Minha amiga Cida,
com seu "Relendo Saramago"
faz o convite incessante
à renovação do social.
à renovação do social.
Um social que passa pelo íntimo e que é coletivo.
Também é espiritual e afetivo.
Também é espiritual e afetivo.
Um "transformar" que já se vê
em fragmentos de eletivo, reflexivo:
em fragmentos de eletivo, reflexivo:
meditativo, contemplativoativo e efetivo.
Outra leitura para a crise
Abril 7, 2009. José Saramago
A mentalidade antiga formou-se numa grande superfície
que se chamava catedral; agora forma-se noutra grande
superfície que se chama centro comercial.
O centro comercial não é apenas a nova igreja, a nova catedral,
é também a nova universidade.
O centro comercial ocupa um espaço importante na formação
da mentalidade humana. Acabou-se a praça, o jardim
ou a rua como espaço público e de intercâmbio.
O centro comercial é o único espaço seguro e o que cria
a nova mentalidade.
Uma nova mentalidade temerosa de ser excluída, temerosa da expulsão
do paraíso do consumo e por extensão da catedral das compras.
E agora, que temos? A crise.
Será que vamos voltar à praça ou à universidade? À filosofia?
Relendo Saramago
O espaço da praça, bem que de volta eu queria
onde a vida acontecia à volta da catedral.
Os jardins, toda gente circulando tão normal,
ocupando espaço público, em bancos de contemplar,
o azul, o verde, a brisa, a mente, a prosa,
os pássaros, o sorriso, intercâmbio da alegria,
com pessoas se encontrando no prazer
de relaxar, viver e conviver...
No lugar da catedral, onde tudo acontecia,
algo estranho aconteceu,
novo perfil se estendeu.
Desse espaço de humanismo,
nova mente compulsão formatada no consumo,
se estendeu. Virou centro comercial o coração.
Tudo se aprisionou.
Tomou conta do espaço, o consumo tentação,
Foi entrando pelos olhos, nos ouvidos e nariz,
tomou conta dos sentidos, toda a mente do indivíduo,
temeroso de exclusão, de expulsão do paraíso
de comprar, consumir, de ter mais por mais não ser.
Tendo em vista a nova crise, o consumo perde espaço,
novo risco a arriscar interroga o mercado que desaba em aflição.
Há no ar acontecendo novos jeitos, que não quero especular.
Quero a crise que questione, desinstale, que coloque no lugar,
o que é justo a cada ser no espaço da catedral,
Cada qual com seu espaço alternativo de viver...
Nova praça, nova escola, novo tempo em saber me quero ver.
Quero sonhos, quero amar com todo o mundo ser feliz,
filosofo em meu querer...Novo jeito de entender,
O espaço da praça, bem que de volta eu queria
onde a vida acontecia à volta da catedral.
Os jardins, toda gente circulando tão normal,
ocupando espaço público, em bancos de contemplar,
o azul, o verde, a brisa, a mente, a prosa,
os pássaros, o sorriso, intercâmbio da alegria,
com pessoas se encontrando no prazer
de relaxar, viver e conviver...
No lugar da catedral, onde tudo acontecia,
algo estranho aconteceu,
novo perfil se estendeu.
Desse espaço de humanismo,
nova mente compulsão formatada no consumo,
se estendeu. Virou centro comercial o coração.
Tudo se aprisionou.
Tomou conta do espaço, o consumo tentação,
Foi entrando pelos olhos, nos ouvidos e nariz,
tomou conta dos sentidos, toda a mente do indivíduo,
temeroso de exclusão, de expulsão do paraíso
de comprar, consumir, de ter mais por mais não ser.
Tendo em vista a nova crise, o consumo perde espaço,
novo risco a arriscar interroga o mercado que desaba em aflição.
Há no ar acontecendo novos jeitos, que não quero especular.
Quero a crise que questione, desinstale, que coloque no lugar,
o que é justo a cada ser no espaço da catedral,
Cada qual com seu espaço alternativo de viver...
Nova praça, nova escola, novo tempo em saber me quero ver.
Quero sonhos, quero amar com todo o mundo ser feliz,
filosofo em meu querer...Novo jeito de entender,
Transformar.
Gaiô.
Gaiô.
Publicado no Recanto das Letras em 20/06/2010
Código do texto: T2330988 |
3 comentários:
Que bela postagem, meu amigo...Imagens lindíssimas...Meu coração se engrandece com seu carinho e me sinto prestigiada em compor seu blog tão especial...
Tomo a liberdade de deixar postado, comentário de meu amigo Puntel.
Seu poema:
Ele fala isso em A Caverna, né não? Livro que tem a força de um soco no estômago. Fiquei chapado quando li, Gaiô!
Quanto ao poema, ele reflete bem o que Saramago também abordou. E você o faz usando substantivos concretos. Gosto disso, de visualizar pensamentos. O tema é sempre presente e urgente, já que nos faz refletir sobre a nova catedral humana, o Centro Comercial. Me incomoda muito isso, sabia?
Beijão, Gaiô! Bom te ler.
(Puntel-escritor, professor em RP)
Gaiô
Um prazer imenso encontrá-la neste espaço tão bacana. Sua poesia está bela, tocante, pois nos leva a uma reflexão sobre nossos valores e o momento em que vivemos. José Saramago ficaria feliz ao lê-la. Uma poeta com muita luz, delicadeza que sabe tocar almas e corações.
Parabéns Cerryki, pela escolha e pelo seu blog que é interessante e especial. Abraços da Fada do Mar Suave.
Cida: Obrigado digo eu, também.
Você sabe como gosto do que escreve.
O tom existencialista-questionador-unificante me encanta.
Fada: Obrigado pelas suas doces palavras. Volte.
Você começou a seguir esse blog. Legal.
Sempre digo para as pessoas que aqui fica mais bonito do que por email... então, seja sempre bem vinda.
Abraço em ambas.
Postar um comentário