JORGE DE LIMA (1895-1953)
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E tudo haveria de ser assim, para contemplar-te sereno, ó morte,
e integrar-me nos teus mistérios e nos teus milagres.
Agora vejo os Lázaros levantarem-se
e...
13 junho, 2009
O Nó Górdio... Brecht
O Nó Górdio.
Quando o homem da Macedônia
com sua espada
cortou o nó, chamaram-no
naquela noite em
Gordium, "um escravo da sua fama"
pois o nó era uma das raras maravilhas do mundo
obra-prima de um homem cujo cérebro
( o mais intrincado do mundo!) não pudera
deixar outro testemunho senão
vinte cordões, emaranhados de modo
a serem um dia desatados pela mais hábil
mão do mundo!
A mais hábil depois daquela
que havia atado o nó.
Ah, o homem
cuja mão o atou
planejava desatá-lo, porém
o seu tempo de vida, infelizmente
foi bastante apenas para atar.
...
Um segundo bastou
para cortá-lo.
Daquele que o cortou
muitos disseram que
esse fora o seu golpe mais feliz
o mais razoável, o menos nocivo.
Aquele desconhecido não era obrigado
a responder com seu nome
por sua obra, que era semelhante
a tudo que é divino.
Mas o imbecil que a destruiu
precisou, como que por ordem superior
proclamar seu nome e mostrar-se a um continente.
Se assim falaram em Gordium, eu digo:
nem tudo é difícil de se fazer é útil, e
é mais raro que baste uma resposta
para eliminar uma questão do mundo
que um ato.
Bertolt Brecht.
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