JORGE DE LIMA (1895-1953)
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E tudo haveria de ser assim, para contemplar-te sereno, ó morte,
e integrar-me nos teus mistérios e nos teus milagres.
Agora vejo os Lázaros levantarem-se
e...
07 setembro, 2014
Deus... quando se esquece um rosto?
Como? Se foi tão amado...
O retrato ajuda a lembrar?
Por que, se está esquecido...
Maldito tempo!
O que se apagou da memória, se apagou do coração?
Mesmo? Quando? Sempre?
O que se desfez no coração, pode subsistir na memória?
Existe... memória de amor, de amar...?
Do amado? Da amada?
Bendito tempo.
Simplesmente não sei o que fazer com ele.
Mas, parece, que ele sabe o que fazer comigo.
E... quando há vislumbres, como um cheiro,
um raio de luz, uma nuvem, uma cor do céu...
Que fazem lembrar?
E... quando há fragmentos, como o de um olhar,
de uma certa maneira de virar a cabeça...
uma forma de sorrir e falar,
um certo tom na pronúncia das palavras..
uma certa vibração no corpo,
Que fazem lembrar?
E... quando o que faz lembrar, embora julgado esquecido,
vem... de dentro? Do coração, da lembrança? Da vontade?
Estamos irremediavelmente perdidos.
Estamos irremediavelmente nos achando!
ESCREVI EM JUNHO DE 2008
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