17 novembro, 2008

A arte e a expressão do artista






"Todos os meus escritos ficaram inacabados; sempre novos pensamentos se interpunham, associações de idéias extraordinárias e inexcluíveis, de término infinito”.

"Se alguma vez sou coerente, é apenas como incoerência saída da incoerência."

"O Caráter da minha mente é tal que odeio os começos e os fins das coisas, porque são pontos definidos."

"A uma arte assim cosmopolita, assim universal, assim sintética, é evidente que nenhuma disciplina pode ser imposta, que não a de sentir tudo de todas as maneiras, de sintetizar tudo, de se esforçar por de tal modo expressar-se que dentro de uma antologia de arte sensacionista esteja tudo quanto de essencial produziram o Egipto, a Grécia, Roma, a Renascença e a nossa época. A arte, em vez de ter regras como as artes do passado, passa a ter só uma regra - ser a síntese de tudo. Que cada um de nós multiplique a sua personalidade por todas as outras personalidades."

"Descobri que a leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho de sonhar, porque não sonhar os meus próprios sonhos?"


"Que este processo de fazer arte cause estranheza, não admira; o que admira é que haja cousa alguma que não cause estranheza."


"Substitui-te sempre a ti-próprio. Tu não és bastante para ti. Sê sempre imprevenido [?] por ti-próprio. Acontece-te perante ti-próprio. Que as tuas sensações sejam meros acasos, aventuras que te acontecem. Deves ser um universo sem leis para poderes ser superior."

"Um poema é a projecção de uma ideia em palavras através da emoção. A emoção não é a base da poesia: é tão-sòmente o meio de que a ideia se serve para se reduzir a palavras."

"Eu era um poeta impulsionado pela filosofia, não um filósofo dotado de faculdades poéticas."

"O artista como artista sente menos do que os outros homens porque produz ao mesmo tempo que sente, e nesse caso há uma dualidade de espírito incompatível com o estar entregue a um sentimento."
(Textos de Fernando Pessoa e seus heterônimos)


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