Pressa!
Ai de mim que tenho essa pressa,
Enevoada de um tempo que urge,
Ai de mim, que assim não vejo,
E se vejo é de relance, de passagem.
Ai de mim que sem raízes, vôo,
E sem chão não me assento,
Ai de mim que sobrevivo,
E assim não vivo, dou passagem.
Ai de mim que tudo me encanta,
Mas que tudo me passa,
Ai de mim se não florir agora,
É primavera lá fora, de passagem.
[Santaroza]
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