21 maio, 2010

Na Ilha Por Vezes Habitada, por José Saramago




NA ILHA POR VEZES HABITADA

- José Saramago - 

Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,
manhãs e madrugadas em que não precisamos de
morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra
em nós uma grande serenidade, e dizem-se as
palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas
mãos.
Com doçura.
Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a
vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o
sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do
mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos
ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres
como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.


.....................................

Como será que ele conseguir escrever isso?
rsrsrs

Tenho vontade de chorar 
de contentamento... 
e nunca mais párar, 
porque já senti isso 
em fragmentos 
de eternos 
...
de duração 
do tempo!

Mas não há lágrimas.
Só paz e PAZ...
E Serenidade, a irmã gêmea da paz..


...

Ohhhh, antes que alguém se apresse em dizer que
"são sonhos de onipotência..."
esclareço:
são instantes de eternidade... !!!



Um comentário:

Kátia disse...

O instante atrelado à eternidade... Eternidade que perpetua como a arte fotográfica. Não são imagens fugazes: o tempo passa, o instante fica. Lembra-me o movimento que o vento faz quando tudo que ele toca vira dança. E essa dança é captada quando faz música, mesmo que seja apenas um susurro...

Voei nesse post! Hahahahahahaha!
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