
|

|

 Poderia começar este artigo afirmando que todo
mundo sente todos os sentimentos.
Mas melhor dizer que todas as pessoas são capazes
de sentir, ainda que nem todas se permitam entrar
em contato consigo mesmas e, portanto,
estas vivam dissociadas de seus sentimentos!
Daí, já dá pra perceber que sentir não é,
definitivamente, uma vivência linear.
Muda em intensidade, freqüência,
profundidade e consciência.
Sobretudo, a atitude a partir de cada sentimento
depende da maturidade e do equilíbrio emocional
de cada um.
Porque, no final das contas, não é o que você sente
que determina quem você é, mas o que você faz por
causa do que sente!
Tem gente que leva um "fora" e se mata, literalmente.
Mas tem gente que cresce, aprende a se valorizar
mais e se torna mais forte para a próxima relação.
A diferença não é que para a primeira foi muito difícil
passar por isso e pra segunda foi fácil.
Para as duas certamente foi difícil.
Aliás, pra todo mundo é doloroso se sentir rejeitado.
A diferença é que a primeira conseguiu enxergar
apenas uma saída: a fuga de si mesma;
e a segunda encontrou outras maneiras de
lidar com sua dor.
Tem gente que sente ciúme e arma uma baita
confusão, dá vexame, ofende, agride e perde
a razão.
Mas tem gente que, apesar de também se magoar
por causa deste sentimento, consegue elaborar
a situação e compreende que é possível
resolvê-la de maneira mais criativa,
conversando, expondo seu ponto de vista,
mostrando seus limites, por exemplo.
Tem gente que é traído e entra em profunda depressão. Tem até quem mate o traidor.
Tem quem destrói a si mesmo, entrega-se
a alguma dependência, seja física ou psíquica,
ou se fecha tão hermeticamente para a
possibilidade de amar novamente que nunca mais consegue ser coerente com seus desejos.
Mas tem gente que percebe que o outro não agiu dignamente e não conseguiu exercer a lealdade
e descobre que cada um é responsável por
suas próprias escolhas.
As pessoas são diferentes!
Tem gente que sente tristeza ou solidão e se
lamenta tão escancaradamente que se torna
pesada, cansativa, negativa, repelente.
Fica patinando em sua própria dor e não pára
pra avaliar qual a melhor atitude a fim de
"desatolar-se".
Mas tem gente que busca ajuda, procura ver o
lado bom da vida e investe em seu amadurecimento
de modo que se torna maior que a tristeza que
lhe faz derrapar.
E, enfim, consegue recuperar a alegria de viver!
Mas, sabe... tem ainda um outro tipo de gente.
É aquela que sente tudo isso, entre outros
sentimentos, e simplesmente "finge" que não sente.
Ou porque realmente tem um ego exacerbado e
decide exibir a máscara de "todo-poderoso",
negando suas emoções; ou porque nem se dá
conta do que está sentindo.
Simplesmente desconecta, não pensa no assunto.
Está tão distante de sua essência que atropela a si mesmo (e aos demais) e vive como se fosse
um iguana, cuja estrutura cerebral é tão primitiva
que não tem condições de sentir qualquer tipo
de afeto.
Não são iguanas, é verdade.
E, por isso mesmo, mais cedo ou mais tarde,
uma avalanche de sentimentos ressequidos
virá à tona de alguma forma: ataque cardíaco,
colesterol, artrose, diabetes, depressão,
transtornos afetivos, enfarte, câncer, entre
outros distúrbios ilimitados.
Ou não! Existe (felizmente!) uma forma mais
saudável de transcender nossas próprias
limitações e quebrar as armaduras que tanto
nos distanciam de quem realmente somos e
daquilo que realmente desejamos viver.
E esta saída não existe somente para os que
renegam (consciente ou inconscientemente)
o que sentem, mas para todos nós, porque
ninguém tem todas as respostas.
Estamos sempre em processo... sempre!
Além disso, estamos vulneráveis a recaídas
e enganos, o que nos coloca na posição
de 'eternos aprendizes', como cantou
lindamente o brilhante Gonzaguinha.
