JORGE DE LIMA (1895-1953)
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E tudo haveria de ser assim, para contemplar-te sereno, ó morte,
e integrar-me nos teus mistérios e nos teus milagres.
Agora vejo os Lázaros levantarem-se
e...
17 novembro, 2008
Fragmentos de um discurso amoroso.
A linguagem é uma pele: esfrego minha linguagem no outro.
É como se eu tivesse palavras ao invés de dedos, ou dedos
na ponta das palavras. Minha linguagem treme de desejo.
A emoção de um duplo contato: de um lado, toda uma
atividade do discurso vem, discretamente, indiretamente,
colocar em evidência um significado único que é “eu te desejo”
e libertá-lo, alimentá-lo, ramificá-lo, fazê-lo explodir
( a linguagem goza de se tocar a si mesma); por outro lado
envolvo o outro nas minhas palavras, eu o acaricio, o roço,
prolongo esse roçar, me esforço em fazer durar o comentário
ao qual submeto a relação.
Fragmentos de um discurso amoroso, Roland Barthes
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