03 outubro, 2014


Amo-te

Amo-te quanto em largo, alto e profundo
A minha alma alcança quando, transportada,
Sente, alongando aos olhos deste mundo,
Os fins do Ser, a graça entressonhada.

Amo-te em cada dia, hora e segundo:
À luz do sol, na noite sossegada.
E é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.

Amo-te com o doer das velhas penas;
Com risos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingénua e forte.

Amo-te até nas coisas mais pequenas.
Por toda a vida.
E, se assim Deus o quiser,
Ainda mais te amarei depois da morte.

Poema original: Elizabeth Barret Browning
Tradução: Manuel Bandeira


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