Há momentos de fôlego necessário, de interiorização, de só ouvir, de
recompor-se. Os poetas também são humanos. Diria mais: os poetas são
menos que humanos. Estes, os humanos, se esquecem da poesia e apenas a
sentem nos cotidianos, ornando a eternidade no luzir do esquecimento de
que tudo finda ou se dispõe a alguma forma de transformação; aqueles,
os poetas, precisam se lembrar da poesia na ilusão que a eternidade
reside em palavras que se diluem numa borracha insegura e invertebrada.
O poeta em mim às vezes se cala, quer quedar-se na contemplação, aliviar a tensão dos dedos e meter-se na camuflagem do silêncio para acalentar as próprias antenas na multidão. Poetas são quase humanos, seres poucos querendo beber de uma humanidade tanta. O poeta é um sempre devir. O ser humano é a inveja dos anjos.
O poeta em mim às vezes se cala, quer quedar-se na contemplação, aliviar a tensão dos dedos e meter-se na camuflagem do silêncio para acalentar as próprias antenas na multidão. Poetas são quase humanos, seres poucos querendo beber de uma humanidade tanta. O poeta é um sempre devir. O ser humano é a inveja dos anjos.
Carlos Tenreiro
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