21 setembro, 2014





Prisma

Se é só isso o que te permitiste ver,
nem adianta tentares ir além...

Se até hoje não abriste a porta,
deixando entrar o que lá de fora vem,
dentro de ti já deves estar morta.

O vidro da dor é forte...
A madeira da traição também.
Séculos eles já atravessaram
e não se modificaram...

Tu, mulher, apregoas que evoluíste,
mas se os ferrolhos da submissão
já enferrujaram,
por que não os partiste?

Ah, mulher, deixa de ser tola!
Se à porta já chegaste,
só te resta transpô-la!...

Espera!...

Tua frágil imagem induziu-me a um sofisma...
Percebo-te agora sob outro prisma!
Mulher, não és da vida prisioneira...
De dentro pra fora... és carcereira!

-Marise Ribeiro-




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