28 abril, 2009

Palavras poéticas sobre o nada... e o tudo



Quem já viveu e criou seu mito-reconhecido (ou não) como-mito
sabe o quanto de tudo há nesse nada...
E sabe, também, de como nada nesse tudo.

Sem Nada

Na ciência exata,
na palavra abstrata,
no retalho das horas
ou no inteiro do meu corpo,
te quero.
Como meu inverso complexo
ou o sonho mais simples.
Como meu zelo concreto
ou meu oceano deserto.
Se você desiste,
eu insisto.
Se você se curva,
eu me levanto.
Se você se entrega,
eu me rebelo.


Se você duvida,
eu acredito.
Se você teme,
eu confio.
Não que eu seja melhor,
mas pra não acordar com o arrependimento
batendo em minha porta
e ainda te carregar aqui dentro
sem poder fazer nada.
Pois você vicia
e não quero cura.
Você fascina
e não tenho domínio.
Tenho apenas meus desejos,
que em segredo,
colocarei dentro de ti.

Cristian Ribas



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