Um trecho do 'Livro do Desassossego':
São as pessoas que habitualmente me cercam, são as almas que,
desconhecendo-me, todos os dias me conhecem com o convívio e a fala,
que me põem na garganta do espírito o nó salivar do desgosto físico.
É a sordidez monótona da sua vida, paralela à exterioridade da minha,
é a sua consciência íntima de serem meus semelhantes, que me veste o
traje de forçado, me dá a cela de penitenciário, me faz apócrifo e mendigo.
- Bernardo Soares –
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