18 outubro, 2014





Há algo de mim que vai embora
junto com a chuva que lava sutilmente,
além das casas e ruas, meu coração no vento.
Há algo de mim que já não existe
nem na face límpida do espelho,
não sei se o medo,
mas a pele vai ainda queimada de esperança e sol.
Só, nenhuma leveza para redimir num momento
a dúvida disfarçada em silêncio.
Nenhuma voz amigável relembrada
ecoando nas veias e cicatrizes da noite sem sono.
Como um naufrago, como um raio, como um rio,
todas as coisas são solitárias.
Todas as coisas só acontecem uma vez,
quando muito.
Enquanto o sol nasce
há um ar lá fora que se renova,
por baixo do lençol azul da manhã
há uma vontade em mim que me devora.
Botar o pé no dia e fazer a estrada mas tem que ser agora.

Santiago J.Jones




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