Isso significa que todo mundo que está vivo,
inevitavelmente está exposto aos sentimentos
difíceis: saudade, tristeza, desespero,
sensação de abandono, ciúme, insegurança,
ansiedade, solidão, etc.; assim como também
está sujeito às maravilhosas surpresas da
vida, à possibilidade de superar os momentos
mais dolorosos e a experimentar
ocasiões imperdíveis.
Por isso, admitir que você pode estar enganado
na forma com que vem agindo por causa
do que sente (ou do que não tem se permitido
sentir), é uma ótima demonstração de
inteligência emocional, já que as relações
que você vive devem servir justamente
para isso: para apontar uma chance de se
tornar mais integrado, coerente e humano.
E o que seria o amor senão o exercício de
nossa mais imperfeita e, ao mesmo tempo,
tão fantástica humanidade, do modo mais
explícito e verdadeiro possível?
***
Budha nos ensinou que não há oposição entre o bem e o mal, mas entre sabedoria e ignorância, e que, por sermos ignorantes, sofremos.Jesus Cristo nos ensinou a amar ao próximo, a perdoar e a ser solidários.Allan Kardek nos ensinou que o espírito imortal sobrevive à morte do corpo físico e reencarna na sua evolução em direção à perfeição.Shiva nos mostrou a importância da meditação, do desapego e da evolução espiritual, sempre passando por mudanças nessa jornada da alma.spiritualidade no Cotidoiano * * *
 Que jamais, em tempo algum, o teu coração acalente ódio. Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior. Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro. Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida. Que a música seja tua companheira de momentos secretos contigo mesmo. Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna em cada beijo. Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer. Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz. Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração. Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda que liga as almas afins. Que nos teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa...

Luz, paz, beleza e magia na sua vida, hoje e sempre!
Em primeiro lugar, o texto é perfurado, ocultado, permeado de brancos. São as palavras, os pedaços de frases que não ouvimos (não só no sentido perceptivo, mas também intelectual do termo). São os fragmentos de texto os quais não compreendemos, não tomamos em conjunto, não reunimos uns aos outros, negligenciamos. Paradoxalmente, ler, escutar, é começar por negligenciar, por não ler ou desligar o texto.Ao mesmo tempo em que rasgamos o texto pela leitura, nós o ferimos. Nós o recolocamos sobre ele mesmo. Nós relacionamos, umas às outras, as passagens que se correspondem. Os pedaços dispersos sobre a superfície das páginas ou na linearidade do discurso, nós os costuramos em conjunto: ler um texto é reencontrar os gestos textuais que lhe deram seu nome.Escutar, olhar, ler, voltam finalmente a se construir. Na abertura em direção ao esforço de significação que vem de outro, trabalhando, atravessando, amassando, decupando o texto, incorporando-o a nós, destruindo-o, nós contribuímos para erigir a paisagem de sentido que nos habita. Confiamos, por vezes, alguns fragmentos do texto aos conjuntos de signos que se movimentam em nós. Estes ensinamentos, estas relíquias, estes fetiches ou esses oráculos não têm nada a ver com as intenções do autor nem com a unidade semântica viva do texto. Eles, contribuem, porém, para criar e recriar o mundo de significações que nós somos.O hipertexto, a hipermídia ou a multimídia interativa percorrem um processo já antigo de artificialização da leitura. Se ler consiste em selecionar, esquematizar, construir uma rede de remissões internas ao texto, em associar a outros dados, em integrar as palavras e as imagens para uma memória pessoal em reconstrução permanente, então os dispositivos hipertextuais constituem uma espécie de reificação, de exteriorização dos processos de leitura. Já o vimos, a leitura artificial existe desde muito tempo. Que diferença podemos estabelecer entre o sistema que estava estabilizado sobre as páginas dos livros e dos jornais e aquele que se inventa hoje sobre as relações digitais? Em relação às técnicas anteriores, a digitalização introduz primeiro uma pequena revolução copernicana: não é mais o leitor que segue as instruções da leitura e se desloca no texto, mas é, de hoje em