03 outubro, 2014


"Afinal, quem é que tem a pretensão de não
ser louca?...
Loucos somos todos, e livre-me Deus dos
verdadeiros ajuizados,
que esses são piores que o diabo!"

- Florbela Espanca -



Eu gosto dos loucos em geral
e gosto dos ajuizados no particular.
O que não suporto, mesmo, é dos certinhos,
"normais" que fazem cara de samambaia para
as afecções que a vida produz.

Gosto dos que inventam e desinventam
baseados no diálogo que fazem entre as
suas loucuras e sanidades.
Aqueles que ficam parados na linha tênue
que separa esses dois mundos e práticas me dão
ojeriza, com j e com z, tal como aprendi na
orgrafia e na vida.

A capacidade de adaptar, adequar, de forma
não sectária e sem desejo de absoluto, a sanidade e a
loucura com os meios de produção do dentro e do
fora... nas relações consigo e com o outro
- qualquer outro - configura-se como uma tarefa
mágica, cheia de prazer e descobertas que variam
ao infinito das possibilidades da vida em nós.


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