NA ILHA POR VEZES HABITADA
- José Saramago -
Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,
manhãs e madrugadas em que não precisamos de
morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra
em nós uma grande serenidade, e dizem-se as
palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas
mãos.
Com doçura.
Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a
vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o
sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do
mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos
ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres
como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.
.....................................
Como será que ele conseguir escrever isso?
rsrsrs
Tenho vontade de chorar
de contentamento...
e nunca mais párar,
porque já senti isso
em fragmentos
de eternos
...
de duração
do tempo!
Mas não há lágrimas.
Só paz e PAZ...
E Serenidade, a irmã gêmea da paz..
...
Ohhhh, antes que alguém se apresse em dizer que
"são sonhos de onipotência..."
esclareço:
são instantes de eternidade... !!!
Um comentário:
O instante atrelado à eternidade... Eternidade que perpetua como a arte fotográfica. Não são imagens fugazes: o tempo passa, o instante fica. Lembra-me o movimento que o vento faz quando tudo que ele toca vira dança. E essa dança é captada quando faz música, mesmo que seja apenas um susurro...
Voei nesse post! Hahahahahahaha!
.
Postar um comentário