07 setembro, 2014


Deus... quando se esquece um rosto?
Como? Se foi tão amado...
O retrato ajuda a lembrar?
Por que, se está esquecido...

Maldito tempo!

O que se apagou da memória, se apagou do coração?
Mesmo? Quando? Sempre?
O que se desfez no coração, pode subsistir na memória?

Existe... memória de amor, de amar...?
Do amado? Da amada?

Bendito tempo.

Simplesmente não sei o que fazer com ele.
Mas, parece, que ele sabe o que fazer comigo.


E... quando há vislumbres, como um cheiro,
um raio de luz, uma nuvem, uma cor do céu...
Que fazem lembrar?

E... quando há fragmentos, como o de um olhar,
de uma certa maneira de virar a cabeça...
uma forma de sorrir e falar,
um certo tom na pronúncia das palavras..
uma certa vibração no corpo,
Que fazem lembrar?

E... quando o que faz lembrar, embora julgado esquecido,
vem... de dentro? Do coração, da lembrança? Da vontade?

Estamos irremediavelmente perdidos.
Estamos irremediavelmente nos achando!


ESCREVI EM JUNHO DE 2008


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