17 novembro, 2008

O surf e o inusitado-imprevisível do encontro



Este é um texto muito esquizo... que expressa de forma clara muitos aspectos do pensamento de Deleuze e Guattari: aqui há o encontro de dois corpos... o do surfista e o do mar. Um sólido e outro líquido. Liquido? Para quem já experimentou esse encontro, sabe que nada tem de líquido o corpo do mar, da onda... Nada tem de líquido... mas é todo feito de água! Essa é só um tergiversação.
O quente mesmo nesse texto é a idéia do encontro, do inusitado, do insuspeito, do imprevisível, do incerto, da experimentação... assim é na vida!

Uma busca é a AÇÃO EM CURSO!

"Quando isto ocorre, e por vezes com a duração de segundos, tem-se a impressão de que não é mais possível separar o sujeito que pensa e questiona do sujeito que age (...) esse sujeito que é pensamento e ação consegue sê-lo porque, não se colocando fora da relação, mas totalmente nela, o tempo presente deixa de ser vivido como um trampolim para o futuro. O tempo presente se amplia, se intensifica.
Um exemplo é o encontro entre o mar e o surfista, no qual o objetivo a ser atingido é a ação de surfar: a meta final coincide com o processo ...uma composição de dois conjuntos de forças heterogêneas. Para o surfista, cada onda é, de fato, uma onda diferente da seguinte. A ação de surfar pode, assim, ser bela, não necessariamente porque se assemelha a alguma imagem do surfe ideal, mas porque se insere de tal modo na paisagem real de um momento, que cada parte do corpo do surfista e de sua prancha vai expressá-la ou mesmo potencializá-la. Ele é belo porque prolonga a beleza do mundo em que habita."

Nenhum comentário: