"Ser do contra com os melhores argumentos possíveis sempre que aparecer um fanático pela frente": é assim que Juremir Machado da Silva descreve um certo "anarquismo epistemológico". Segundo ele, quando encontra um "inimigo absoluto dos comedores de carne" vira "até canibal, chacal, predador, um monstro sanguinário", só para citar um exemplo.
Sou um tanto assim também... discordo de todos os fanatismos possíveis e aprecio a intriga analítica ou,
o "papel do advogado do diabo"... aquele em que se discute e faz contrapontos saudáveis com vistas ao aparecimento explícito dos pontos cegos de todos os fanatismos!
Assim é com a psicanálise e com os psicanalistas, mais com estes últimos, do que com aquela... e com os religiosos e suas religiões... de todos os tipos!
Uma notinha despretensiosa escrita neste blog (link: Psicologia e Vida Livres: Monge leigo... hehehe recebeu a indignação dos budistas da tradição tibetana... simplesmente por me declarar monge e zen... leigo!
Orientaram-me que fizesse retiro por dois anos (num templo da tradição tibetana, claro) para, então, depois disso, confirmar se queria ser mesmo monge ou não! Feri seus conceitos e práticas. Pena. Não perceberam que eu não estava falando em religião.
Sou em pouco budista, um pouco espírita, um pouco evangélico, um pouco católico, um pouco "bruxo", um pouco... psicanalista. Mas não sou SÓ nenhum deles!
Fernando Pessoa diria, sobre isso: "...sou um técnico, mas só dentro da técnica. Fora disso sou um louco. Com todo direito a sê-lo. Ouviram?"
Ele também disse:
Multipliquei-me para me sentir,
Para me sentir, precisei sentir tudo,
Transbordei, não fiz senão extravasar-me,
Despi-me, entreguei-me,
E há em cada canto da minha alma um altar a um deus
diferente.
Falando em técnica, como disse o Juremir, citando Michel Mafessoli, "sou isto e aquilo". Ser técnico e louco... possibilita experimentação, bons encontros com o conhecimento... que nunca se pretende exclusivo e único!
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