diante, um texto móvel, caleidoscópio que apresenta suas facetas, gira, torna e retorna à vontade diante do leitor.De outra parte, a escritura e a leitura mudam seus papéis. Aquele que participa na estruturação do hipertexto, no traçado pontilhado das possíveis pregas do sentido, é já um leitor. Simetricamente, aquele que atualiza um percurso ou manifesta tal ou qual aspecto da reserva documentária contribui para a redação, encontra momentaneamente uma escrita interminável. As costuras e remissões, os caminhos de sentido originais que o leitor inventa podem ser incorporados à estrutura mesma dos corpus. A partir do hipertexto, toda leitura é uma escritura potencial. Mas sobretudo os dispositivos hipertextuais e as redes digitais desterritorializaram o texto. Eles fizeram emergir um texto sem fronteiras próprias, sem interioridade definível. Existe agora o texto, como se diz da água ou da areia.O texto é colocado em movimento, tomado em um fluxo, vetorizado, metamórfico. Está assim mais próximo do movimento mesmo do pensamento, ou da imagem que nós dele fazemos hoje. O texto subsiste sempre, mas a página se oculta. A página, isto é, o pagus latino, o campo, o território situado pelo branco das margens, lavrada de linhas e semeada pelo autor de letras, caracteres. A página, pesada ainda da argila mesopotâmica, aderindo sempre à terra do neolítico, esta página muito antiga, se oculta lenCom efeito, os meios de comunicação contemporâneos instauraram uma ecologia de mensagens muito diferente daquela que prevaleceu até a metade do século XX. Certo, não nos banhamos jamais duas vezes no mesmo rio informacional, mas a densidade das ligações e a rapidez das circulações são tais que os atores da comunicação não têm maiores dificuldades em dividir o mesmo contexto. Daí, a pressão de universalidade e objetividade diminuiu. Como o tinha pressentido Mac Luhan, reencontramos, mas sobre uma outra órbita, a um nível de energia superior, certas condições de comunicação que reinaram nas sociedades orais. A história cruzada de suportes materiais e da relação ao saber poderia ser esquematicamente representada pelas interferências e os cavalgamentos de quatro ideais-tipos. Primeiro tipo: nas sociedades anteriores à escritura, o saber prático, mítico e ritual foi encarnado pela comunidade viva. Quando um velho morre, é uma biblioteca que queima. Segundo tipo: com o advento da escritura, o saber é carregado pelo livro, único, indefinidamente interpretável, transcendente, suposto que contém tudo: a Bíblia, o Corão, os textos sagrados, os clássicos, Confúcio, Aristóteles... Terceiro tipo – desde a prensa até essa manhã: aquela da enciclopédia. Aqui, o saber não é mais carregado pelo livro, mas pela biblioteca. Ele é estruturado por uma rede de remissões, perseguida talvez, desde sempre, pelo hipertexto. A desterritorialização da biblioteca a que assistimos hoje não é talvez senão o prelúdio à aparição de um quarto tipo de relação com o conhecimento. tamente sob a alta superfície informacional, seus signos desligados vão rejuntar a onda numérica (digital). Tudo se passa como se a numerização (digitalização) estabelecesse uma espécie de imenso plano semântico, acessível em todo lugar, para o qual cada um poderia contribuir para produzir, dobrar diversamente, retomar, modificar, redobrar... Há necessidade de o sublinhar?Por uma espécie de retorno em espiral à oralidade das origens, o saber poderia ser de novo tomado pelas coletividades humanas vivas antes que por suportes separados. Somente esta vez, o portador direto do saber não seria mais a comunidade física e sua memória carnal, mas o cyberspace, a região dos mundos virtuais por intermédio da qual esta comunidade conheceria seus objetivos e se conheceria ela mesma como inteligência coletiva. Aqui, não visamos mais o futuro do texto clássico como na primeira parte de meu discurso, nem a invenção de uma nova escritura como na segunda parte, mas, para terminar, o basculamento em direção a toda uma outra ecologia da comunicação. A reunião dos documentos numerizados (digitalizados), programas inteligentes, de sistemas à base de conhecimentos, de suportes de simulação e de multimídias interativos, é já virtualmente realizada pela interconexão mundial de memórias informáticas. As mensagens eletrônicas construíram uma rede de comunicação internacional na qual se podem trocar