A Arte do Encontro
Marise Ribeiro
Com os tons da aquarela,
você traduzia na tela
toda a pureza que havia
na minha vasta poesia.
Já sua arte era tão imensa
que me levava à procura
da perfeição mais intensa:
eu poetava a pintura.
As letras falando de amores
não rimavam sem as cores;
a palheta com seus tons diversos
não era nada sem os versos.
As imagens que você retratava
falavam através da palavra;
a primavera escrita em papéis
não florescia sem os pincéis.
As musas da sua pintura
combinavam com a criatura
que eu pintava nos poemas,
embelezando os meus temas.
O que seria do pintor,
sem poder falar do amor?
O que seria da poetisa,
sem rimar usando a cor?
Essa união durou muito,
foi profícuo o nosso encontro:
para rimar ou pintar
um precisava do outro.
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