19 abril, 2009

Amores: dois tipos na poesia






O verbo amar

Te amei: era de longe que te olhava
e de longe me olhavas vagamente...
Ah, quanta coisa nesse tempo a gente sente,
que a alma da gente faz escrava.

Te amava: como inquieto adolescente,
tremendo ao te enlaçar, e te enlaçava
adivinhando esse mistério ardente
do mundo, em cada beijo que te dava.

Te amo: e ao te amar assim vou conjugando
os tempos todos desse amor, enquanto
segue a vida, vivendo, e eu, vou te amando...

Te amar: é mais que em verbo é a minha lei,
e é por ti que o repito no meu canto:
te amei, te amava, te amo e te amarei!

(JG de Araujo Jorge-Bazar de Ritmos- 1935)




Regulamento

Eu não juro nada
por coisa alguma,
pois que todo caminho é de incerteza.
A ordem se desarruma,
a história se desajeita,
o arranjo troca e vira a mesa.
Tampouco prometo.
Nesse jogo de regras e tratos,
rolam os dados,
mudam os fatos,
num ciclone célere, inclemente.
Só o que posso fazer é me entregar completamente
a toda causa que eu me dedicar,
a cada tempo que eu puder viver,
a cada amor que me fizer amar"

Flora Figueiredo

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Duas poesias sobre amor e amar
Duas vertentes amorosas
Dois paradigmas:
O amor romântico, arrebatador... quase paixão eterna.
O amar sentindo, movimento, entrega... racional(?)

Intensidades diferentes,
quase opostas,
para dar conta desse sentimento...
tão, tão, tão... corriqueiro, comum
e tão...
tão...
inédito!


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