e comentar toda sorte de dados. Mas como se orientar neste cyberspace onde correm mensagens e informações de toda ordem? Como se localizar em um fluxo? É preciso tentar desesperadamente fixar a forma do espaço científico, traçar as fronteiras das disciplinas? É preciso hierarquizar o essencial e o acessório? Mas, segundo qual critério? Para quem e por quanto tempo? Não é preciso antes se resolver a considerar o conhecimento como um espaço contínuo e flutuante, o mesmo para todos e diferente para cada um? Por que não projetar uma galáxia de mundos virtuais, exprimindo a diversidade dos saberes humanos, que não estaria organizado a priori, mas refletiria, ao contrário, os percursos e os usos de seus exploradores?Quase vivas, essas cosmopedias seriam estruturadas e reestruturadas, cartografadas e recartografadas em tempo real pela escritura e a leitura coletivas. Assim, o cyberspace de uma comunidade se reorganizaria automaticamente em função da relação movente que seus membros estabeleceriam com a massa de conhecimentos disponíveis. Desde que o indivíduo mergulhasse em uma cosmopedia, todo o espaço do saber reordenar-se-ia em torno dele, segundo sua história, seus interesses, suas interrogações, suas enunciações anteriores. Tudo o que a ele se referisse estaria próximo, ao alcance da mão. O que lhe importasse pouco distanciar-se-ia. As distâncias aí seriam subjetivas, as proximidades refletiriam as significações em contexto. As cosmopedias do século XXI não fariam mais as pessoas girarem em torno do saber, mas o saber em torno das pessoas.Os instrumentos numéricos (digitais) oferecem a possibilidade de uma evolução em direção a uma maior democracia em relação ao saber. Mas nada é garantido. A hora na qual cada um reconhece que o conhecimento é o fundamento do poder, quando se repete por todos os lugares que a capacidade de aprender e de inventar sustenta o poder econômico, não há talvez outra via para uma renovação da democracia que não imaginar e colocar em obra formas não-excludentes de relação com o saber. Com este objetivo, a ideografia dinâmica, a cosmopedia, os mundos virtuais de significação dividida, o cyberspace para a inteligência coletiva são utopias que proponho à discussão crítica. Se nunca tais possibilidades virem o dia, então o Livro, a biblioteca, o imenso corpus proliferante e louco do saber, cessariam de nos sobrepor e de nos desenganar. A transcendência do texto começaria a declinar. Nós seríamos, talvez, menos irradiados pelo espetáculo mediático. A imanência do saber à humanidade que o produz e o utiliza, a imanência do povo ao texto, tornar-se-ía mais visível.Por intermédio dos espaços virtuais que os exprimiriam, os coletivos humanos se jogariam a uma escritura abundante, a uma leitura inventiva deles mesmos e de seus mundos. Como certos manifestantes desse fim de século gritaram nas ruas “Nós somos o povo”, poderemos então pronunciar uma frase um pouco bizarra, mas que ressoará de todo seu sentido quando nossos corpos de saber habitarem o cyberspace: “Nós somos o texto.” E nós seremos um povo tanto mais livre quanto mais nós formos um texto vivo.
 "É errado pensar que o amor vem do companheirismo de longo tempo ou do cortejo perseverante. O amor é filho da afinidade espiritual e a menos que esta afinidade seja criada em um instante, ela não será criada em anos, ou mesmo em gerações."
Khalil Gibran.
 Goza o vôo do anjo perdido em ti. Não indagues se nossas estradas,tempo e vento,desabam no abismo. Que sabes tu do fim? Se temes que teu mistério seja uma noite,enche-o de estrelas. Conserva a ilusão de que teu vôo te leva sempre para o mais alto. No deslumbramento da ascensão se pressentires que amanhã estarás mudo esgota, como um pássaro, as canções que tens na garganta. Canta. Canta para conservar a ilusão de festa e de vitória. Talvez as canções adormeçam as feras que esperam devorar o pássaro. Desde que nasceste não és mais que um vôo no tempo. Rumo ao céu? Que importa a rota. Voa e canta enquanto resistirem as asas.
 Me repara
Acho engraçada a forma que falas das coisas tuas, de teus planos, como me colocas em teus sonhos mesmo sem malicia alguma; esse teu diz-não-diz que me ama que escapa nas entrelinhas dos teus gestos e de teu olhar; é lindo como você me nega e me observa sem perceber; é lindo como você se entrega e não repara eu me render;
(Cáh Morandi)
|