Para fluirem… fluirem… fluirem…

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